8.3.05

PSD QUER SANTANA EM LISBOA

Passadas as últimas eleições em que o Dr. Santana Lopes obteve um dos piores resultados da sua história (o pior dos últimos vinte anos), rapidamente o partido se precipitou para a escolha de uma nova liderança.

Porquê, lá voltaremos...

Por agora vale a pena reflectir sobre o regresso de Santana Lopes à câmara de Lisboa.

Parece óbvio que a corte de Santana queira o seu regresso. São os empregos (assessorias, consultorias, etc.) que falam por eles.

Os “próximos” também defendem a retoma do lugar de presidente da CML por parte de Santana Lopes. São todos quantos têm feito negócios em nome dele para os quais, agora sem o “mercado da nação”, lhes resta os negócios da cidade…

Já para os “amigos” de Santana, só podem defender o seu regresso, pois a isso corresponde a massagem do ego sem a qual ele não consegue conviver. Para Santana só são amigos aqueles que o “adoram” e, para tal, torna-se imprescindível a afirmação de que tudo está ao alcance do “Pedro”, de que ele (e só ele) reverte as situações mais adversas.

Finalmente, para o PSD, para futuras lideranças, importa que o fantasma de Santana não os persiga.

Muitos consideram que Santana pode voltar. Para as presidenciais, ou, mais distante, de novo à liderança do PSD.

Para estes (líderes, futuros lideres ou candidatos a lideres) importa que Santana seja ainda mais humilhado. Definitivamente “morto” para a política.

Nestas circunstâncias, e tendo em conta a realidade de Lisboa e da autarquia, o regresso de Santana à câmara pode ser o espaço certo para tornar realidade a sua “morte” definitiva.

As penosas condições do regresso de Santana Lopes à câmara de Lisboa, bem como a difícil situação política da autarquia, aliados à falta de concretização das promessas efectuadas, até à existência de um governo adverso à necessária colaboração com a autarquia, tornam o cenário perfeito para um verdadeiro suicídio político (e não um assassínio).

Por isso o PSD quer Santana na câmara de Lisboa.



Manuel Carneiro