31.1.05

CRISTOVÃO COLOMBO - O SANTANISTA


Um grupo de académicos concluiu, de forma irrefutável, que Cristovão
Colombo era santanista:

Partiu sem saber para onde ia, chegou sem saber onde estava, regressou sem saber de onde vinha. Tudo isto à custa do dinheiro dos outros.

Eusébio Furtado

ESSE É QUE É O PROBLEMA...



Eusébio Furtado

VAMOS AO ENCONTRÃO


Depois de um “choque tecnológico” do PS, recebeu-se a proposta de um “choque de gestão” do PSD, e, agora temos, do PP, um “choque de valores”.

(para não falar, a um nível mais paroquial, do “choque de honestidade” ansiado pelo Frei Luís – (vd. Frei Luís – 18.01.05).

Sabendo-se que choque vale por baque, trancão, encontrão, chofre, repelão, empuxão ou safanão, talvez que os nossos partidos pudessem, em nome da destrinça fácil, escolher expressões autónomas para os pitéus que anunciam.

Assim, talvez, que ao “trancão tecnológico” do PS melhor contrastasse o “repelão de gestão” do PSD e o “baque de valores” do PP.

E o bom do Frei Luís, esse, teria o seu “safanão de honestidade”. Merecido




BrVentana

OUTROS TEMPOS



Eusébio Furtado

O TIGRE VOLTA A RUGIR


A não perder na edição de hoje do DE. (pag. 10)

HOJE HÁ CARACÓIS


"A nossa querida terra está cheia de manhosos, de manhosos e de manhosos, e
de mais manhosos. E numa terra de manhosos não se pode chegar senão a falsos
prestígios."
Almada Negreiros



A oradora de comício Manuela Cardoso bramou:"Bem hajam os homens que amam as
mulheres!"

Uma outra oradora precisou:"Ele é do tempo em que os homens escolhiam as
mulheres para suas companheiras!".

Ele é o guerreiro menino, que, em Famalicão, diz "o Público", aproveitou
para defender "os valores do matrimónio tradicional". Aproveitou bem, já que
as pessoas, nisso, lhe reconhecem alguma autoridade.

Aproveitou também para lembrar, ainda segundo "o Público", que "o outro
candidato tem outros colos" e que "estes colos sabem bem", alertando que
Portugal "não pode escolher um PM que só mostra o que é depois de estar no
cargo"

Com mais substância, afirmou-se contrário ao "casamento entre pessoas do
mesmo sexo" e convidou os "outros" a pronunciarem-se. "Outros" não se
fizeram rogados e Sócrates explicou que no programa (do PS) "não está lá
nada disso". Portas não quiz ficar de fora e, defendendo "a vida privada das
pessoas", afirmou-se contra aquela hipótese, que é contrária "à tradição e à
ordem social."

A par das eleições, dia 20 há referendo.

Hoje há caracóis, amanhã não sabemos.


brVta

BELÍSSIMO EXEMPLO


Os gomos vão brotando nas hastes antes da poda.

Borges, sem currículo segundo ele mesmo, está disponível e motivado para a
regeneração desde que apareça "gente óptima que existe no partido". "Aguiar Branco?" perguntou um jornalista, pelos vistos bom em adivinhas. "Esse", respondeu Borges, "é mesmo um belíssimo exemplo." Só falta mesmo a poda.



brvta

CATARSE NAS FRONTEIRAS


Decorria em tom modorrento a Convencão Nacional das Novas Fronteiras, quando
Júlio Machado Vaz pegou no microfone e desancou, melhor, deslombou a
alforreca dos pântanos. Nem mais. A reacção da plateia, leia-se no Expresso
("empolgou" a plateia, funcionou como "catarse colectiva"), foi dada com uma
estrondosa ovação.

Três notinhas:
ainda há vestígios de memória;
Sócrates que se cuide com a colagem do apupado papudo;
Outro papudo de má argila está a ver bem o filme.


PS - A intervenção do desassombrado Júlio não aparece no "sítio Novas
Fronteiras".



brVtna

SANTANA CONTRA MUNDIS

Por VASCO PULIDO VALENTE
in "Público", Domingo, 30 de Janeiro de 2005

A campanha de Santana Lopes começa a merecer algum interesse pela sua
própria extravagância. Como trata dele, e só dele, acabou por se tornar num
romance de aeroporto sobre a loucura e queda de um político. Espero que
alguém o escreva ou, pelo menos, que a "Oficina do Livro" o encomende. A
personagem intriga e a história da ambição falhada foi sempre um tema
literário popular. Além disso, Santana passou por tudo: pelo partido, pelo
governo, pelos jornais, pela televisão, pelo futebol e até, ou
principalmente, pela chamada "noite de Lisboa". O melodrama e a
"modernidade" estão lá, basta aproveitar; e, ainda por cima, ele não se
esqueceu de fornecer um fim digno do seu princípio. Não sai com um suspiro,
sai com um estrondo. Não deixa de ser admirável, pelo puro espectáculo, a
fúria e a cegueira com que tenta salvar a sua amada pessoa. O país
desapareceu e o PSD também. Ficou ele. A realidade excede a ficção. Quem se
lembraria de um cartaz como o do "Contra Ventos e Marés"? Parece o desafio
de Rastignac: "E, agora, Paris, nós dois". Portugal não entra ali, é Santana
contra mundis, mais nada.

Claro que, neste romance, o inimigo, omnipresente e perverso, persegue o
herói sem culpa, porque obrigatoriamente Santana tem de triunfar da
injustiça, da traição, da indiferença, da manha e, em geral, da maldade
humana. Mas não sem luta, não sem provar primeiro a sua força e a sua razão.
A Sampaio, que o tramou. Aos companheiros, que o traíram. Aos rivais, que o
esfaquearam. Ao CDS, que o despreza. À "mega-fraude" das sondagens que o dão
por acabado. E à imprensa, que "não o leva ao colo". No fundo, ao destino. A
glória virá, depois do martírio, do incorrupto povo do PPD/PSD. Não porque
esse povo descubra de repente qualquer vantagem em o eleger. De certa
maneira, Santana já largou a política e, politicamente, a sua campanha não
faz sentido. O que interessa no romance é o reconhecimento, na última cena
do último capítulo, da íntima natureza do herói e o perdão dos seus pecados;
o reencontro do PPD/PSD com o seu filho querido. Quer aconteça ou não, na
noite de 20 de Fevereiro, e com certeza que não acontece, esta apoteose deve
fechar a carreira sentimental, imensamente pública, de Santana Lopes. O
menor vestígio de pudor e bom senso seria absurdo.

30.1.05

O PRINCÍPIO NO FIM (parte I)

de "Blogo Existo"
29.6.04


O princípio de Pedrito

(Há seis anos, o Público acolheu benevolamente nas suas páginas este artigo
de opinião. Dada a sua manifesta actualidade, volto hoje a reproduzi-lo aqui
sem alterações.)

Segundo o Princípio de Peter, todas as pessoas são promovidas até atingirem
o seu nível de incompetência.

Como? Se uma pessoa se revelar competente no desempenho das suas funções,
será promovida ao nível hierárquico imediatamente superior. Se voltar a
cumprir nessas novas tarefas, será de novo promovida. E assim
sucessivamente, até chegar ao ponto em que já não consegue dar conta do
recado.

Terá, então, atingido o seu nível de incompetência. Chegada aí, não voltará
a ser promovida e ficará estacionada num cargo para o qual, manifestamente,
não se encontra preparada.

Assim se assegura que o mundo, nas suas múltiplas instâncias decisórias
políticas, empresariais e culturais, é fundamentalmente governado por
incompetentes.

Para obviar a este problema, inventou-se em Portugal, país engenhoso entre
todos, um sistema melhor: o Princípio de Pedrito, expressamente concebido
para evitar os malefícios decorrentes da aplicação do Princípio de Peter.

Manda o Princípio de Pedrito que, se alguém se revelar totalmente
incompetente no desempenho das suas funções, não ficará eternamente
acorrentado a essas funções, com manifesto prejuízo tanto para o bem-estar
público como para o próprio. Pelo contrário, assegurar-se-á a transferência
do incompetente para outro cargo onde possa fazer pelo menos tanto mal como
no anterior - e, de preferência, bastante pior.

Suponhamos, por exemplo, que Pedrito, dada a sua pouca apetência pelo
estudo, entra na escola do vício político pela porta das movimentações
estudantis. E que começa logo a criar problemas como militante partidário,
pela constante agitação que espalha entre as bases. Recruta-se então Pedrito
para dirigente nacional, na sua qualidade de jovem e fanático seguidor do
entretanto falecido fundador do partido. Se ele continuar, ainda assim, a
revelar mais aptidão para perturbar os espíritos do que para dirigir
qualquer coisa, será, na primeira ocasião, enfiado no parlamento à surrelfa
do eleitorado, com o propósito de soltá-lo às canelas da oposição.

Se, no parlamento, passar mais tempo a incomodar os colegas de bancada do
que a oposição, sugere-se ao prodígio que tente a vida empresarial. Se o
projecto empresarial fracassar, convida-se Pedrito para membro do governo.
Se, demonstrada a sua total ignorância na área de governação que teve a
desgraça de lhe ir parar às mãos, e caído esse governo, ele se candidata a
presidente do partido, e falha, ei-lo eleito presidente de um clube de
futebol.

Depois de ajudar a afundar um pouco mais esse clube, eis que o seu
momentaneamente reprimido sentido do dever o incita a procurar minar o poder
do presidente eleito do partido e a iniciar uma guerrilha com o propósito de
substituí-lo no momento mais oportuno.

Mas, se essa campanha falhar, haverá sempre a possibilidade de Pedrito se
candidatar à Presidência de uma Câmara Municipal, seja ela a de Sintra, a da
Figueira da Foz ou a de Saint-Denis. Caso também essa hipótese falhe, talvez
a Presidência de uma corporação de bombeiros, combinada com a direcção de um
novo jornal, possa servir de rampa de lançamento para uma eventual
candidatura à Presidência da República.

Como se vê, não é fácil ganhar a vida nos tempos que correm. Para manter
permanentemente as atenções da opinião pública focalizadas sobre si, Pedrito
não se poupa a esforços para alcançar elevados níveis de notoriedade.

Para servir essa estratégia, ele trata de aparecer permanentemente no
T-Club, na televisão, no Gigi da praia do Ancão, na televisão, no Diário de
Notícias, na televisão, na TSF, na televisão, no Record, na televisão, na
Nova Gente e na televisão. Ocasionalmente, uma revista de escândalos ou uma
campanha publicitária utilizam abusivamente o seu nome, mas isso é
irrelevante - o importante é aparecer, aparecer, aparecer sempre.



continua...

