9.5.05

OS CRITÉRIOS DE MARQUES MENDES

Durante a ausência de explicações sobre os critérios utilizados nas decisões tomadas por Marques Mendes, tentavam-se encontrar justificações avulsas...

Enquanto que para Santana Lopes servia o argumento da excepção à regra, ou seja "salvo razões poderosas" os presidentes em funções serão candidatos.

Já para Isaltino servia a afirmação da recandidatura dos presidentes em funções.

No caso de Valentim Loureiro o problema era o das investigações no âmbito do "apito dourado"...

Mas então surge a questão de Isabel Damasceno. Era preciso encontrar outro argumento.

Com a decisão da recondução da presidente da autarquia de Leiria à vista, tornava-se imprescindível a explicação dos critérios do líder do PSD para a sua selecção de candidatos.

"Eu não tomo decisões com base em processos judiciais. Os partidos existem para fazer política, não para se substituir à acção dos tribunais".

"Quero ganhar o maior número de Câmaras Municipais, mas não quero ganhar a qualquer preço: há princípios e há critérios de credibilidade a observar".

Finalmente. São estes os critérios de Marques Mendes. Sem dúvida que tornam coerentes as decisões de Marques Mendes no que respeita às escolhas até agora efectuadas.

Até agora foram boas opções. A questão é que também podem justificar outras opções menos correctas.

O problema é que estes critérios "políticos" são assim como os "perfis" que servem para escolher deputados. Normalmente cabem lá todos. Não seleccionam. Pior: justificam tudo.

Mas Marques Mendes foi eleito democraticamente. E só será presidente do PSD enquanto os seus militantes o quiserem.


Manuel S. Carneiro