GRUPO DOS CINCO
Outra proposta para a União Europeia
O Ministro que ambiciona a presidência francesa em 2007 manifestou hoje, na reunião dos titulares da área do Interior das cinco potências europeias, vontade de a União Europeia progredir com um grupo de cinco Estados, substituindo, no seu entender, o obsoleto eixo Paris-Berlim.
O poder, no interior da direita gaulesa está ao rubro, enquanto a esquerda está esfrangalhado. E, como sempre, o debate político que se produz em França tem interesse pela capacidade argumentativa e pelo conteúdo apresentados.Como putativo candidato a considerar-se o General Charles do século XXI (condição de qualquer político francês que pretende singrar), e agora que o auto-considerado modelo que reside no Eliseu dá os seus últimos passos políticos, a França surge como proponente de um novo modelo.
Em certa medida, acaba por ser a resposta do lado sul da Mancha à apresentada pelo súbdito de Sua Majestade.Monsieur Nicholas pode triunfar em várias frentes antes de ganhar a corrida presidencial francesa. O que é do seu interesse. Em Setembro, na Alemanha, assim a sua amiga, Frau Angela, ganhe, Monsieur Nicholas encontrará uma parceira mais que privilegiada. Ambos comungam da mesma doutrina. E a vitória da CDU na Alemanha parece ser, quase, uma verdade de La Palisse. Pode ser a primeira alegria do provável Presidente francês.
Na Espanha, pode ter outro importante aliado. Espanha, esta Espanha, prefere mais o continentalismo do que o atlantismo. Porém, Zapatero já demonstrou que é pragmático e isso foi patente no último Conselho Europeu. Aproximou-se da proposta britânica, que vai ao encontro dos interesses espanhóis, e afastou-se dos seus aliados continentais (França e Alemanha), por estes representarem um modelo esgotado e sem viabilidade. Todavia, se França e Alemanha encetarem por outras abordagem, Madrid estará sempre junto de Paris e Berlim.Por conseguinte, ter um grupo de Estados liderantes (Alemanha, Espanha, França, Itália, Reino Unido), deixando os restantes Estados-membros da União atrás é outra proposta, que surge como alternativa à visão apresentada pelos britânicos, recuperando os desígnios da Agenda de Lisboa.Concorde-se ou não com a leitura de Monsieur Nicholas, este tem dado sinais de que a França vai ressurgir com sangue novo. Assim termine o prazo de validade de quem tem uma visão passadista. A França vai voltar à arena política com propostas arrojadas. E elas não são para agradar a gregos e a troianos.
Como é típico de Monsieur Nicholas. No nosso caso, Portugal tem a perder com a leitura de Monsieur Nicholas.Porém, já se sabe, tende a triunfar quem tem visão, quem tem e apresenta propostas, não quem mendiga fundos.Portugal, de que lado está?Há anos que a questão continua a ecoar.
.CMC (in tugir)
bvta
1 Comments:
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