30.11.06

Trufados de engenho



«Um perito é alguém que começa por saber alguma coisa sobre alguma coisa, progride sabendo sempre mais e mais sobre cada vez menos. Até que sabe tudo sobre nada.
Um filósofo começa por saber alguma coisa sobre alguma coisa, prossegue sabendo cada vez menos sobre cada vez mais; até que, finalmente, não sabe nada sobre tudo.»


Niels Bohr


crisdovale

Atravessando o Tejo

«...com ser o País rico em frutos em gados em ouro em prata e em muitos outros metais, todavia a maior parte deles, renunciando a viver da terra, passam a vida no banditismo e numa guerra contínua de uns com os outros ou, atravessando o Tejo, com os seus vizinhos (...).
.. estavam os montanheses nesta anarquia, como é natural,visto que vivendo miseravelmente e possuindo poucos haveres, apeteciam o dos outros. E como estes, para se defenderem deles, fatalmente descuravam as suas próprias tarefas de tal modo que, em vez de agricultarem a terra, também andavam continuamente em guerras.
Assim, acontece que a terra abandonada perdeu frutos que cresciam espontâneos, e ficou povoada de malfeitores.»

Anaximandro de Estrabão
- Geografia III, 3,5


crisdovale

The climb



Every day you may make progress. Every step may be fruitful. Yet there will stretch out before you an ever-lengthening, ever-ascending, ever-improving path. You know you will never get to the end of the journey. But this, so far from discouraging, only adds to the joy and glory of the climb.

Winston Churchill
30 de Novembrode 1874 - 24 de Janeiro de 1965


crisdovale

29.11.06

Os matizes

«A abolição dos matizes facilita muito as coisas na hora de julgar um ser humano, analisar uma situação política, um problema social, um acto de cultura e permite dar livre curso às filiações e às fobias pessoais sem censuras e sem o menor remorso.
Mas é, também, a melhor maneira de substituir as ideias pelos estereótipos, o conhecimento racional pela paixão e pelo instinto e de malentender tragicamente o mundo em que vivemos. Há certos conflitos que, pela violência e pelos antagonismos que suscitam, levam quase irresistivelmente aqueles que os vivem ou seguem de perto a liquidar os matizes a fim de promover melhor as suas teses e, sobretudo, desbaratar as dos seus adversários.»


M. Vargas Llosa


crisdovale

Ségo vs Sarko



Sarkozy declares presidential bid

Sarkozy candidat à l’élection présidentielle


crisdovale

Por obra e graça


Por obra e graça dos deuses, há dizeres que nos levam muito longe.
Mas, há também aqueles que nos levam aos próprios passos.

guido sarraza

O bom jantar

É caso para um brinde, na companhia de Clarice:

já que se há-de escrever, que ao menos não se esmaguem com palavras as entrelinhas



brunoventana

28.11.06

Pido la paz e la palabra






Escribo
en defensa del reino
del hombre y su justicia. Pido
la paz
y la palabra. He dicho
«silencio»,
«sombra»,
«vacío»
etcétera.
Digo
«del hombre y su justicia»,
«océano pacífico»,
lo que me dejan.
Pido
la paz y la palabra.


Blas Otero


guido sarraza

Crime, diz ele

José Esteves confessa ter fabricado engenho explosivo


crisdovale

Os pós e as contas

Os alcatruzes da nora e os circuitos da água.


crisdovale

Afinal havia ostras

Suspenso processo contra José Veiga


crisdovale

27.11.06

Memorandum



O tempo não existe. Há o presente, a memória, mas o tempo não.
François-Paul Journe



guido sarraza

Os macacos jantareiros

"Questionados cartões de crédito de Valentim Loureiro e Narciso Miranda"
27.11.2006 - 18h53 Lusa


Em tempos, o grande Fialho de Almeida topou os contornos destas comezainas:

«À medida que a hora de comer ia chegando, notou-se que em cada um dos orangos...começavam a surgir fenómenos de sociabilidade extraordinários. Por exemplo, alguns puseram camisa lavada, outros ornaram-se de casacos de gala e chapéus de forma tubular:estes foram ao Grandella comprar gravatas..."
(...)

Se a amplitude do ponto permitisse, havia d´explanar aqui detalhes curiosíssimos, por onde inferir té certo ponto a argúcia quase humana dos macacos. Basta um detalhe. Constatam as observações do dr. Paul Sollier que nos chamados macacos jantareiros, à semelhança do que sucede nos idiotas, os sinais d´alegria aumentam quando a comida é de borla, ou em casos pagantes, quando o criado do restaurante errou a conta para menos.
Mais: substituindo alguns dos pratos, por palha, o animal dá profundos sinais d´irritação.»

Mais modernamente, outra pluma escorreita abichou o grão do tema.


crisdovale

Uma introdução aos feitos do "verosímil"

Reunião com Benfica deixa presidente da Liga "preocupado" e "incomodado"


o verosímil

crisdovale

Isto é a glória



Estou num pedestal muito alto, batem palmas e depois deixam-me ir sozinho para casa. Isto é a glória literária à portuguesa.
Mário Cesariny


crisdovale

E é por isso


«Cavaco Silva é um homem especial, tem grandes qualidades e é por isso que está onde está.»
Maria José Nogueira Pinto



crisdovale

Stepping into storm


Pope's visit to Turkey will be both dangerous and delicate


crisdovale

Os excepcionais

Embair não é fácil. A maior parte das vezes os cultores dessa arte não duram muito. Quando assim não acontece, temos os excepcionais. Mas, até a esses um dia lhes chega a hora.
É o caso do Mandarim.