SUPER MAXI LOPEZ


O imperturbável Luis Felipe Vieira suplantou as notícias de Viana de
Castelo, onde Portas, imponente, ganhou um capacete, com uma tirada
fortíssima em Peso de Régua: "O Benfica não é nenhuma geladaria que compra
Super Maxis ou Cornetos a torto e a direito, somos um clube de gente séria." Isto só pode ter, como diria a Augustina Bessa Luís, o carácter fantástico
dos que provam a danação felicíssima duma imaginação graciosa.



brveta

SONDAGENS V



in "Expresso, 29Jan2005

Eusébio Furtado

28.1.05

SONDAGENS IV

"Sondagem Dá PS com Maioria Absoluta

A sondagem da Universidade Católica para PÚBLICO, RTP e RDP dá maioria absoluta ao PS, com 46 por cento, enquanto o PSD se fica pelos 28 por cento."

in Público, 28Jan2005


Eusébio Furtado

SONDAGENS III

"Sondagem: diferença do PS para o PSD aumenta


O PS voltou a aumentar a diferença para o PSD nas intenções de voto dos portugueses e a obtenção de uma maioria absoluta está claramente na mãos dos indecisos..."

in Correio da Manhã, 28Jan2005


Eusébio Furtado

SONDAGENS II

"PSD com mínimo histórico, socialistas menos absolutos..."
In DN, 28Jan2005



Eusébio Furtado

SONDAGENS I


Eusébio Furtado

CORTE NA ALDEIA

"O que a voz não pode exprimir juntamente em diferentes lugares e a diversas pessoas em um mesmo tempo, o faz a escritura com grande perfeição..."
Francisco Roiz Lobo


Mais uma recomendação "Rica Casinha"

Corte na Aldeia

26.1.05

SOBRETUDO SOBRE..NADA

"Um blog de quem não quer fazer nada de importante, só comentar tudo e todos, de uma forma disparatada e despreocupada.. um blog sobretudo sobre nada.!"


Mais uma recomendação "Rica Casinha"


Sobretudo sobre..nada

A DESVERGONHA

“E no regresso vinham todos”



Cuida, o daninho, que já expiou.

Menos de três anos depois do abjecto colapso, fabricado no laxismo, na vacilação e na cobardice, que transformou uma conjuntura favorável num lodaçal miserável, o dissimulado fez contas manhosas e, a rastejar como é seu costume, saiu do alvéolo.

Cuida ele que os portugueses cabem na descrição de Guerra Junqueiro, que os fazia “um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas…”

Cuida ele que a impunidade está a preços de feira e, ontem, no palco do CCB, chegou a ironizar, a fazer graças.

E pede, vejam só, uma “maioria absoluta.”

Se à vacuidade deprimente do engº. Sócrates se afivela este salvado do asilo dos fracassos, rebocando a matula que espojinhou o celeiro do Orçamento, talvez que o taludo cuide mal.

Talvez que o povo “humilde e macambúzio” vá buscar brio para compor a “energia dum coice”.



critovãodoVale

24.1.05

ISTO VAI LÁ COM DUAS CANTIGAS


Isto vai lá com duas cantigas.

Além do "guerreiro menino", cuja carga devastadora já é muito razoável, junte-se-lhe (ideia do Fumaças) o lindissimo "macaquinho de pilha".

Com duas cantigas isto vai lá.

Com duas cantigas e com muito amor.



GRANDES CANTIGAS (III)
via: O JUMENTO

Guerreiro Menino (um homem também chora), de Gonzaguinha, com letra de Gabriel o Pensador:

Um homem também chora
Menina morena
Também deseja colo
Palavras amenas
Precisa de carinho
Precisa de ternura
Precisa de um abraço
Da própria candura

Guerreiros são pessoas
São fortes, são frágeis
Guerreiros são meninos
No fundo do peito
Precisam de um descanso
Precisam de um remanso
Precisam de um sonho
Que os tornem refeitos

É triste ver este homem
Guerreiro menino
Com a barra de seu tempo
Por sobre seus ombros
Eu vejo que ele berra
Eu vejo que ele sangra
A dor que traz no peito
Pois ama e ama

Um homem se humilha
Se castram seu sonho
Seu sonho é sua vida
E a vida é trabalho
E sem o seu trabalho
Um homem não tem honra
E sem a sua honra
Se morre, se mata
Não dá pra ser feliz
Não dá pra ser feliz



GRANDES CANTIGAS (II)
via: O JUMENTO

O Macaquinho De Pilha, de Toquinho

O macaquinho quando está de pilha nova
Fica todo entusiasmado, bota pra quebrar.
Abre a torneira e sai molhando a casa inteira
E o rolo de papel higiênico vai desenrolar.
Entope o ralo, fecha a porta, abre a janela
E duas tampas de panela bate até cansar.

Pula do canto de cá pro outro lado de lá
E o pula-pula segue até o sol raiar.
Se mete em todo buraco, tá com macaca o macaco,
Só fica quieto se a pilha se acabar.

Continuando, pro azar da cozinheira,
Ele vai na geladeira só pra xeretar.
Mistura ovo, abacaxi e marmelada
Com iogurte e carne assada e larga tudo lá.

Pega a toalha e põe embaixo do chuveiro,
Vira a cinza do cinzeiro pra depois soprar.
Gira a cabeça ligeiro, coçando a nuca e o traseiro,
E o coça-coça segue até o sol raiar.

Se esconde dentro de um saco,
Tá com a macaca o macaco.
Só fica quieto se a pilha se acabar.
Qua - qua - ra - qua - qua
Essa semana o macaquinho se complicou
E numa casca de banana o coitadinho escorregou.




Kubanacam, 23 de Janeiro

CrsDval

“NÃO DÁ PARA SER FELIZ”

(de o “guerreiro menino”)


“A democracia é a arte e a ciência de administrar o circo a partir da jaula dos macacos”
H.L.Mencken




Os apoiantes do PSD andavam envergonhados, os outros rebolavam-se de gozo, mas o certo é que ninguém percebia como era possível andar aí nos ares, a abrir comícios, uma apatetada musiquinha brasileira, linha infra-pimba, o”guerreiro menino”.

Só podia ser sabotagem, melhor, mais uma facada, e pela tremenda violência, a última.

Afinal a coisa tem outra explicação: Um dos organizadores do fabuloso número contou ao “expresso” que a estratégia é explorar o papel do “patinho feio”.

E mais: “Foi assim que o Zé Maria ganhou o big brother.”



Kubanacam, 22 de Janeiro
crsdVl

DE VER, DE LEITURA

por Vasco Pulido Valente



O Bom Aluno

Ascensão e Queda

O Homem É Perigoso

Águia Morta


A Vitória, esse belo animal, já captara o presságio.
O voo, de costume soberbo, adiou-o primeiro e depois não teve o traço luminoso.

O pior, dentro dos outros horrores, foi o conformismo dos adeptos.
No tempo em que havia o Benfica tinha ido tudo raso.

Vieira, Veiga, Trapp, mais os coirões apatetados que, rabiados por um honrado time de Aveiro, andaram a estragar a relva do nosso estádio.
Desceu-se de facto até ao fundo.

O desastre, na sua perfeição absoluta, está consumado.
O Benfica sportinguizou-se.

CrsdVle

UMA CAMPANHA TRISTE

por António Barreto


Os avisos e alertas repetem-se. Já se fala de congelamento, por vários anos, de vencimentos e promoções. Pela primeira vez, a CGTP e o PS admitem ter de diminuir os efectivos da função pública. Sugere-se que a idade de reforma dos funcionários seja mais tardia. Pretende-se negociar, entre patrões e trabalhadores, contratos de contenção de salários e de diminuição de dias de trabalho. Mais do que os avisos, os factos são indiscutíveis. O consumo privado não pára de crescer. O consumo público não diminui o necessário. O investimento estagna. Mesmo já deprimida, a actividade económica abranda. O défice comercial externo aumenta.

ver mais

21.1.05

ARNAUT FLAMBÉ


O DESTEMPERO GRASSA


Segundo “o independente”, o sr Relvas, a penitência de Santarém, “garante que ele próprio não está apostado em suceder a Santana Lopes”.

Esticadinho no bico dos botins de feira, o taludo, aparentemente contente consigo mesmo, lançou-se no espaço sideral.

Ao olhar, com desgosto, o recorte deste tunante, mais o dos Marcos Antónios, Pretos, Almeidas e quejandos, são as palavras de Guerra Junqueiro que, revoltadas, acodem, ao falar de um povo “que nem com as orelhas é capaz de sacudir as moscas.”


crisDVale

“PELO POVO E CONTRA OS INTERESSES”

Miguel almeida


Olhando nos escaparates a catadura e o feitio do almeidinha das farturas, que, “ presidente de três empresas da área dos resíduos do grupo Águas de Portugal”,aparece e desaparece por tudo o que é sítio, uma pergunta e uma constatação se impõem :

Quem pôs uma criatura destas em circulação alta?

Fialho viu bem (vd. Não está um caso bonito? – 6.1.05).


CrisdVale

OLHO DE MILHAFRE

"Um olhar das ilhas sobre o mundo"

Mais uma recomendação "Rica Casinha"

Olho de Milhafre

20.1.05

30 ANOS DEPOIS, OUTRA VEZ ALMADA...



A não perder n'O Jumento

BAZUCADAS


Santana Lopes denunciou ontem num comício em Almada que o então ministro do ambiente José Socrates, já depois das eleições que ditaram a vitória do PSD, nomeou o seu chefe de gabinete - Filipe Baptista para Inspector-Geral do Ambiente.

Ainda na noite de ontem, o porta voz do PS - Pedro Silva Pereira, veio desmentir a versão citada, afirmando que o dito então chefe de gabinete foi nomeado de facto para aquele cargo mas pelo ministro do ambiente do PSD - Isaltino de Morais.

Mais tarde, um tal Miguel Almeida do PSD veio confirmar o "lapso" afirmando que teria sido ele o responsável pelo "engano" e que o primeiro ministro se queria referir não a Filipe Pereira mas sim a João Gonçalves que não foi chefe de gabinete de Sócrates mas foi nomeado, não para Inspector-Geral do Ambiente mas para Presidente do Instituto do Ambiente...

Não parece simples mas o tal Almeida (o Almeidinha das Farturas) afirma que a questão de fundo se mantém... Depois desta trapalhada alguém ainda sabe qual é a tal questão de fundo?


