27.12.04

OLHO AZUL

Com modos práticos, mas finos,
Vais tesourando às escondidas
Esses canteiros femininos.

Mais corsário que jardineiro,
Para o meio de muitas vidas
Desejo impele o teu veleiro.

E, exclamam elas, navegadas:
-Esse olho azul é que é culpado!
Esse olho de azul transtornado
Em nós, maternais, coitadas!..

E assim as tens, crucificadas
No teu celeste mau olhado…


Alexandre O´Neill


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