A DESVERGONHA
“E no regresso vinham todos”
Cuida, o daninho, que já expiou.
Menos de três anos depois do abjecto colapso, fabricado no laxismo, na vacilação e na cobardice, que transformou uma conjuntura favorável num lodaçal miserável, o dissimulado fez contas manhosas e, a rastejar como é seu costume, saiu do alvéolo.
Cuida ele que os portugueses cabem na descrição de Guerra Junqueiro, que os fazia “um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas…”
Cuida ele que a impunidade está a preços de feira e, ontem, no palco do CCB, chegou a ironizar, a fazer graças.
E pede, vejam só, uma “maioria absoluta.”
Se à vacuidade deprimente do engº. Sócrates se afivela este salvado do asilo dos fracassos, rebocando a matula que espojinhou o celeiro do Orçamento, talvez que o taludo cuide mal.
Talvez que o povo “humilde e macambúzio” vá buscar brio para compor a “energia dum coice”.
critovãodoVale
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