Eusébio Furtado

DEMOCRACIA COM PAUSAS


Em entrevista densa à “Visão”, o actor Diogo Infante, perguntado sobre o estado da cultura em Portugal, afirma que “reflecte bem o estado da nação”.

Mais, avança o seguinte:” Tem de se fazer uma pausa e esperar que haja um novo governo com capacidade de tomar decisões de fundo.”

E areja: “A democracia tem destas coisas. Funcionam a curto prazo, para tentar encher o olho, com esperança de ficarem mais quatro anos”.

De facto, uma pausa é o que se pede.

19.1.05

APITADELAS

"Nuno Cardoso constituído arguido e ouvido pela PJ

O antigo presidente da Câmara Municipal do Porto, Nuno Cardoso, foi constituído arguido e está a ser ouvido pela Polícia Judiciária, no âmbito da investigação à venda dos terrenos onde foi construído o estádio do Dragão...

...Cardoso é suspeito de ter favorecido o clube de futebol, tendo lesado a Câmara Municipal em cerca de 3 milhões de euros."

In Diário Digital, 18Jan2005



Mais uma vez, Rui Rio e Aguiar Branco tinham razão.

Esta gente é assim. Cardoso até parecia ser um sujeito decente, bastante diferente do seu antecessor Fernando Gomes. Enquanto foi diferente sofreu resistências e pressões. Depois, pelos vistos cedeu. Está à vista o resultado. Tornou-se igual.

Quem se mete com esta gente dá-se mal. Rui Rio e Aguiar Branco têm razão. Distância!


Eusébio Furtado

ADUNAÇÃO DOS AGOIROS


“Porque afinal de contas, nem todos os críticos espiritados por vinhos canalhas têm o humor faíscante de Poe, de Hoffmann, de Marlowe, de Zacarias Werner e de Bocage – uma constelação de bêbados imortalmente clássicos”
Camilo C. B.



A observação dos sinais, a um mês das eleições, pode levar, sem entrar pelos caminhos escorregadios da ciência augural, a pressentimentos sobre os destinos da governação.
Adubando os presságios com vistas de doutores, trazem-se à interpretação Cervantes, Maquiavel e Wittgenstein.

Diz o primeiro: “Tanto se perde por uma carta a mais como por uma carta a menos.”
Assim o PS, que, embora com uma carta a mais, trazida pelo pêndulo, vai perder.
Pelas fragilidades insuspeitadas do líder e pelo entulho guterráceo, que não sabe nem pode esconder, vai falhar a maioria absoluta, o que, no caso, é perder.
Assim o PSD, que, com uma carta a menos, levada pelo pêndulo, vai perder.
Pela inepcia estrondosa,cinco meses a fio, de uma liderança desnorteada vai ficar atrás do PS, fazendo difíceis malabarismos na barra dos 30%.

Diz o segundo: Democracia e demagogia são irmãs, parecem-se devido “à semelhança que a virtude tem com o vício.”
Assim, fazendo carreira, o PP junta a cinco meses de sacerdócio bem paramentado a queda talentosa para a romaria e, porque sobe, vai ganhar.

Diz o terceiro:”Acerca daquilo de que não se pode falar, tem que se ficar em silêncio.”
Assim, é de ver, embora em silêncio, que, pelo “compromisso” de Portugal, pelo “pensar positivo”, pelo espírito santo e por outros santos da Europa, o senhor PR, pela estabilidade e pelo médio prazo, vai pedir ao PS e ao PP, após cosultas complexas, o fundamentado sacrifício de governarem em coligação.
Em nome do interesse nacional, que a hora é tremenda, PS e PP aceitam.Briosos.


É tudo por amor a Portugal, como diria o outro.



BrVtna

18.1.05

"Há tempos de usar de coruja e tempos de voar como o falcão"

D. João II



O FREI LUIS


“Cega, a Sciencia a inútil gleba lavra.

Louca, a Fé vive o sonho do seu culto.

Um novo Deus é só uma palavra.

Não procures nem creias: tudo é oculto”

F. Pessoa




As labaredas da consciência lavram altas. Num esplêndido arroubo de contrição, já perto de uma feroz flagelação, o prof Magalhães, esse o “Reinaldo Teles” (vd. Fellini 8 e ½ - 28.12.05), vem, na secção “cartas ao director” do Público, dar um brado de peito, daqueles de riçar a alma mais dura.

Brama, veja-se só, pela “Honestidade”! Quer mesmo, e “em primeiro lugar”, um choque da dita.

Submergindo no cálice da penitência, dispara para a acta que “a verdade, o rigor, a transparência, e a responsabilização são instrumentos essenciais de uma administração pública honesta e íntegra.”

A verdade.

O rigor.

A transparência.

A responsabilização.

Onde pára o ex-presidente da fct que fez disparar em Bruxelas as sirenes do pecado?

Aonde foi o fiel Reinaldo, o das estúrdias e rabinices que puseram a investigação nacional a côdeas por dois anos (vd. Maroteiras na Aldeia – 18.6.04)?

Foi-se.

Temos agora o Frei Luis.

Que o choque, que lhe tarda e merece, o acuda.


BrVentana

ARTE DE FURTAR


Não é de agora.

Trata-se de obra publicada, sob anonimato, em 1652, com

o mais assombroso subtítulo de todos os tempos:

Espelho de Enganos, Teatro de Verdades, Mostrador de horas minguadas, Gazua geral dos Reinos de Portugal.


Apesar de atribuída a sua autoria ao padre António Vieira, pode a mesma ser pertença de António de Sousa Macedo ou de Manuel da Costa (vd. Roger Bismut – INCM – 1991).


A Arte de Furtar põe a “Senhora Dona Política” filha da “Senhora Razão de Estado” e do “Senhor Amor-próprio”.

“Dotaram-na de sagacidade hereditária e de modéstia postiça. Criou-se nas Cortes dos grandes Príncipes, embrulhou-os a todos, teve por aios a Maquiavel, Pelágio, Calvino, Lutero e outros doutores dessa qualidade, com cuja doutrina se fez tão viciosa que dela nasceram todas as seitas e heresias que hoje abrasam o mundo”

Além do mais, “todos falam de política, muitos compõem livros dela e no cabo nenhum a viu, nem sabe de que cor é.”

E desdobra a máxima:

“A primeira máxima de toda a política do mundo que todos os seus preceitos encerram em dois, como temos dito, o bom para mim e o mau para vós.”

Ao aceitar a regra de “viva quem vence. E vence quem mais pode, e quem mais pode tenha tudo por seu, porque tudo se lhe rende”, aqui “errou o norte totalmente, porque tratou só do temporal sem pôr a mira no eterno.”


Quanta distância, a palmilhada desde 1652….



brVta

Taça de Portugal (*)



A vingança serve-se fria!
Já tirei os cubos de gelo... e agucei o bico!
NOTA - O Porto ficou isento.

(*) do "Pé de meia...."

BARBUDA NÃO TEMOS


“Tinha muita lição de livro mau donde sacava virtuosas parvoiçadas, mas habitava nele um gosto depravado pelo fadinho e um justo amor pelo bacalhau de cebolada.”

E. de Queirós


Lá haver gente de atributos, lá isso ele há.

Se bem que o Houdini dos gasóleos tenha ficado de fora, basta ver que um Almeidinha das farturas, um Feliciano “barreiras”, um Pita Ameixa, mesmo um Relvas acabaram por desembocar nas listas.

Mas não têm o recorte e a espuma do Deputado Calisto Elói de Silos e Benevides de Barbuda, eleito em 1859 por Miranda do Douro.

Morgado da Agra de Freimas, mais tarde feito Barão, aos miguelistas que o vituperavam como”acérrimo” apenas arremessou que estava “no rumo que o farol da civilização alumiava com mais clara luz.”

Falta-nos, nas listas, atitudes sisudas como soía.

De facto, Barbuda não temos.


brVta

"SE FOR POUCO O VINHO BEBA EU DIANTE

(QUE QUEM LEVA A PRIMEIRA NÃO FICA SEM ELA)"



"Aqui ofereço a V. Excelência uma conversação de amigos bem acostumados, umas noites de Inverno melhor gastadas que as que se passam em outros exercícios prejudiciais à vida e consciência; finalmente uma Corte que, como bonina do mato, a que falta o cheiro e a brandura das dos jardins, ainda que na aparência e cores a queira contrafazer, é contudo diferente. Se os ditos destes aldeãos cheirarem a Corte, acreditarão o título do livro, e, se souberem ao monte, também nele se confessa por Corte da Aldeia;

(...)

Perto da cidade principal da Lusitânia está uma graciosa Aldeia que com igual distância fica situada à vista do mar Oceano, fresca no Verão, com muitos favores da natureza, e rica no Estio e Inverno com os fruitos e comodidades que ajudam a passar a vida saborosamente; porque com a vizinhança dos portos do mar por uma parte e da outra com a comunicação de uma ribeira que enche os seus vales e outeiros de arvoredos e verdura, tem em todos os tempos do ano o que em diferentes lugares costuma buscar a necessidade dos homens; e por este respeito foi sempre o sítio escolhido, para desvio da Corte e voluntário desterro do tráfego dela, dos cortesãos que ali tinham quintas, amigos ou heranças, que costumam ser valhacouto dos excessivos gastos da Cidade.

Um Inverno em que a Aldeia estava feita Corte com homens de tanto preço que a podiam fazer em qualquer parte, se juntava a maior deles em casa dum antigo morador daquele lugar, que também o fora em outra idade da casa dos Reis, donde, com a mudança e experiência dos anos, fez eleição dos montes para passar neles os que lhe ficavam da vida; grande acerto de quem colhe este fruito entre desenganos. Ali, ora em conversação aprazível, ora em moderado e quieto jogo se passava o tempo, se gozavam as noites, se sentiam menos as importunas chuvas e ventos de Novembro e se amparavam contra os frios rigorosos de Janeiro.

Entre outros homens que naquela companhia se achavam eram nela mais acostumados, em anoitecendo, um Letrado que ali tinha um casal e que já tivera honrados cargos de governo da justiça na Cidade, homem prudente, concertado na vida, Doutor na sua profissão e lido nas histórias da humanidade; um Fidalgo mancebo, inclinado ao exercício da caça e muito afeiçoado às coisas da pátria, em cujas histórias estava bem visto; um Estudante de bom engenho, que, entre os seus estudos, se empregava algumas vezes nos da poesia; um velho não muito rico, que tinha servido a um dos grandes da Corte, com cujo galardão se reparara naquele lugar, homem de boa criação, e, além de bem entendido, notavelmente engraçado no que dizia, e muito natural de uma murmuração que ficasse entre o couro e a carne, sem dar ferida penetrante."

