18.2.05

A RABANADA

"Some stories survive in order to remake their endings"
D. L. Smith







Pode o grau de rejeição de uma coisa levar a uma receptividade acrítica de outra coisa?

Parece que sim.

Reinações de meninos confrangidos e confrangedores levam, tudo o indica, a cheques em branco a tábuas rasas, mesmo que a madeira destas tenha veios obscuros.

O pêndulo tem um movimento muito seu, que é o do vaivém. Quando vai, vai. E, quando vem, vem.

Só que, quando a força propulsora do “vem” (concordante com o fim do combustível do “vai”) ainda recebe (contra natura) um arrimo adicional do “vai”, o dito “vem” promove-se a rabanada.

Temos pois rabanada pela proa.

Já se notam sinais: No Bairro Alto a PSP reboca Volvos deixando, mal estacionados, os Puntos, o Torquemada da IV Internacional prefere charutos a charros, e a aristocracia cartista, em contra ataque, fala em ocupar o “Procópio”.

Vasco Graça Moura gostou de Jerónimo e nós também.





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