«Reitor da Universidade de Lisboa arrasa politicas de Mariano Gago
(...)
Há quatro elementos que são fundamentais para a reforma das universidades. Primeiro é preciso reorganizar a rede do ensino superior. O que é que o ministro fez até agora? Nada. Segundo: O modelo de gestão das universidades está ultrapassado. Em terceiro, toda a gente reclama por um novo Estatuto da Carreira Docente. O que fez o ministro? Nada. À volta destes três elementos há ainda o da avaliação externa e independente. É necessário montar um sistema muito exigente e credível.
(...)
A decisão [de reduzir o orçamento] revela um grande desconhecimento por parte de Mariano Gago. E isso nota-se nas afirmações que fez [na apresentação do relatório da Enqa, a semana passada]: quando questionado sobre os cortes orçamentais, disse que não teme "nem isso, nem que o aquecimento global submirja todas as instituições com a subida do nível das águas do mar". Essa é uma piada de mau gosto e que mostra bem esta espécie de insensibilidade de quem está a tutelar uma área tão importante para o país como é o ensino superior.»
António Nóvoa-Publico, 27.11


crisdovale

Onde é que estaria?

«Também segundo o Expresso, nenhum político das actuais fornadas se dignou felicitar Eanes por ocasião do seu doutoramento, à excepção de Cavaco Silva. Pelo contrário, foi dada importância mediática à deslocação do dr. Sampaio à Casa-Museu João Soares, em Cortes, Leiria, onde proferiu uma banalíssima prédica "sergiana" sobre educação. Sampaio, aliás, nem sequer se preocupou com um módico de nojo depois de deixar Belém. Anda mais frenético do que quando foi presidente, da Câmara e do Estado, secretário-geral do PS ou membro do MES. O regime cuida bem dos seus e esquece com facilidade aqueles que lhe propiciaram a entrada definitiva no lance democrático em 25 de Novembro de 1975. Já agora, onde é que estaria Jorge Sampaio nesse dia? »
posted by João Gonçalves at 25.11.06
in portugal dos pequeninos

crisdovale

Pintando o quadro


Ama como a estrada começa.
Mário Cesariny de Vasconcelos




guido sarraza

26.11.06

Os intemporais


Paris vaut bien une messe

Henri IV


bruno ventana

24.11.06

Faltou altura

Assistiu-se hoje a uma situação insólita no Rossio, em Lisboa.

Militares no activo, alguns fardados, alguns generais, manifestaram-se hoje na Baixa, desafiando a legalidade e a autoridade do estado. Foi uma manifestação não autorizada que foi levada a cabo por membros da instituição que é (era) o último garante da autoridade do estado.

O governo e o primeiro-ministro que ontem falava de autoridade e de cumprimento da legalidade foi achincalhado, ridicularizado.

É nos momentos graves que se revela o carácter das pessoas. José Sócrates não esteve à altura. Foi o estado que ficou mais fraco.


Eusébio Furtado

Uma ruga de areia


Quando penso no mar, o mar regressa
A linha do horizonte é um fio de asas
E o corpo das águas é luar;

De puro esforço, as velas são memória
E o porto e as casas
Uma ruga de areia transitória.


Vitorino Nemésio



brvtana

Tomorrow never dies

«(...) É grave a situação de Portugal. São grandes as dificuldades que embaraçam a vida politica da nação.
Confusão e incoerência nos princípios, grande desordem nas finanças; enfranquecimento deplorável da autoridade, dentro dos limites das constituição e das leis; falta de confiança na vitalidade do país e nas suas faculdades politicas e económicas; um desalento injustificável atrás do qual se esconde um perigoso indeferentismo; a violência mais exagerada nas lutas dos partidos, sem que lhes corresponda nem o vigor das convicções nem a ousadia dos cometimentos; tendência funesta a rebaixar tudo e todos; paixões em vez de crenças; preconceitos em vez de ideias; negações em vez de afirmações, tanto no domínio dos princípios como no dos factos; desconfianças em vez de esperanças e falta de fé na liberdade; são causas de desorganização e ruína para uma nação, por maior que seja o seu poder, por mais gloriosas que sejam as suas tradições (...)»

João Andrade Corvo- Lisboa, 1870
(in Portugal como problema - org. P. Calafate)


crisdovale

23.11.06

Pimenta e pico


O Bolero é uma dança dos finais do século XVIII, maravilhosa mistura de contradança e sevilhana. Tem lua, pimenta e pico. Entre no tablado com Laura Fygi. E fique por lá.
De nada. Foi um prazer.



guido sarrasa

Os erros e acertos



«Isto do fácil não há sagrado a que se acolha; Nada defende o que não se defenda, nem pode ser conquistado de nenhum ânimo generoso o que não custa. As dificuldades apetecem por honra, as cousas por vício.
(...)
Nunca será perfeito galã o que servir por destino ou afeição, mas sim o que se prepare com o espírito. Vai muito o eleger pela luz do entendimento ou o seguir pelas trevas da locura. Sempre se há-de buscar a dama mais atilada que sabe buscar ocasiões para que a conheçam e tirá-las ao tolo para que a ignorem. Não actue logo à primeira. Estude devagar os erros e acertos...»