Francico Rodrigues Lobo (Corte na Aldeia)


brVt

17.1.05

A VALER


A primeira imagem a cores de Titã


IMPERDÍVEL

"Ai, terra do nosso berço" no Público.

Por Vasco Pulido Valente

RACING MAIS FORTE...


O central brasileiro do Benfica poderá assinar contrato no início da semana
Argel deverá rumar ao Racing de Santander...

HISTÓRIA DE BOLSO


“Ó portugal, se fosses só três sílabas,
Linda vista para o mar,
(...)
Se fosses só o sal, o sol, o sul,
O ladino pardal,
(...)”
Alexandre O´Neill




Em 1830 o rendimento médio de um português andava pelos 250 dólares.
Estava acima do belga (240), do dinamarquês (225), do sueco (235), e também do
alemão (240), do norte americano (240) e do japonês (180)
Apenas era superado pelo rendimento de um inglês (370), de um canadiano (280)
ou de um francês (275).
Trinta anos mais tarde, Portugal tinha aumentado o seu rendimento médio per
capita para o equivalente a 290 dólares, mas tombara significativamente em
termos comparativos. Encontrava-se agora muito atrás, do Reino Unido (600), dos
Estados Unidos (550) e da Suiça (415) e também dos países nórdicos, da Espanha,
Bélgica e Holanda.

Em 1913,três países – Estados Unidos, Reino Unido e Canadá - ultrapassavam a
barreira dos 1000 dólares e, no mundo industrializado, Portugal era um dos três
( com o Japão e a Rússia) a quedar-se na casa dos 300 dólares.
Em 1929, apenas a União Soviética (350) se encontrava atrás de Portugal (380).
Em 1950, com 440 dólares, Portugal voltava a ser penúltimo, com a Espanha,
marcada pela guerra Civil, a regredir e a cair no último lugar (430).



Fundado em 1143, Portugal assinou com Castela em 1927 o Tratado de Alcanises,
pelo qual se firmaram praticamente as suas fronteiras actuais.
Em 1415, um país de um milhão de pobres e analfabetos camponeses lançou-se numa
surpreendente Expansão.
Em 1494, o poder portugês atinge o seu auge e é celebrado com a outra
superpotência do tempo o tratado de Tordesilhas, ficando o mundo dividido em
duas esferas de influência.

Donde veio a decadência?
Dois factores importantes para o declínio económico e espiritual foram a
expulsão dos judeus (1496) e a introdução da inquisição (1536).
Os judeus tinham os capitais e o saber científico e cosmopolita fulcrais para o
desenvolvimento. Por outro lado, com a inquisição, Portugal sofria os efeitos
estagnadores da contra-reforma e os efeitos destruidores das fogueiras do Santo
Ofício sem ter navegado os ventos da Reforma.
Em 1640, o brilhante Padre António Vieira foi usado como embaixador de D. João
IV pela Europa fora, procurando legitimar o novo regime. Os seus grandes
objectivos eram o regresso dos judeus mais os seus capitais (entrtanto emigrados
na Holanda) e fazer cessar a inquisição.
Não teve êxito.

As riquezas do Brasil, a partir de 1693, a acção do Marquês de Pombal, 50 anos
depois, as invasões francesas em 1806, provocaram sobressaltos que nunca
consumaram uma passagem sustentada para o desenvolvimento continuado.
As revoltas liberais e a guerra civil entre cartistas e miguelistas desembocaram
num rotativismo que não deu sangue novo a uma monarquia velha de oito séculos,
que morre desprestigiada, falida e pobre em 1910.
Na primeira República houve de tudo, menos democracia e desenvolvimento.
O Portugal rural, analfabeto, descalço continuou sem arrancar e o descalabro
levou ao 28 de Maio.
Meio século mais tarde, cai outro regime, deixando o país com os indicadores
económicos e sociais mais atrasados do continente.


561 anos depois o país regressa ao seu território europeu e estabiliza a
democracia nos anos oitenta.
Com a adesão à CEE o crescimento económico ganha novo balanço e a convergência
face à media europeia parece atingível.
Mas com o final do século voltam as angústias e a divergência. O fosso em
relação aos parceiros volta a alargar-se.

Qual a razão de tudo isto?
Falhou o povo ou falharam as elites que o foram governando ao longo da sua
História?
Em 1900 a percentagem de analfabetos em Portugal era de 78% contra apenas 3% no
Reino Unido.
Hoje cerca de 77% da população adulta apresenta níveis de literacia dos mais
baixos da OCDE.
São, estes dados, causa ou sintoma?

Enfrentando o dogma segundo o qual o económico precede o social, o qual, por sua
vez, determinaria o mental, cremos, com Peyrefitte, que a razão fulcral do
desenvolvimento económico e da modernidade reside num conjunto de factores
socio-culturais que se traduzem em atitudes, comportamentos, maneiras de estar e
de ser – um ethos – dos homens e das mulheres numa sociedade.

Se assim for, se aí residirem os porquês, havemos de convir que o nosso lugar no
mundo (nos “melhores” trinta) não é brilhante nem trágico.
O que seria optimo era, promovendo um ethos de confiança competitiva, não
descer.



(Fernando C. De Oliveira- “Publica – 31.12.00;
A. Peyreffite – “O milagre em Economia” )




crsDVal

E PODES LEVAR O MANDARIM


“Não faças travessuras, faz antes travessias – toma, podes levar a avioneta”

ver mais n' "O Jumento"

14.1.05

ESTÁ QUASE



Se correr bem, pode ser assim.

Daqui a algumas horas veremos a realidade (menos colorida será realidade)

Boa sorte Huygens!

O OUTRO PORTUGAL


Nem só os videirinhos habitam e pastam esta terra.

Há gente de muita qualidade e trabalho que vai navegando as marés adversas.

Veja-se e ouça-se Félix Ribeiro que, no V Fórum de Embaixadores da API, recusando o pessimismo, apontou “três áreas luminosas” com potencial em Portugal:

ciências da saúde e biotecnologia, ciências da computação e telecomunicações, engenharia mecânica, aeronáutica e robótica.

O Norte, dentro de 10, anos deveria ser o “principal centro europeu dos consumíveis hospitalares”. O Sul, referiu o economista do DPP, tem potencialidades na biotecnologia, no sector automóvel e na aeronáutica.

Foi notado no Fórum, quanto à competitividade tecnológica, que em temos de infra-estruturas, Portugal já está, p. e., à frente da Espanha e da Irlanda.

O problema é “a falta de inovação” e a formação de recursos humanos, ao nível do terceiro mundo, o que leva a que os agentes da sociedade portuguesa não têm sido capazes de tirar proveito do potencial instalado.

QUASE NADA


“The worst thing about being a depraved pirate
is having to work with a bunch of depraved pirates”




Fazendo o ponto à navegação com Camilo:

“ Temos tudo quanto podem ambicionar os netos daqueles que civilizaram mundos novos. Só nos falta – diga-se a verdade sem presunção – falta-nos uma pequena coisa, que faça os homens bons: falta-nos a virtude e a moral; falta-nos o respeito à lei, e a lei que deva respeitar-se; falta-nos esse quase nada que faz um povo de traficantes e de corruptos uma sociedade de irmãos e de amigos…”

(Dispersos)




brVta

13.1.05

IMAGEM DO DIA




A sonda europeia Huygens lançada da nave americana Cassini.

A caminho da lua de Saturno Titã.

Boa sorte! Se tudo correr bem chegará amanhã.

Mais informação em:

Nasa Cassini-Huygens Mission

ESA Cassini-Huygens

Política menor


António Preto, Ferreira Torres, Jaime Ramos, Mendes Bota, Mesquita Machado, Narciso Miranda, Nuno Cardoso... e muitos outros, extraídos de um pluralista e muito variado sortido de políticos mais ou menos profissionalizados, a quem a nossa infeliz democracia reconhece estatuto de líder de alguma coisa.


Por Júlio Elvas Pinheiro. Ver mais no Diário Económico de 12/01/2005

O MERGULHO

“Queriam que ele fosse de canoa?”

Luís Delgado (Sic-Notícias)




Sarmento vai ao banho no bom-bom e leva o primo, o da Galp.

Santana diz-se incomodado.

Sarmento diz que para esses incómodos não está disponível.

Até porque, além do primo, levara a S. Tomé mensagem de Santana.

Vai de saída mas Arnault aguenta-o.

Barreto, lá da China, diz que não sabe nada do tema Galp/S. Tomé.

O seu ministério, todavia, sabia qualquer coisa.

O “Público” explica que Santana e Sarmento “cada um à sua maneira acha que é melhor do que o outro”.

E ainda há nisto um Maserati e o voo do “outro” falcon

Debaixo de água é que se está bem.

Melhor: bom, bom é debaixo de água.



crsVal

12.1.05

MELHOR É IMPOSSÍVEL


“Sinto orgulho quando vejo a paisagem alentejana”

Paco Bandeira




O inexplicável Capoulas Santos achou por bem desarrolhar-se e, de repente, assomou:

“Este é um exemplo da renovação que o PS tem sido tão criticado por não o fazer.

Matilde Sousa Franco revelou ter enormes qualidades políticas e merece uma oportunidade” (Focus nº 274)


Este “coordenador de listas”, a partir de agora, só espertará alguma atenção quando vier contar em que posição é que vai arrumar (de novo ao serviço da coisa pública) o político José Luis Judas.

Que esse sim, faz falta.



brVta

HAJA LIMITES NO COMBATE POLÍTICO...


"(...) O candidato do PSD (centro-direita) é Pedro Santana Lopes, atual primeiro-ministro boêmio declarado, três casamentos desfeitos(...) Já o líder do Partido Socialista é José Sócrates (...)"



Tudo isto em: Giba Um e lá, na coluna da direita, nas "Edições Anteriores", seleccione "05/01/2005" e veja "Fado Tropical".


Inacreditável! É o vale tudo na política portuguesa. Temos de dizer basta!


ABSOLUTAMENTE EXTRAORDINÁRIO

“Cada uno es como Dios le hizo,

y aun peor muchas vezes”

Miguel de Cervantès





O nº 60 da Revista “Tempo” vem belíssimo.

Logo na capa se anuncia que Miguel Almeida fala de Santana Lopes.

“Trabalho e grande competência”, são os atributos chave de PSL, segundo o presidente da EGF.

Na entrevista, Miguel de Almeida deixa uma ideia possante: “ Pelo povo e contra os grupos de interesses.”

