O ERRO DE MARQUES MENDES
Marques Mendes considerou hoje que Isaltino Morais não tem condições políticas para concorrer à Câmara de Oeiras devido à investigação que está a decorrer sobre as suas alegadas contas bancárias na Suíça.
Este foi o erro do líder do PSD.
É verdade que Isaltino não deve ser candidato. Quem quer estar na política deve ter um padrão de comportamento mais exigente que a média dos demais cidadãos. Isaltino, com o caso das contas na Suíça deu a conhecer uma faceta que não é melhor ou pior que os demais cidadãos (pelo menos aqueles que podem ter contas na Suíça). Acontece que ele como político não pode ter essas "fraquezas" e muito menos com histórias de sobrinhos.
Mas Marques Mendes, ao utilizar o argumento das investigações, tem agora de ser coerente. Consequente. E isso significa não permitir a candidatura de Valentim Loureiro a Gondomar e de Isabel Damasceno a Leiria. Ambos são arguidos no "caso do apito dourado".
Com este fundamento, Marques Mendes está a enredar-se numa teia de que dificilmente se libertará. Até porque a fragilidade moral de Marques Mendes, nesta matéria, teve início com a cedência que fez às pressões para incluir Isabel Damasceno na sua direcção política. E logo como vice-presidente.
Mas também não é justo nem sério querer confundir estas situações com a de Santana Lopes. Esta sim uma excepção óbvia à regra de manter como candidatos os actuais presidentes. Até porque no caso da câmara de Lisboa, além de ser de elementar bom senso remover Santana Lopes, as estruturas de base do PSD estavam de acordo e Marques Mendes mais não fez do que ir ao encontro dessa vontade.
Para não escolher Isaltino, o líder do PSD bastava ter alegado a regra, aliás sufragada em congresso, de, como regra, reconduzir os presidentes de câmara em funções.
Manuel S. Carneiro
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