D.Francisco de Portugal
Arte de Galanteria


bventana

Os intemporais

N´être pas écouté, ce n´est pas une raison pour se taire
Victor Hugo


bruno ventana

Sensibilidade e bom senso

«(...) Aqui chegados, vamos à parte escondida da entrevista. É que para mim, muito mais de que obrigar a um reposicionamento do PSD, a entrevista representa um perigo real para José Sócrates. E isso ainda ninguém quis perceber. Por essa razão Sócrates não falou e não irá falar sobre o que disse Cavaco a Maria João Avillez. Mesmo ontem, perante os deputados do PS na primeira reunião pós-congresso, Sócrates foi cauteloso. E prudente. Disse apenas que sabia que alguns comentadores e políticos estavam a reconhecer que o Governo é "reformista". Deixou o PR de fora.Pudera. Sócrates sabe, melhor do que ninguém, que a cooperação estratégica e aquilo que muitos dizem ser uma "colagem do discurso" do PR ao do PM representa uma responsabilidade. Um caução de confiança. Porque, caso as reformas não se concretizem até 2009, ou perante um deslize evidente, Sócrates vai ter a infelicidade de ter que reconhecer que, mesmo com o suporte presidencial que outros governos não tiveram, ele não foi capaz. E uma coisa será também evidente. A um vacilar do Governo ou do seu primeiro-ministro, Cavaco Silva não irá mandar umas "bocas" ou dizer que há mais vida para além das reformas, irá actuar.»

(in Corta-fitas)
FAL Quinta-feira, Novembro 23, 2006


crisdovale

A isto chama-se jogo arriscado


Marcelo Rebelo de Sousa, entre outros, não percebeu, e até fez ironia com a ( sua) falta de entendimento.
Luciano Amaral explica-lhe:
Do semipresidencialismo



crisdovale

22.11.06

Esmiuçar e simplificar


«A análise de um problema, para o compreender, não é igual à análise do mesmo problema para aplicar à prática a sua solução. Compreender envolve esmiuçar o mais possível; resolver envolve simplificar.»

Fernando Pessoa


crisdovale

Contas de sumir

«O grosso do endividamento vem do tempo do João Soares»
J. Pacheco Pereira - Quadratura do círculo-22.11



crisdovale

De mal a pior


«Interpor providências cautelares para impugnar decisões do Governo e das autarquias está a tornar-se moda. Estão a invadir os tribunais, diz o presidente do Supremo Tribunal Administrativo (STA), havendo o sério risco de se estar a violar o princípio da separação de poderes, avisa o constitucionalista Paulo Rangel, e o perigo de se politizar a justiça, alerta a jurista Adelaide Menezes Leitão.
(...)
A queixa é do presidente do STA. "Em nome da plenitude da tutela, torna-se necessário refrear", afirma Santos Serra. E avisa: "Importa resistir, com determinação, ao impulso de trivialização deste tipo de processos." Quanto ao perigo de os juízes poderem "favorecer de forma desproporcionada e injustificada" os requerentes de providências cautelares administrativas, Santos Serra adverte: "Nada se deve substituir ao bom senso e à ponderação, exigindo-se a autocontenção dos juízes mais voluntariosos, sempre sujeitos ao risco de precipitação na consideração dos vários interesses em conflito.»
(Licínio Lima in DN-2.7 )


crisdovale

Básico

... em "manifestações expontâneas", tipo pedofilia sindical.


crisdovale

Horizonte crespo



LEGGI (Corriere della sera)

A noite correu mal ao Sporting, que agora só pode aspirar à taça UEFA, prova todavia ingrata, onde arrisca encontros aterradores, como seria o de, por exemplo, lhe sair em rifa o maior clube do mundo.

guidosarraza

A spy is an agent employed to obtain secrets

Em cada operação de espionagem existe o que está acima e o que está por baixo da escrita. Por cima está o que alguém faz de acordo com as normas. Por baixo está a forma como alguém deve fazer o trabalho.
John Le Carré


brunoventana

A elegância


ora no doubt about it
super results ...ao virar da isquina com super evaluation task forces prenhes de gajos do MIT e de Cornell e de Berckley e Stanford e de Harvarde mais sei lá que Ivy Leagues cheias de perfume..........e a outra coisa que fica clara foi a elegância que Vexa teve com o Prof Adriano Moreira.... o CNAVES foi como outras comissões de avaliação uma falácia mas a falácia é endógena é endémica é propriedade do sistema.... o Adriano Moreira fez o que pôde e fez com dignidade .....escusava de ter sido humilhado e escorraçado.... há coisas que nos distinguem dos grunhos e há coisas que não......é a vida....
Piotr Kropotkine at 7:01 PM
in Anarca


crisdovale

Forever young

"Smiling despair. No solution, but constantly exercising an authority over myself that I know is useless. The essential thing is not to loose oneself, and not to loose the part of oneself that lies sleeping in the world"
Albert Camus