E o esboço de um rumo: “ O país precisa de sonhar e ter quem nos conduza para esse sonho”.



cristdVale

SÓ LEMBRANÇAS BELAS (SLB)

“Encore une victoire comme celle-ci et je suis perdu!”

Pirro




Com o nº 10 nas costas, APV, no “trio de ataque”, recupera, domina e põe ao dispor dos avançados.

Com perfume e veneno, que é o que se pede aos armadores.

Com recorte fino no “lampejo que precede o disparo”.

Os senhores Vs têm já pouco tempo para mostrar à “soberba multidão” um APV dentro do campo.

Muito pouco tempo.



brVtn

O TOPO GIGIO


Sacudindo a torpeza que o enchafurda, o teórico dos pântanos abrolha de mansinho e silva que vai ter (na campanha) uma presença “discreta, mas muito inequívoca e afirmativa…”

Dá gosto ver o invertebrado voltar à flor da voga, a oferecer-se, imaginem os eleitores, para caucionar, para abonar, para afiançar, para amparar, para avalizar, para arrimar o bivaque do PS.
Benza-o Deus!

A sorte do engº. Sócrates tinha na verdade de ter um limite.
O álbum das lindezas vai ficando completo.
O topo gigio voltou.



crisdoval

CÉSAR BORGIA

Portrait en pied



Sur fond d´ombre noyant un riche vestibule

Où le buste d´Horace et celui de Tibulle

Lointains et de profil rêvent en marbre blanc,

La main gauche au poignard et la main droite au flanc

Tandis qu´un rire doux redresse la moustache,

Le duc César en grand costume se détache.

Les yeux noirs, les cheveux noirs et le velours noir

Vont contrastant, parmi l´or somptueux d´un soir,

Avec la pâleur mate et belle du visage

Vu de trois quarts et très ombré , suivant l´usage

Des Espagnols ainsi que des Venetiens

Dans les portraits de rois et de patriciens.

Le nez palpite, fin et droit. La bouche, rouge,

Est mince, et l´on dirait que la tenture bouge

Au souffle véhément qui doit s´en exaler.

Et le regard errant avec laisser-aller

Devant lui, comme il sied aux anciennes peintures,

Fourmille de pensers énormes d´aventures.

Et le front, large et pur, silloné d´un grand pli,

Sans doute de projects formidables rempli,

Médite sous la toque où frissone une plume

S´élançant hors d´un noeud de rubis qui s´allume.



Paul Verlaine





brVt

ALL ON BOARD!


A selecção dos que vão assegurar a continuidade do nosso Parlamento foi feita e já estão todos a bordo. A Arca de Noé vai partir e só nos resta saber quais os que, de entre os que conseguiram entrar a bordo, ainda vão ser atirados pela borda fora antes de terminada a viagem, por excesso de carga.

Ver mais n' "O Jumento"

CONTRIBUTO DOS LEITORES


"gazzetta dello sport de olho na superliga

Caríssimo sr Bruno Ventana:

Que reconfortante que é para um emigrante, apesar da distância e da saudade, saber que na nossa terra, nada mudou. Aqui vai um recorte de um conhecido diário transalpino que demonstra isso mesmo. Um grande abraço

Portogallo: il Benfica del Trap sconfitto nel derby di Lisbona
Lo Sporting si impone 2-1

Derby molto indigesto per Giovanni Trapattoni. Nell`anticipo della 16.a giornata di serie A portoghese il Benfica è stato sconfitto 2-1 nella stracittadina di Lisbona allo stadio Josè Alvalade dai rivali dello Sporting. Padroni di casa in vantaggio con indubitabile giustizia al 22` con Liedson. Pronta la replica del Benfica che perviene al pareggio con l`ex bomber della Fiorentina Nuno Gomes. Ma al 67` è ancora Liedson a fissare il 2-1 finale. Una squadra di Trap senza argumenti per contrariare il compatto calcio dei suo storico rivale. Un espulso per parte: Rui Jorge e Alcides (Benfica)."

11.1.05

IMAGEM DO DIA



O UIVO


“Na fome e em outras formas de desespero alguns bichos deitam a uivar”

bv



A matilha, enredada, ulula.

Para os bichos, no campo dos sentidos, o da sobrevivência é o mais agudo.

Com o sujo pêlo eriçado, já perceberam.

A queda de água, com as fragas terminantes, é já aí.

Pode é acontecer que, antes, se devorem uns aos outros.

Em qualquer caso é horroroso.



BrVent.


10.1.05

TAMÉM TÁ BEM

"Eles estão a gostar muito disto. Têm feito mergulho e estão encantados com a beleza do mar e da terra, e com as praias Banana e Macaco", adiantou ao CM uma fonte local.

A visita de Morais Sarmento tem como objectivo a assinatura de um protocolo de cooperação no domínio da Comunicação Social, avaliado em 350 mil euros. Foram oferecidos à televisão cem cassetes, um leitor de vídeo e programas da RTP, SIC e TVI.

ver mais n'"O Jumento"

"Não Vamos Lá" (*)


Jorge Sampaio acabou anteontem um debate na SIC com uma observação profética: "Sem o médio prazo não vamos lá". Mas, se como dizia o sábio, a médio prazo estamos todos mortos, "não vamos lá" na mesma. Este "lá" do Presidente era (já adivinharam) a salvação da Pátria. A Pátria aparentemente precisa de "medidas" muito impopulares durante muito tempo, mas ninguém acredita que, no seu estado actual, o PS ou o PSD as tomem. Para resolver esta pequena dificuldade, há duas propostas, não necessariamente incompatíveis. Por um lado, alguma gente moderada e sisuda sugere um "entendimento" ou um "pacto" entre os dois partidos, ou seja, uma espécie de "bloco central" sem a promiscuidade e sem o nome, com o fim inefável de resolver em comum os problemas mais bicudos. Por outro lado, uma certa opinião quer governos fortes com uma grande maioria e um mandato de cinco anos, presumindo ardilosamente que esses governos poderão espremer os portugueses durante os primeiros quatro anos, para os redimir (e lhes caçar os votos) no quinto. A primeira solução exige ao PSD ou ao PS (conforme quem ficar de fora) um espírito de sacrifício nunca visto na vulgar humanidade democrática. A segunda solução só exige um pequeno conserto na lei eleitoral, a favor do PS e do PSD e contra o CDS, o PC e o "Bloco". De qualquer maneira, para estes pensadores, tudo se deve resolver com o PS e o PSD. Basta, suavemente ou à bruta, suprimir ou limitar a oposição para que eles, livres de eleições, se ponham logo a salvar a Pátria. A médio prazo.

Não ocorre a ninguém que o PS e PSD e o parlamentarismo bastardo e corrompido que os permite, engorda e faz florescer são o problema: a médio, curto e longo prazo. Como não ocorre a ninguém que o interesse vital do PS e do PSD é não se "reformar" e não deixar que o regime se reforme. Vivem os dois perfeitamente assim; e resistirão a que se toque na sua influência, nos seus privilégios, nas suas clientelas, nos seus negócios, no seu dinheiro. As panaceias que por aí se oferecem e que não partem deste facto básico não levam a nada. Quanto muito, entretêm teóricos de domingo e políticos desempregados, que se gostam de ouvir e se despediram definitivamente da realidade.


(*) in Público, 09 de Janeiro de 2005
Por VASCO PULIDO VALENTE

OS VIDEIRINHOS


“Abandonam o percale dos fatinhos baratos e surgem aí todos pimpões.”



A hora é deles. Estão nas listas, no terço superior, o que não espanta, pois elas são obra sua. O instinto deles vai beber ao rebaixamento moral da caterva que se desmancha e, como dizia um autor antigo, fazem “regressar o homem às bobages grotescas do bugio”.

A pele lustrosa brilha-lhes e os olhinhos, afunilados na avidez, parecem alegrar-se, nervosos, da própria manha.

Sob adereços de casquinha, presumem, dissimulam o seu talento de perinha sorvada e, patinhando o atoleiro, imaginam, vão subsistir nos engenhos comissionistas.

São os videirinhos.



crisdovale

ARREBENTANDO OS TIRANTES


“…e tem havido uma batotinha minaz no Turf-Club.”



A despolarização de aptidões que ao longo dos últimos cinco meses assolou a “5 de Outubro”, dando cultivo às habilidades de uma amadora patusca, é daquelas que desanima de vez o cidadão mais valente.

O lugar é difícil – nele soçobraram com estrondo pessoas de alguma preparação como o prof. Santos Silva – e de consequências tremendas.

A rematar a lamentável e burlesca prestação, a inquilina, e aqui alem da falta de tino devem ter entrado os nervos, atirou, esvoaçante, que não achava interessante ir ao Parlamento explicar a coisa.

A coisa prendia-se tão-somente com umas dezenas de milhões torrados ao contribuinte.
Esta curiosa, rebuçada de tolice, vai voltar à sua vida, amadurecida com a interessante experiência e com as mesmas nuances.

Quem é o responsável por esta brincadeira?



crisdovale

Voto Anarca (Cenario II) o Voto Integral


Fumegante de verve e de coupure mordente nos descritivos e observações, o Cenario II do Anarca, entalhando a prosa com a elegância costumeira, empurra-nos para um desafio pesado.

A pasta é de monta.

Mas a hora não é de tergiversar e dizemos: Estamos!

As tarefas são muitas e complexas.

Vamo-nos a elas com a dalmática de seda brochée à fleurs e gulosos.

Vamo-nos a elas gulosos é mesmo, no seu todo, o programa.

O compromisso, no plano das ideias, é o de, sem roulades académicas, pô-las a nu.

Juramos pela nossa honra cumprir com lealdade as funções que nos são confiadas, e não colaremos ao nosso desempenho lanugens morrinhosas.


brunoventana


REBUÇADOS NO PASSADO


“Eu não quero frades nas colónias”

Teixeira de Vasconcelos (17 de Fevereiro de 1877)






A partir de Março de 1877 surgiu um Governo presidido por António José de Ávila, que durou cerca de dez meses, formado maioritariamente pelos seus amigos e que contava com os independentes Barros e Cunha e Sousa Pinto.

Não tinha maioria “própria”, nem programa definido.

O olhar de Ramalho Ortigão:



“ O monarca lavrou então o decreto mandando o seu antigo ministério bochechar e encarregou o senhor Marquês de Ávila e Bolama de reunir com os seus amigos o número de dentes necessário para formar uma gerência duradoura e firme.



