22.2.05

O APARELHO

A nova liderança do PSD vai ser, tudo indica, decidida, uma vez mais, não pelo voto directo de todos os militantes mas sim pelo "Congresso".

Ora, o partido é o mesmo. O mesmo do António Preto de Lisboa e do Marco António do Porto. O mesmo dos presidentes de câmara que dão empregos aos militantes. O mesmo dos militantes e ex-militantes da JSD que julgam ter nas soluções "geracionais" o poder nas suas mãos.

Com um partido assim não é de esperar mudanças fundamentais no PSD. A máquina, o aparelho, está montado para não se regenerar. Para que se perpetuem os mesmos.

Os mesmos que, desde os militantes dos núcleos que ambicionam mandar nas juntas de freguesia, aos dirigentes das concelhias que querem ser presidentes de câmara ou vereadores, até aos membros das distritais que pretendem ser deputados só pensam e actuam em função desses objectivos egoístas e apenas por acaso esses objectivos serão coincidentes com os interesses do partido e raramente com os interesses do país.

Num partido que expulsa ou afasta os melhores porque deles tem medo, porque podem colocar em perigo os lugares dos que lá estão, não é suposto observar grandes reformas.

No actual contexto, só em condições muito excepcionais será previsível mudar para melhor.

Veremos...


Manuel Carneiro