«But there was more to Kennedy than matinee idol at the down of the age of mass political merchandising. Beyond his looks - the recently disciplined shock of chestnut hair, the smiling stand of teeth, the gray, calculating eyes - the matrix of the man was unusual. He had an open, inquiring mind, a passion for ideas that was largely undulled by the neurotic and atomized practice of politics, and an experiencing nature that bordered on Dionysian. Despite the chaos and exposure of the previous week, he had found the time and motivation to consort sexually with Judith Campbell, Marilyn Monroe and the former wife of a diplomat...." (1)

(...)The title of the Esquire article," Superman comes to the Supermarket", suggested that Jack Kennedy could bridge cultural and political opposites and satisfy a deep yearning in the body politic.He could be Nietzsche`s superman, "a world historical individual" who could enter the undifferentiated commercial uniformity of the supermarket and impart heroic meaning to national and, even, individual life:It was a hero America needed, a hero central to his time , a man whose personality might suggest contradictions and mysteries, which could reach into the alienated circuits of the underground, because only a hero can capture the secret imagination of a people, and so be good for the vitality of his nation; a hero embodied the fantasy and so allows each private mind the liberty to consider its fantasy and find a way to grow.»(2)

R. D. Mahoney (1)
Norman Mailer (2)

- No dia em que passam 43 anos sobre o assassínio de JFK, o discurso na rudolph wilde platz, em berlim, alemanha - "remembering Jack at his best..."

brventana

Que mais recreie e aproveite


A minha inclinação em matéria de livros (disse ele), de todos os que estão presentes é bem conhecida; somente poderei dar agora de novo a razão dela. Sou particularmente afeiçoado a livros de história verdadeira, e, mais que às outras, às do reino em que vivo e da terra onde nasci; dos Reis e Príncipes que teve; das mudanças que nele fez o tempo e a fortuna; das guerras, batalhas e ocasiões que nele houve; dos homens insignes, que, pelo discurso dos anos, floresceram; das nobrezas e brasões que por armas, letras, ou privança se adquiriram. O que me inclinou à escolha desta lição que tive alguma de um homem muito douto em o que o deve desejar de ser e parecer o que é nascido; ao qual ele dizia que o que mais convinha que soubesse era o apelido que tinha, donde lhe veio, quem foram seus passados, que armas lhe deixaram, a significação e fundamento da figura delas, como se adquiriram ou acrescentaram, os Reis que reinaram na sua pátria, as crónicas deles, os princípios, as conquistas, as empresas e o esforço dos seus naturais; porque, falando deles nas terras estranhas, ou na sua com estrangeiros, saiba dar verdadeira informação de suas cousas. E, alcançadas estas, lhe estará bem tudo o que mais puder saber das alheias. E, na verdade, nenhuma lição pode haver que mais recreie e aproveite que a que sei que é verdadeira, e, por natural, ao desejo dos homens deleitosa.

Francisco Roíz Lobo

(Corte na Aldeia)


guidosarraza

Jogo de damas


A ficção consiste não em fazer ver o invisível, mas em fazer ver até que ponto é invisível a invisibilidade do visível
Michel Foucault


guidosarraza

De tempo e água


Olhar o rio que é de tempo e água
E recordar que o tempo é outro rio,
Saber que nos perdemos como o rio
E que os rostos passam como a água.

jorge luis borges


brventana

21.11.06

Cela ira encore mieux


"6 octobre 1814

Grand diplomate, le prince de Talleyrand détestait l'ambiguïté dans les traités internationaux et aimait que les choses fussent dites clairement. Son souci de clarté l'amena à énoncer cette maxime qui est devenue proverbiale.

A Vienne, le 6 octobre 1814, Metternich, ministre autrichien des affaires étrangères, venait de lire un projet tendant à ajourner l'ouverture du congrès au 1er novembre. Talleyrand demanda que l'on ajoutât que l'ouverture du congrès:

"sera faite conformément aux principes du droit public".

"A ces mots, raconte Talleyrand, il s'est élevé un tumulte dont on ne pourrait que difficilement se faire l'idée".

Les Prussiens furent les plus violents et leur représentant, le prince Von Hardenberg, hurla:

"Non, monsieur, le droit public, c'est inutile. Pourquoi dire que nous opérons selon le droit public? Cela va sans dire."

"Si cela va sans dire, cela ira encore mieux en le disant",
répliqua Talleyrand."