Mais, das Farpas:

“Em Portugal, em vez da lógica conservadores/revolucionários havia uma maioria parlamentar e uma oposição composta de vários grupos dissidentes. Estes grupos são fragmentos dispersos do único partido existente - o partido conservador - fragmentos cuja gravitação constitui o organismo do poder legislativo. Estes partidos, todos conservadores, não tendo princípios próprios nem ideias fundamentais que os distingam uns dos outros, sendo absolutamente indiferente para a ordem e o progresso que governe um deles ou que governe qualquer dos outros, conchavaram-se todos e resolveram de comum acordo revezarem-se no poder e governarem alternadamente segundo o lado para que as despesas da retórica nos debates ou a força da corrupção na urna faça pesar a balança da régia escolha. Tal é o espectáculo recreativo que há vinte anos nos está dando a representação nacional.”


Bvetn.

A AUTÓPSIA


Das listas PS por José Manuel Fernandes. (Público 7.12)

7.1.05

REBOBINANDO O ENREDO


“Quem pilhou, pilhou, quem não pilhou, pilhasse!”



De 24 de Dezembro de 1834 até 27 de Maio de 1835, tivemos o Governo Palmela/Linhares, de coligação entre palmelistas e chamorros.

Os oposicionistas chamaram-lhe “ uma camarilha feita para devorar o país à sombra de uma criança”.

Deram-lhe o nome de “pastelão”:

“Um pasteleiro queria

Fabricar um pastelão

E, porque tinha de tudo,

Deram-lhe o nome de fusão.”



Em 15 de Julho, dá-se uma mudança radical no Governo com a entrada de Rodrigo da Fonseca, na sequência de uma combinação feita entre Saldanha e Silva Carvalho. O Governo deixa de ser o “ministério dos impossíveis” e passa a ser conhecido como o “ministério dos godos” ou o “ministério do último rei godo”, em alusão ao nome de Rodrigo.

Este, que o povo, no seu saber, apelidava de “O Raposa”, sabia de facto da poda, como se vê pelo seu delicioso conceito da chamada “política de empregadagem”:

“ Postos todos a comer à mesa depressa passariam de convivas satisfeitos a amigos dedicados”.

Ao morrer, deixou o resumo de quase tudo:

“Nascer entre brutos, viver entre brutos e morrer entre brutos é triste.”



lourenBrv.

Cavaco e a regeneração do PSD... (*)


A recusa óbvia do Prof. Cavaco em se associar ao imbecil cartaz de campanha proposto pelos marketeiros do Dr. Lopes está a provocar as reações mais curiosas. Desde o texto do comissário Luis Delgado, ao editorial de Miguel Coutinho, ambos no DN, passando pelo editorial de José Manuel Fernandes no Público, e terminando pela divertidas posições de dois líderes distritais do PSD (quem?), Coimbra e Setubal, que já sonham com sanções partidárias a Cavaco. Isto para não falar dos que criticaram o eufemismo usado por Cavaco, a já célebre "perturbação da vida académica".

Começando pela última questão, sejamos claros, ressalta evidente que o Prof. Cavaco é uma pessoa vertical, leal e bem educada. Queriam que ele dissesse o quê ? Que mais explicitamente ainda dissesse que o Dr. Lopes é um inapto funcional e orgânico ? Fizeram-lhe uma pergunta, e ele delicada e polidamente respondeu. Ponto final. E como bem notou, em post abaixo, o Rodrigo Moita de Deus a resposta não é tão exótica quanto isso.

Quanto a questões substantivas é uma peninha ver cabeças inteligentes, como os editorialistas do Público e do DN, a debitarem disparates. Ao contrário do que escreve José Manuel Fernandes no Público, o problema não é PSD já não existir, muito pelo contrário. Ontem, de uma penada, o Prof. Cavaco deu um contributo inestimável não só para a credibilização do sistema político mas sobretudo para a regeneração e re-credibilização do PSD.

Inequivocamente, e sem eufemismos, e o que o Prof. Cavaco fez não foi mais do que recordar aos mais distraídos que o objectivo supremo de um partido, mormente o PSD, não é conquistar, ou manter, o poder.

O que o Prof. Cavaco fez tão pura e simplesmente recordar que um partido político não pode pensar e agir como um mero clube de futebol. Já Sá Carneiro, que muitos citam, mas que muito poucos imitam, dizia que antes do Partido estava o interesse do País. E é justamente o interesse supremo do país que está em causa. O Prof. Cavaco mais não fez do que por um travão numa lógica de lealdade e solidariedade orgânica proto-social-fascista típica de organizações totalitárias à lá PCP. Nem mais nem menos.

Do PSD tem que se esperar sempre, repito, sempre, as melhores soluções e as melhores ideias.

O pior que um militante responsável e coerente, ainda por cima com as responsabilidades do Prof. Cavaco, poderia fazer ao PSD seria permitir que este se transformasse numa espécie de Sport Lisboa e Benfica do sistema político, vivendo não à sombra dos triunfos actuais mas de glórias passadas.

A outra questão que veio à baila foi a inevitável questão presidencial sendo que implicitamente se alega que o Prof. Cavaco não poderia dizer que não, mesmo que tivesse razões para tal, porque precisará do apoio do PSD/aparelho para as Presidenciais. Uma absoluta falácia. Para começar o Prof. Cavaco não precisa do apoio do PSD/aparelho para rigorosamente nada. O grande drama do Prof. Cavaco sempre foram aliás os apoios, inconvenientes demasiadas vezes, provenientes dessas bandas, e depois se há aspecto perversamente positivo da guerrilha, cobardemente não assumida, movida desde há muito tempo pelas milícias do Dr. Lopes ao Prof. Cavaco é o facto de essa acção de guerrilha só reforçar objectivamente o ex Primeiro-Ministro como património, não do PSD mas do País, ao lado, e bem acima, de tricas partidárias. Quanto à campanha propriamente dita, e embora eu espere sinceramente que o PSD recupere mais rapidamente, alguém consegue imaginar maior regeneração do sistema político do que se ter uma campanha presidencial, potencialmente vencedora, a ser desenvolvida, do primeiro ao último dia, à margem do aparelho do PSD ? Eu não consigo, e por isso é que já em 2003, pois é, por aqui escrevia, que o melhor que podia acontecer ao Prof. Cavaco, que não ao certo PSD, era o Dr. Lopes ser ele também candidato presidencial...

Já quanto aos dois liliputeanos personagens que sugeriram sanções disciplinares (!) no âmbito do PSD ao Prof. Cavaco só uma notazinha - ninguém sabe quem são, nem nunca saberá. Valem, politicamente, ZERO.

Vivemos tempos interessantes sem dúvida. Há coisas que são simplesmente imparáveis, o Futuro regressa a partir de 20 de fevereiro.


(*) in Grande Loja do Quejo Limiano

RUPTURAS OU CONSENSOS? (*)

José Sócrates parece ter optado por uma solução intermédia no que se refere ao futuro político de Paulo Pedroso. Não o excluiu, mas também não o incluiu nas listas em lugar elegível. Num contexto diferente, esta decisão salomónica não teria sido motivo de preocupação. Porém, existindo na opinião pública a percepção de que Sócrates poderá repetir parte dos erros de António Guterres -- nomeadamente a sua tendência para procurar encontrar consensos que lhe permitissem evitar tomar decisões em situação de ruptura -- então a sua decisão salomónica tem de ser encarada com algum alarme.

Tendo em conta este contexto, o secretário-geral do PS passa hoje por um teste que poderá vir a ser decisivo. Se Sócrates tolerar a inclusão de Manuel Seabra e Narciso Miranda nas listas (em lugares elegíveis ou não, tanto faz neste caso), então estamos definitivamente conversados. Justa ou injustamente, vingará na opinião pública a percepção de que Sócrates não será capaz de fazer as rupturas e as reformas de que Portugal necessita urgentemente.

Dito de outro modo, a sua decisão sobre a inclusão ou a exclusão de Miranda e Seabra nas listas contribuirá seguramente de forma significativa para a obtenção ou não de uma maioria absoluta. Repito. Hoje ocorre um teste muito importante. Que fique bem claro: se Sócrates falhar, muito possivelmente, não terá outra oportunidade.


(*) in Bloguitica

BRAVO! (*)


Cavaco Silva não autoriza utilização da sua imagem num inacreditável cartaz com que o partido liderado por Santana/Sarmento/Relvas e quejandos queria iludir o eleitorado. Nele Santana surgiria, desavergonhadamente, ao lado de Sá Carneiro, Balsemão, Cavaco Silva e M. Barrosô com uma legenda, selando a "colagem", a garantir que "Ninguém fez mais por Portugal" (??!!) (mais quê?).

Há momentos em que é importante ver quem continua ao lado dos pantomineiros sem redenção e quem escolheu ficar à parte.

Cavaco disse que não. Foi importante e este exemplo ficará como precedente. Como já disse:

Para mim não há interesse partidário, de grupo ou de organização, que se possa sobrepor à dignidade pessoal.


(*) in Blasfémias

golpes baixos... (*)


O Professor Cavaco vai ser, se assim o entender, o próximo Presidente da República, com ou sem o apoio formal do PSD. O Professor Cavaco, como pode e soube, com muitos erros à mistura, foi primeiro-ministro durante 10 anos com um balanço que com todas as suas deficiências, que as teve, é hoje, consensualmente, considerado, da direita à esquerda como positivo. Comparar pois a obra de Cavaco com a do Dr. Lopes, qual?, é no mínimo um acto de coragem. Um acto de coragem e desfaçatez. Diria mais - é, com as letrinhas todas, uma pura filhadaputice. Os mentores do defunto cartaz sabiam de antemão que da mesma forma que o mesmo limpava, formalmente, a memória do Dr. Lopes, como que abalizando-o, dando-lhes elo de garantia, também, ao mesmo tempo diminui objectivamente o Prof. Cavaco. Porque não se compara o que não é comparável. Isto podia ser apenas mais um episódio triste mas não o é. A entourage do Dr. Lopes fez hoje questão acintosamente, urbi et orbi, de divulgar o episódio e o cartaz. O próprio Dr. Lopes aparece citado, comentando o tema, a afirmar que "saltámos obstáculos" considerando na prática o Dr. Cavaco um obstáculo. Compreende-se. O Dr. Lopes talvez não chegue ao cúmulo de noite longa de 20 de fevereiro justificar a banhada com a recusa do professor Cavaco em deixar publicar este cartaz mas uma coisa já é certa - O Dr. Lopes que já sabe que vai perder as legislativas, que vai deixar de ser líder do PSD, que vai acabar na Figueira ou num qualquer reality show televisivo, quer ser ele próprio um obstáculo. Um obstáculo à eleição do Professor Cavaco à Presidência da República. É esta, em bom rigor, a única explicação para a feitura do cartaz. O Dr. Lopes não compreende, nunca percebeu, a verdadeira natureza da actividade política. O Prof. Cavaco está na política como homem livre, não está como como membro acefalo de uma quaquer claque desportiva de quem se espere que faça tudo menos pensar, não passa cheques em branco. O Dr. Lopes que em vez de unir aliena recebeu uma lição de integridade. Obviamente, não a percebeu. Entre outras coisas é demasiado ressabiado e orgulhoso para isso, além de lhe faltar o essencial - carácter!