(Jean Levant website)



brventana

Nova Catedral, 19.45






In boca al lupo...
Crepe`il lupo !



brunoventana

Bizarro

Desapareceram mais de três milhões de euros há cerca de cinco anos e ninguém se queixou....


crisdovale

20.11.06

O baixo e o cima


Só mesmo ela, Clarice, para fazer entender que, nos amores, de baixo para cima vale mais que de cima para baixo.


guidosarrasa

Sucedidos nas trevas

«Há muitas vezes na História, ao lado dos factos públicos, outros sucedidos nas trevas, os quais, frequentemente são a causa verdadeira daqueles, e que os explicariam se fossem revelados.»
Alexandre Herculano


bruno ventana

Ler devagar

«.... eles fazem o seu trabalho de amador, no verdadeiro sentido da palavra. Um exemplo é o trabalho na Rede de José Adelino Maltez com o Cosmopolis e a Biografia do Pensamento Político

(via Abrupto )


crisdovale

O sal da água



Vale a pena ir ao mar e AU BOUT DU CHAGRIN...



crisdovale

En tu Eneida lusitana





A LUIS DE CAMÕENS

Sin lástima y sin ira el tiempo mella
las heroicas espadas. Pobre y triste
a tu patria nostálgica volviste,
oh capitán, para morir en ella

y con ella. En el mágico desierto
la flor de Portugal se había perdido
y el áspero español, antes vencido,
amenazaba su costado abierto.

Quiero saber si aquende la ribera
última comprendiste humildemente
que todo lo perdido, el Occidente

y el Oriente, el acero y la bandera,
perduraría (ajeno a toda humana
mutación) en tu Eneida lusitana.


Jorge Luis Borges


brunoventana

Posicionar-se numa dinâmica de centralidade

Elvis has just left the building

ou Piotr at his very best



crisdovale

19.11.06

Os intemporais

«Quando sou acusado de cometer um erro, só sei responder como Clemenceau: "Quem sabe se eu não terei cometido uma série de erros de que nunca ouviu falar"»
Winston Churchill


crisdovale

Porque o assunto é muito sério


(Também aqui)
(Também aqui)
cristovao do vale

Em nada de particular


... esse ar de quem se empenha em tudo, sem se empenhar em nada de particular...


Guido Sarrasa

Chegam fundo e longe

«(...) As raízes da persistente popularidade de ambos chegam fundo e longe; e não depende da "rua". Não admira que se entendam, tanto mais que não há entre eles qualquer competição de prestígio ou de interesse.(...)»

V. Pulido Valente
Publico-19.11


crisdovale

Obviamente

«(...) Obviamente o Professor Cavaco Silva está a fazer aquilo que tem que fazer. Não há aí nenhuma limitação do papel do PSD.Porquê? Nós é que tivemos maus exemplos do ponto de vista da história da democracia em que os cargos institucionais foram utilizados para fazer oposição. (...)»

Paula Teixeira da Cruz
DN-19.11


crisdovale

Nem mais

«Não saio daqui satisfeito. Saio desgastado com esta situação pois não vi o Benfica a jogar à bola: vi alguns rapazinhos a correr. Daqui para a frente a atitude em todos os jogos terá de ser diferente», exigiu Luís Filipe Vieira.
DiarioDigital-19.11


O sr Vieira já percebeu a parte final do problema. Resta-lhe avançar para a primeira parte: a quem cabe transformar um grupo de rapazinhos numa equipa de futebol?


crisdovale

Adoçante

A elegante, enigmática e talentosa Tati resolveu subir e descer pelos Adoçantes do lado e a escolha impôs-se-lhe.
A simpatia também.

crisdovale

O curioso porém


Dizia uma vez Aquilino...


Dizia uma vez Aquilino que em Portugal
os filósofos se exilavam ainda em seu país
(v.g. Spinoza). O curioso porém
é que também ninguém foi santo lá:
os nascidos em Portugal foram todos sê-lo noutra parte
(St. António, S. João de Deus, etc.)
e outros santos portugueses, se o foram,
terá sido, porque, estrangeiros que eram e em Portugal
vivendo, não tiveram outro remédio
(v.g. Rainha Santa) senão ser santos,
à falta de melhor. Oh país danado.
Porque os heróis também nunca tiveram melhor sorte
(Albuquerque e outros que o digam) a menos que
tivessem participado de revoluções feitas
"em vez de" (v.g. o Condestável que fez
fortuna e a casa de Bragança e acabou só Santo quase).

Jorge de Sena



bvtana

Novembro

Fiz um pacto com o tempo:
nem ele me persegue, nem eu fujo dele,
um dia a gente se encontra.
M. Lago



Bruno Ventana

18.11.06

Os intemporais

A grande astúcia do diabo foi convencer toda a gente que não existe
Baudelaire


bruno ventana

Fado vadio

Com vista à leitura pausada, de fim de semana.
Saboreando, tranquilão, um Rémy Martin Louis XIII e esfumaçando um Partagas black label...
E ouvindo,ao longe,os espertos.
A gruir.


brvtana

Braga, 21.30


In boca al lupo...
Crepe`il lupo !




Não só faíscar, mas acender. Vamos benficar.



brunoventana

O pleno

Banca descontente com João Salgueiro
Os bancos não gostaram das declarações feitas pelo presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB), em resposta às medidas do Governo.



crisvale

Como foi possível?

«Portugal precisa de Santana Lopes. Não como primeiro ministro, nem líder da oposição, não como autarca nem presidente de clube recreativo. Precisa de Santana Lopes como artista de variedades.
(...)
Neste seu jeito de dar um trambolhão em público e depois vir mostrar as nódoas negras à plateia, Santana Lopes é uma espécie de palhaço pobre da plolitica portuguesa»
Rui Tavares - Publico-18.11

«No fim de tudo, termina-se este livro com uma ideia muito reconfortante: ao contrário do que sugere o título do livro, as percepções negativas da opinião pública sobre Santana Lopes são inteiramente vindicadas pela realidade retratada pelo próprio sobre a sua conduta como primeiro ministro.»
Marina Costa Lobo-DN-18.11

«Não percebeu o erro, não viu que o desfecho seria certo como foi. Isto é uma tragédia, e eu até simpatizo com tragédias.Não vai haver segunda vez.»
Pedro Lomba-DN-18.11

«Complacência é o nome de uma das incubadoras em que Santana Lopes vive.»
J. Pacheco Pereira - Abrupto-18.11

«O nosso espanto, no fim do livro, ainda é maior do que o dele: como foi possível?»
V. Pulido Valente - Publico-18.11


crisdovale


Chave do sucesso











«Está a surgir uma nova geração de empresários e empreendedores conscientes desta nova realidade, que estão a pensar global e a agir global, que perceberam que para terem sucesso têm de aumentar o conteúdo tecnológico da sua produção
(...) Amanhã haverá mais globalização do que existe hoje. É nesse quadro que os empresários portugueses têm de aprender a movimentar-se», reforçou o Presidente, insistindo em que a “chave do sucesso” para as empresas portuguesas é a aposta na investigação, inovação, conhecimento e orientação para mercados externos.

(Publico-18.11)


crisdovale

17.11.06

Terra incognita


O tempo vai magnífico para lobos do mar :www.terraincognita.pt


guido sarraza

É evidente...

«(...) Para se saber se são reformas, tem de se ver como é que elas evoluem, porque se não, muitas destas medidas podem ser meras medidas para "arranjar" o défice. Vamos ver se têm consistência, se são sustentadas, se são levadas até ao fim. É evidente se forem continuadas estamos perante um Governo do PS reformista, o que acontece, pela primeira vez, do meu ponto de vista, na história (...)

J. Pacheco Pereira (Jn-4.11)


crisdovale

Cortesias


Sou o homem mais cortês do mundo. Prezo-me de nunca ter sido grosseiro, nesta terra onde há tantos velhacos insuportáveis que vêm sentar-se ao pé de nós para nos contarem as suas desventuras e até para nos declamarem os seus versos.
Heinrich Heine



guidosarraza

"Senão ele vai para a floresta..."



«(...) E questionado por Judite de Sousa se ainda tem exército no PSD, respondeu que, nos últimos dias, percebeu que não tem um exército, mas "vários exércitos".
O ex-líder.citou ainda uma frase já antiga de António Pinto Leite:
"Não o deixem ficar só, porque senão ele vai para a floresta estilo Rambo."
Uma referência ao primeiro filme da série Rambo em que o protagonista destrói uma cidade depois de ser perseguido na floresta. "Esse já não é o meu estilo, mas posso sempre voltar à floresta."
(publico-17.11)


brunoventana

Admite voltar a ser Primeiro Ministro


Adivinha-se a emoção com que foi recebida ontem no público em geral, sobretudo naquele que não esquece o feixe de aptidões que exibiu à cabeça do governo, a excelente notícia do regresso de Santana Lopes aos "combates" pela liderança do PSD.
Como diria Fialho, qualquer coisa como um "começo de síncope que esfalece e deslumbra, despolariza-se e alastra-se em crises de delícia por toda a rede de nervos convulsivados".
Todavia, não é um regresso: ele não foi e nem irá embora, pois este é o seu modo de vida.
Os contribuintes, que já deram para este peditório, é que podem não aderir.

crisdovale

Santana voltou


Uma entrevista em que se apresentou humilde, sempre afectivo, ainda magoado, mas disposto a tentar voltar a convencer os portugueses...

Explicou a sua teoria da conspiração. Apontou o dedo a Jorge Sampaio, Cavaco Silva, Carmona Rodrigues e Marcelo Rebelo de Sousa.

Afirmou-se disposto a regressar às lides. E parece que conta já com um exército. Mendes que se cuide...


Eusébio Furtado

Carmona com crédito

Com o rompimento da coligação com o PP, Carmona fez a vontade à Paula Teixeira da Cruz.

Paula Treixeira da Cruz não escondia a sua oposição ao acordo de Carmona com o PP e só Marques Mendes aguentava a pressão que chegou a envolver alguns vereadores instrumentalizados pela presidente do PSD-Lisboa.

Carmona fez a vontade a Paula e arranjou uma desculpa para acabar com o acordo. Paula ficou a dever uma a Carmona. Quando vai ser cobrada? Ou será que foi o preço pela sobrevivência?

Eusébio Furtado

Royal Straight Flush


France Socialists vote for Royal
Segolene Royal wins France's Socialist presidential primary and will be the party's candidate in next year's poll.


crisdovale

1843

"É erro vulgar confundir o desejar com o querer. O desejo mede os obstáculos; a vontade vence-os"
Alexandre Herculano

«Que somos nós hoje? Uma nação que tende a regenerar-se: diremos mais: que se regenera. Regenera-se, porque se repreende a si própria; porque se revolve no lodaçal onde dormia tranquila; porque se irrita da sua decadência, e já não sorri sem vergonha ao insultar de estranhos; porque principia, enfim, a reconhecer que o trabalho não desonra, e vai esquecendo as visagens senhoris de fidalga.