(*) in Grande Loja do Queijo Limiano

UMA AVENTURA (*)

A leviandade e a irreprimível pulsão "marketeira" de Pedro Santana Lopes chegaram a um patamar inusitado. Este primeiro-ministro acidental, que carrega diariamente a cruz da sua própria inverosimilhança, achou por bem comparar-se a anteriores presidentes do PSD que foram chefes de governo. "Ninguém fez tanto por Portugal", rezava a frase por cima de Balsemão, Cavaco Silva, Sá Carneiro, Santana Lopes e Durão Barroso. Por pudor, e não faltam outros argumentos bem mais substantivos, nenhum dos outros, ou os respectivos representantes, deveria ter consentido nesta manobra torpe depois de a conhecer. Só Cavaco reagiu como devia e passou imediatamente de herói de cartaz a "obstáculo". Parece que Lopes ainda não percebeu bem o que é que a opinião pública pensa verdadeiramente dos seus extraordinários dotes como governante. Esta tentativa pueril de se misturar com a melhor memória do PSD ou as trapalhadas no processo de formação das "listas", sujeitando-se a mais um brilhante atestado de carácter e de competência política passado por um outro "amigo do peito", em directo, nas televisões, são sinais que falam por si. Começa a ser preocupante pensar no que vai sobrar do PSD depois desta aventura. Sim , porque é de uma perigosa aventura que se trata. E quem é que está lucidamente disposto a confiar-se a uma aventura? Quem?


(*) in Portugal dos Pequeninos

FALTAVA CÁ ESTE (*)


Pedroso - II

Pedroso não resistiu a pôr-se em bicos dos pés por um lugar, nem que não fosse ao sol. Impôs-se, primeiro, ao "aparelho" local que o rejeitou e, depois, à direcção que fingiu aceitá-lo. Ficou - como símbolo de quê? - num lugar não elegível, quando o mais elementar bom senso mandava que não tivesse ficado, para já, em lugar nenhum.


(*) in Grande Loja do Queijo Limiano

PARA MEMORIA FUTURA

Miguel Relvas, Morais Sarmento, Jose Luis Arnault, Eduardo Martins, Feliciano Barreiras, Miguel Almeida, Felipe Meneses, Gomes da Silva, Alvaro Barreto, Lopes da Costa, Mendes Bota, Rui Rio, Aguiar Branco, Ana Manso, Pais Antunes, Miguel Macedo, Zita Seabra, Rosario Aguas.
Henrique Chaves, apesar de ter saído.
Poncio Monteiro, apesar de não ter entrado.
Das Loureiro, apesar de tudo.



cistdovale

6.1.05

NÃO ESTÁ UM CASO BONITO?


“Não é com bellos discursos que se faz assucar de beterraba”
Arago (1836)



Ao tentar acompanhar a sucessão convulsiva de disparates da “pré-campanha”, com aceleração brutal nas últimas horas e, ao mesmo tempo, olhando, com uma sensação próxima do horror, o quilate dos taludos que alguns partidos vão anunciando para as cadeiras de S. Bento, recordamos Fialho e, é forçoso receá-lo, a possível actualidade das observações que fazia, ao contar:

“Sob o capricho extravagante das modas e a distinção dos hábitos mundanos, observando bem essas figuras de homens e de mulheres notar-se-há em muitas já o que quer que seja de uma anthropologia regressiva: craneos em pêra, temporas deprimidas, grandes rebordos ósseos nas orbitas, maxilas de dogue, espessuras compactas de rochedo: certos prognatismos gorilanos, certos espessamentos de lábios fazendo tromba, certos olhos mui juntos do nariz, onde a expressão tem da rapoza e do sagui…
Estes facias é a marca exterior do retrocesso psychico distanciando cada vez mais o ga-ga das fórmulas elevadas da vida, formas que elle pode mimar ainda por um como que um jogo scenico do habito, quem sabe mesmo se por uma reminiscência ancestral, mas onde esta já perdida a consciência d´uma autonomia superior”


CrisdoVale

Pôncio Monteiro acusa Santana Lopes de traição (*)

O antigo dirigente portista Pôncio Monteiro acusa o líder social-democrata, Pedro Santana Lopes, de traição depois de ter sido afastado das listas do distrito do Porto para as eleições legislativas.


EM RODA LIVRE


Em declarações ao Telejornal da RTP, o advogado sublinhou que Santana ligou-lhe «cinco vezes num dia a convidar-me para integrar a lista e nem um telefonema me fez para me informar que eu saía, depois de ter sido pressionado por Rui Rio».
Para o antigo dirigente do F.C. Porto, «quem não tem força para dominar o partido, também não tem capacidade para liderar o governo», e «se calhar é por isso mesmo que Santana Lopes está na posição em que está».

Depois de recusar a proposta para encabeçar as listas de Vila Real, e como está totalmente de lado a possibilidade de seguir como número dois pelo distrito do Porto, Pôncio Monteiro adianta que não deverá fazer partes das listas do PSD à Assembleia da República.


(*) in Diario Digital

4.1.05

CARTAZ DE CAMPANHA (*)



Se Sá Carneiro fosse vivo, a sua fotografia saltaria dali mais rápido ainda do que a de Cavaco.Haja respeito pelos mortos, que já não estão cá para falar e se defender, mas sempre fizeram e escreveram o bastante para se perceber a abissal diferença. Abissal.

(*) in "Abrupto"

OLHAR À VOLTA...(*)


O QUE É O PSD SEM…

O que é o PSD sem nenhum dos seus líderes anteriores a Santana Lopes? Sem Rui Machete, Marcelo, Durão Barroso, Fernando Nogueira, Cavaco Silva. O que é o PSD sem nenhum dos seus ministros das Finanças dos últimos governos até ao de Santana Lopes, que era do PP? O que é o PSD sem nenhum dos seus ministros de relevo, dos Assuntos Parlamentares, da Economia (excepção para Álvaro Barreto), etc., etc. até aos governos de Santana Lopes? O que é o PSD sem nenhum dos seus lideres parlamentares até à última legislatura (com excepção de Duarte Lima)? O que é o PSD sem as suas figuras públicas que ainda conseguem falar para a universidade, para os jovens, para os empresários, para os sectores mais dinâmicos da sociedade? O que é o PSD sem os self made man que o fizeram, em vez dos assessores, dos mil e um detentores de cargos de nomeação estatal ou autárquica, sem profissão que não seja o partido?

É o PSD que jantou em Lisboa com Santana Lopes. A reportagem da Lux é elucidativa: meia dúzia de actores, respeitáveis é certo, mas a milhas do que é o teatro de hoje, artistas de variedades, socialites, fadistas… Eu sei que muitos militantes lá estiveram com dedicação ao seu partido e a Portugal. Mas deviam olhar à volta e pensar como é que se chegou aqui, que tipo de selecção está a ser feita.


(*) in "Abrupto"

NO PAÍS DAS MARAVILHAS


Os astrólogos e esotéricos consultados pela Minha Rica Casinha avançam com as suas previsões para 2005. Ou melhor, com o ano em revista avant la lettre.

As opiniões dividem-se. Sem ordem de probabilidade, aqui vão algumas:

1 – O PS ganha as eleições de 20 de Fevereiro à tangente. No PSD, chovem tiros entre os companheiros tentando interpretar se foi com Santana ou apesar de Santana. Os opositores quedam-se, à espera que o golpe final venha com as autárquicas. Cavaco não avança com Santana. E Santana fica. Jorge Sampaio não passa de uma figura sem peso. Face à instabilidade e sem possibilidade de dissolução, Portas faz o número do queijo e governa com o PS, recuperando pelo menos uma área estratégica – provavelmente, a própria Defesa Nacional, raramente beliscada pelo socialismo aparentemente católico. Guterres avança.

2 – O PS ganha as eleições de 20 de Fevereiro à tangente. No PSD, chovem tiros entre os companheiros tentando interpretar se foi com Santana ou apesar de Santana. Chama-se o Berloque a ver se o barco não racha. Jorge Sampaio limita-se aos pró-formas. Guterres avança, sem grande convicção, preparando-se para alguns anos de pró-formas. Sócrates envelhece dez anos antes das autárquicas, sendo seu único consolo o ziguezague dos calendários eleitorais que impedem a dissolução. Por alturas do OE, dá-se a primeira remodelação. Porque entretanto Cavaco avança. Apesar de Santana.


3 – O PS ganha as eleições com maioria absoluta. Os opositores pedem congresso extraordinário, que tem lugar em Maio. O PSD com novo líder e muita raiva tem as suas fronteiras prontas antes das autárquicas. Por alturas do OE e incapaz de conter o défice, o Governo PS, pejadinho de caras velhas e oportunistas de ocasião, perde o estado de graça, que mal terá tempo de saborear. O patronato opõe-se em bloco, e o PIB cai. O precedente sampaísta dará frutos nos trânsitos favoráveis de 2006. Com Cavaco na Presidência.

4 – O PSD vence as eleições, coligando-se de seguida com o PP. O País assiste, incrédulo, ao exercício que faltava a tal hipótese rocambolesca de Ciência Política: a renúncia do Presidente da República. Um último esforço a ver se Guterres se senta em Belém.


Avalon

SEM LOUVOR


“Politics is perhaps the only profession for which no preparation is thought necessary.”

Robert Louis Stevenson


No meio da chusma de inesperados nomes para futuros deputados, em representação do clássico apelo lágrima-canto-do-olho, surge Matilde Sousa Franco. É tão extraordinário o oportunismo de quem formula tal convite, como da própria que o aceitou. Até seria legítimo que desejasse levar a cabo um projecto inacabado por António Sousa Franco. Mas este sempre foi, acima de tudo, um académico, e as circunstâncias em que faleceu mereciam uma atitude mais recatada e não um tardio bungee-jumping para o Parlamento.

E é ainda mais extraordinária a densidade do discurso político. Co-incineração, sim. Porque sim. Se o chefe diz que sim, ele lá deve saber porquê.

Área da Cultura. Porquê? Tantas ideias para a cultura.