Deixai passar essas paixões pequenas e más que combatem na arena política, deixai flutuar à luz do sol na superfície da sociedade esses corações cancerosos que aí vedes; deixai erguerem-se, tombar, despedaçarem-se essas vagas encontradas e confusas das opiniões!

Tudo isto acontece quando se agita o oceano; e o mar do povo agita-se debaixo da sua superfície. O sargaço imundo, a escuma fétida e turva hão-de desparecer. Um dia o oceano popular será grandioso, puro e sereno como saiu das mãos de Deus. A tempestade é a precusora da bonança. O lago asfaltite, o Mar Morto, esse é que não tem procelas.

O nosso estrebuchar, muitas veze colérico, muitas mais mentecapto e ridículo, prova que a Europa se enganava quando cria que esta nobre terra do último ocidente era o cemitério de uma nação cadáver. Vivemos: e ainda que semelhante viver seja o delírio febril de moribundo, esta situação violenta, aos olhos dos que sabem ver, é uma crise de salvação, posto que dolorosa, e lenta. Confiemos e esperemos: o nome português não foi riscado do livro dos eternos destinos.»

Alexandre Herculano
Duas Épocas e Dois Monumentos (Questões Públicas - 1843)



bvtana

Leal conselheiro

«(...) Cavaleiro de Oliveira em carta a Tasso Diaxo:
Parece que escreveis somente com o fim de dar tratos ao entendimento. Se não gostais de ser entendido quem vos impede que vos caleis?»
José Cardoso Pires


bventana

16.11.06

Portugal como problema

QUESTÕES DE ZAPPING[1666] - Hoje há pão e circo na RTP1 às 21 horas e boa moeda na SIC às 20.45.Les jeux sont faits...
# posted by PG : 17:58
(in bloguitica)


crisdovale

Conduto

.... a quem um autor chamou conduto de todos os outros, é o que dá sabor e faz apetite ao desejo para todos eles.


guidosarraza

Dez reizinhos por uma quarta de figos

«(...) O PSD perdeu identidade, perdeu a sua face e a sua honra genética, a que estava presente na sua fundação com Sá Carneiro, quando, estonteado pelo poder a todo o custo e pela politica-espectáculo, permitiu que no seu seio se fizesse uma campanha eleitoral que teve no "menino guerreiro" o seu maior sinal de degradação politica (...)»

J. Pacheco Pereira (in Sábado-16.11)


crisdovale

Carmona ficou mais fraco

Carmona Rodrigues anunciou hoje o fim da coligação que celebrou com o CDS-PP na Câmara Municipal de Lisboa.

Vale a pena recordar que esta coligação garantia a maioria no executivo camarário e que foi firmada com Maria José Nogueira Pinto, mesmo com a resistência de alguns vereadores do PSD que, mais por razões pessoais do que políticas, foram minando este acordo.

Com Paula Teixeira da Cruz no comando da distrital de Lisboa do PSD e a sua conhecida oposição a coligações entre o PSD e o PP, a pressão contrária ao entendimento existente na autarquia lisboeta aumentou.

Parece que apenas Carmona Rodrigues e Marques Mendes suportavam a coligação em nome da governabilidade de Lisboa. Este empenho de Marques Mendes prende-se com o facto de ser ele o principal responsável pela candidatura de Carmona Rodrigues. O sucesso de Carmona será sempre, também de Mendes. O insucesso, a ocorrer, também será de ambos.

Com o conflito entre Maria José Nogueira Pinto e Paula Teixeira da Cruz ao rubro, a pressão tornou-se insustentável. Aqueles que se opunham à coligação reforçaram a sua posição e utilizaram todos os expedientes e pretextos para tornar a cisão inevitável.

Perante esta situação de cerco, Carmona não resistiu. Cedeu.

O presidente da câmara da capital tratou então de construir e provocar uma situação de rotura. Um pretexto para poder satisfazer as pressões que sentia.

Tratou-se apenas de criar uma situação que pareça constituir uma "falta de lealdade" para com ele. Foi assim. Carmona indicou para a Sociedade de Reabilitação da Baixa um antigo colega de Maria José na Misericórdia com quem ela tinha más relações. Conseguiu assim que a vereadora não votasse a proposta que foi chumbada. Estava criado o pretexto...

É óbvio que foi um pretexto. Se não fosse assim, Carmona não indicaria alguém que sabia que Maria José não aprovava. Se o objectivo não fosse esse, que sentido faria indicar agora alguém sem o acordo da vereadora que ele próprio designou para superintender o processo de revitalização da Baixa de que esta sociedade é um instrumento?

Carmona não queria. Mas não resistiu às pressões. Carmona hoje ficou mais fraco...


Manuel S. Carneiro

Na variante Espadinha

Um caso de gel e de circo


crisdovale

15.11.06

Situação estratégica complexa

" Há quatro coisas maiores que todas as outras: mulheres e cavalos, poder e guerra."
R. Kipling
O poder está em toda a parte; não que englobe tudo mas porque vem de toda a parte.
E o poder no que tem de permanente, de repetitivo, de inerente, de auto-reprodutor, não passa do efeito de conjunto que se desenha a partir de todas as mobilidades; do encadeamento que se apoia em cada uma delas e procura, em troca, fixa-las.
Não há dúvida que tem de ser minimalista; o poder não é uma instituição e não é uma estrutura, não é um certo poder de que alguns saiam dotados – é um nome que se atribui a uma situação estratégica complexa numa dada sociedade.

Michel Foucault


bVtana

Os intemporais


Vale a pena ser discreto?
Não sei bem se vale a pena.
O melhor é estar quieto
E ter a cara serena.
Fernando Pessoa


crisdovale

Percepções e realidade

“O tempo é a teia de que sou ao mesmo tempo a aranha e a mosca”
Jacques Lesourne



Perdigão, que o pensamento
Subiu a um alto lugar,
Perde a pena de voar,
Ganha a pena de tormento.
Não tem no ar nem no vento
Asas com que se sustenha
Não há mal que lhe não venha.

Quis voar a uma alta torre
Mas achou-se desasado;
E vendo-se depenado,
De puro penado morre.
Se a queixumes se socorre
Lança no fogo mais lenha
Não há mal que lhe não venha.


Luis de Camões


crisdovale

Santos de casa...

Correio do leitor:

«As vozes dos agricultores portugueses de nada serviram contra a louca utopia do ministro Jaime Silva.
Foi necessário o Parlamento Europeu vir a terreno pôr o "nome aos bois". Triste»
UE: PE rejeita modulação facultativa dos pagamentos directos aos agricultores

Zé Maneli


crisdovale

14.11.06

Assim vamos lá

«(...)2 - Para o cumprimento do disposto no número anterior são adoptados mecanismos de variação de preços em relação inversam ente proporcional ao crescimento da quantidade.»


The illegal we do immediately. The unconstitutional takes a little longer.
Henry Kissinger
New York Times, Oct. 28, 1973



crisdovale

O rapaz de Manhufe

Avant la corrida

de Amadeu de Souza-Cardoso, nascido a 14 de Novembro.


guidosarraza

Tempos modernos

Ministro defende que jornalistas devem ser escrutinados por serem fonte de influência


crisdovale

O desafio agora é outro







«A expressão “globalização” significa a crescente mobilidade de bens, serviços, trabalho, ideias, tecnologia e capital à escala planetária. Apesar de não ser um fenómeno novo, a globalização intensificou-se, desde logo, pela combinação de um conjunto de factores de natureza política e económica: a estabilidade do pós-guerra, a criação e consolidação das Nações Unidas, a criação de instituições para gerir as regras do comércio internacional, o fim do colonialismo, a redução progressiva das barreiras que condicionavam o comércio e o investimento internacionais, as transformações económicas iniciadas pela China no final da década de 70, a dissolução do bloco de leste no fim dos anos 80, as reformas económicas realizadas na Índia democrática nos anos 90.

A este conjunto de factores veio associar-se um poderoso catalisador: uma revolução tecnológica que não só aumentou exponencialmente a qualidade e a velocidade das comunicações, como reduziu vertiginosamente os custos de produzir, processar, armazenar e transportar informação. O mundo passou a estar dotado de infra-estruturas de comunicação planetárias, acessíveis a partir de qualquer tipo de equipamento, a qualquer hora, de qualquer lugar.

Nos chamados países emergentes, a abertura dos mercados retirou milhões de pessoas da pobreza, abrindo esperança e criando novos horizontes de bem-estar. Para qualquer país, incluindo os países mais pobres, o grande risco que se coloca é o de ficarem isolados da globalização.

O desafio já não é “Pensar Global e Agir Local”, o desafio agora é outro: “Pensar Global, Agir Global”. Por outras palavras: fornecer produtos e serviços globais, concebidos por talentos globais, baseados em conhecimentos globais, para mercados globais.»



crisdovale

13.11.06

O segredo do silêncio


O poder do silêncio está no segredo.
Clarice Lispector conta-o.


guido sarraza

Não havia motivos

“Vestia luva gema de ovo todos os dias e aos domingos alugava cavalo”
camilo castelo branco


"Passados dois anos sobre os acontecimentos, Santana Lopes considerou que Jorge Sampaio «não tinha motivos» para demitir o seu executivo - «não havia motivos para aquilo que aconteceu» - e que, ao fazê-lo, «fez mal» ao país.
(...) Lopes disse aos jornalistas que, depois do debate em torno do seu livro, que prevê polémico, falará «do tempo que virá»."

(DiarioDigital-13.11)


Este assomo traz outra vez à lembrança o Pimpão, de que falava Fialho de Almeida:
"...o mesmo não sucedia a Pimpão, que em raça de gato, era o mais poseur de quantos bichanos inda em minha vida aturei. Ele arremetia nas conversas onde não era chamado, ia molhar as patas na caçarola do jantar..."


bruno ventana

12.11.06

Os intemporais


A sombra tempera a luz... As sombras não se dissolvem,
Mas mantêm e protegem a luz que há em nós
E conduzem-nos ao conhecimento e à recordação.


Giordano Bruno


guido sarraza