E Coimbra? Porquê? Porque foi lá que se apaixonou.

E tudo a “servir com alegria.” Já terá ouvido, porventura, Vª Exª ouvido falar de ONG? Ficava-lhe melhor.


Avalon

TÁ TUDO DITO…


Duas entradas interessantes de Vital Moreira no Causa Nossa, que merecem uma espreitadela. A primeira (A ausência, 1.1.05) recorda a não referência à tragédia na Ásia no discurso do Presidente da República. Mesmo conseguindo perceber que o discursos já estaria gravado antes de 26 de Dezembro (até porque pensar o contrário ainda faria o quadro mais dantesco), não deixa de causar perplexidade a não alteração do mesmo.

Mais uma prova de provincianismo a toda a bala, encapotado em discursos rendilhados e apelos a uma coesão que não inexiste e que o próprio se esforçou por aniquilar. Mas sobre isso, também já tudo foi dito n’O Credível, novo blogue a merecer a atenção do Nha Rica.

O outro arguto post de Vital Moreira desvela o “PPM do PS”. Ao revelar o tal acordo “a la Guterres - hesito, hesito”, fica clara a incapacidade de corte do cordão umbilical por parte de Sócrates e os seus esforços em reunir hostes desavindas.

A prazo.


Avalon

O IMPECÁVEL

"Um homem que dorme tem em círculo à sua volta o fio das horas, a ordem dos anos e dos mundos. Consulta-os instintivamente ao acordar, e neles lê num segundo o ponto da terra que ocupa, o tempo que decorreu até ao seu despertar; mas as respectivas linhas podem misturar-se, quebrar-se." Marcel Proust, Em Busca do Tempo Perdido - Do Lado de Swann


Mais um blog com a recomendação "Rica Casinha"


O Impecável

"one down" (*)


O Dr. Pôncio Monteiro já não é candidato pelo PSD. Não se percebe porquê, o conteúdo profundo das suas declarações à RDP é surpresa para alguém ? Triste, muito triste.

(*) in "A Grande Loja do Queijo Limiano"

JAMAIS DE LA VIE


"Todos nós corremos com desvantagens secretas"
"Purswarden"


"Justine apoiada num fuste de uma coluna de Taposiris, a cabeça negra recortando-se contra a obscuridade murmurante da água, uma mecha desfeita pela brisa marinha, dizendo:

Na língua inglesa há uma única expressão que para mim tem significado :Time immemorial."

Lawrence Durrel


lbrav.

CAMPANHA ELEITORAL NO PORTO


A não perder no "Veritas Filia Temporis"

3.1.05

GANDA ARAÚJO! (*)


No Portal d'Aveiro (Link):

Os secretários de Estado Feliciano Barreiras Duarte, José Cesário e Hermínio Loureiro foram as figuras de proa das comemorações do 34º aniversário do jornal «A Voz de Azeméis» e 16º da revista «Portugal» – publicação dirigida especialmente às comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo -, que decorreram no último fim-de-semana. Como vem sendo habitual, o aniversário das publicações –dirigidas por Anibal Araújo – incluiu a distinção de pessoas com os troféus «Prestígio e Dedicação/Comunidades Portuguesas».



No Jornal Digital (Link):

Lisboa - A professora universitária Maria Carrilho e Aníbal Araújo, director e proprietário do jornal «Voz de Azeméis», encabeçam as listas de deputados do Partido Socialista (PS) pelos Círculos da Europa e Fora da Europa, respectivamente, adiantou esta terça-feira fonte partidária ao Jornal Digital. Carlos Gonçalves e José Cesário, o actual e o ex-secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, são os candidatos escolhidos pelo Partido Social Democrata (PSD) para ocupar o primeiro lugar na corrida à Europa e Fora da Europa.



PS: a notícia do Portal d'Aveiro é de 8 de Junho e nessa altura o coitado do Aníbal Araújo não podia adivinhar que a AR iria ser dissolvida e o PSD mais os amigos que convidou iam cair em desgraça...


(*) in "O Jumento"

OS VIÁVEIS NÃO SE PÕEM DE FORA


“Vamos embora para a França os dois”
Zé Kabra



Os “novos” democratas apresentam-se unidos por “mínimos” denominadores comuns e, segundo o líder, não têm má boca:


“Monteiro admite viabilizar governo do PS ou do PSD” (DN-3.1).


Discorrendo, sereno, sobre o momento eleitoral que se avizinha, o chefe do grupo “os viáveis” afiança:


“Nós não nos pomos de fora de todas as soluções que contribuam para a governabilidade…”


De notar que, embora ”mínimos”, pelos denominadores, esta rapaziada, pelas expectativas, vai aos “máximos” : precisaria, para pôr de pé o seu bonito projecto de apinhar um único deputado, de uma subida eleitoral de mais de 400%.


Depois do Pôncio e da Glória M. Costa (a ”recém-filiada”), agora “os viáveis”: isto está a ficar supimpa!



brunoventana

OS NOVOS DESCOBRIMENTOS: UMA PEDRA DE SOMBRA (*)

A lua de Saturno Iapetus entra pela esquerda baixa, o lugar da surpresa no teatro. Vem devagar e em silêncio. Traz augúrios.

(*) in "Abrupto"

O TECIDO ENCARNADO DO FRIÁVEL DIAMANTE (COM LAÇOS)


"Após haver reconhecido que a vida é breve, a arte vasta, a ocasião instantânea e a experiência incerta"



"(...) Sabe que precisa saber servir-se da distância;
as qualidades perdem o seu esmalte se se mostrarem demasiado e a fantasia alcança mais longe que a vista
(..)
Em resumo, vivia o dia a dia como um assassino que espreite quieto atrás dum reposteiro, de modo que a lâmina do punhal não brilhe á luz.
Sabia que a primeira regra do sucesso era esperar a ocasião..."

Umberto Eco



Brunov

COGUMELAM BOLORES


“Não te deites a afogar dessa ponte tão baixinha"


Logo na ressaca da figura que fez a propósito de Braga (vd. Leiria não está só), o bestial morgadinho de Gaia, servindo de adorno e riso, deu em lançar, convulsivo, “nomes para Presidente da República” (numa semana debitou Nogueira e Marcelo), numa tentativa, já nas raias do desespero, de esbater (para o actual patrão) a assoladora sombra do fantasma de Boliqueime.
A falta de preparo deste torresmo maquiavélico é tocante.
Tarda de facto, o morgadinho, em desasnar-se.

Agora empregado em full time, o sujeitinho taludo piorou (vd. De Gaia em Punho – 22.11.04) e, em frete ao actual empregador, qual amanuense da carreira política, deu em ensaiar astutas ronhas no modo bisonho de primacialidade cerebral, meio tunante, meio bufão, que é o seu.

Olhando bem para dentro do espírito da coisa, percebe-se bem a abandalhação do bestial morgadinho, que está inscrita numa lógica natural, e percebe-se ainda melhor a pesada preocupação do seu empregador, que está a ver bem o problema.

Em qualquer caso, o protagonismo deste bulhento taberneiro da política vai-se, a curto prazo, com a remoção do monturo.
O que pode preocupar, quanto a esta ave doméstica da ucharia do “Jorge Nuno”, é donde virá tanta falta de estima por si mesmo?
E aquele olhar tão pouco compensado?



cristovãodovale

ISTO COMEÇA BEM (*)


tudo isto é triste, tudo isto é fado...


Porto, 02 Jan (Lusa) - Pôncio Monteiro será o número dois da lista do PSD pelo círculo eleitoral do Porto nas próximas eleições legislativas, disse hoje à agência Lusa fonte partidária.

A fonte referiu que a decisão foi tomada pela distrital social- democrata do Porto, "em sintonia com as instâncias nacionais do partido".

O advogado Pôncio Monteiro, muito ligado ao FC Porto, de cujos corpos gerentes já fez parte, é também muito próximo do presidente do clube, Pinto da Costa.

A lista de candidatos a deputados do PSD/Porto é encabeçada pelo advogado portuense José Pedro Aguiar Branco, actual ministro da Justiça.

(*) in "Grande Loja do Queijo Limiano"

O QUINTO IMPÉRIO EM VENDAS NOVAS


El-Rey D. Sebastião depois da retumbante derrota na batalha de Alcácer Kibir – mais conhecida pela batalha dos Três Reis – deu origem ao mito do encoberto, ele que antes fora o desejado.
O padre António Vieira (Sec. XVII), o filósofo Sampaio Bruno (Sec. XIX) e o poeta Fernando Pessoa (Sec. XX) discorreram sobre o tema.

Mas, nos dias de hoje, à vista das gestas dos “desejados” e “encobertos” da nossa feira política, foi Fialho quem viu bem porque preferem tais maduros“Vendas Novas” a Alcácer Kibir:

“À uma porque em Vendas Novas a moirama escasseia. À outra porque chovem lá na terra as raparigas boas e as perdizes.”


brVna

ALMARGEM DE ENGORDA


"Aparte outras virtudes, a política tem esta de pratica:
tira os vadios dos caminhos da cadeia e pespega com eles
no caminho da fortuna."
F. de Almeida



À medida que as listas de candidatos a deputados se vão recheando aumenta a curiosidade em saber onde irão poisar o almeidinha das farturas e o houdini dos gasóleos.....



CrisdoV

AUGURI


"Ó Portugal, se fosses só três sílabas,
linda vista para o mar,
.............................
se fosse só o sal, o sol, o sul
.........."

alexandre o´neill



"(...) La augusta confianza
a ti, naturaleza, te pido,
my tregua de temor y de esperanza
un grano de alegria, un mar de olvido."

antonio machado



brVent

2.1.05

TATUAGEM DO CAPRICHO NA RIA DE ALVOR


No azul nocturno da Ria flutua vadia a lua dezembrina.

Cores de estranheza e espasmo, de prata de escamas de carpa, levantam os vultos sem peso, voando-os de roda dos barcos numa música calada.

O cintilante metal fere a água apenas de arranhadura.

E a habilidade felina da sua fortuna aventureira forja um ritual de anéis que cicatriza os males ocultos.

Astral e fulgurante, a noite dá caça à Ria pela madrugada do último dia.



lourençoBravo

As Belezas do Diabo

“Sois Charmant et tais toi”
Baudelaire


“Personne ne m´a jamais paru avoir dans la conversation un charme comparable au sien…Elle ne parlait que par nuances; jamais elle n`a dit un bon mot; c´était quelque chose de trop exprimé. Les bons mots se retiennent, et elle ne voulait que perdre ce qu´elle disait.
Les bons mots se retiennent!”

Charles Maurice Talleyrand-Périgord