AS ELEIÇÕES AUTÁRQUICAS
“Quando um homem qualquer não tem que fazer, e receia por um resto de pudor passar por vadio, mete-se em político.”
L. A. Palmeirim
O arraial de videirinhos com impacte popular que por aí segue à conta das autárquicas é desolador.
Tunantes como isaltino, aventino, valentim e felgueiras provam que, em larga medida, esta ainda é uma terra onde os falsificadores são admiráveis e que os artistas do aproveitamento de sobejos contam com plateias de grunhos e palermas (e de gatunos frustrados) prontas a aplaudir, e até a eleger para seus governantes, os artistas que moem bolacha velha, lhe juntam farinha avariada e vendem o pão daquela amassaria.
Já não é só o despudor, a velhacaria e a impunidade, pois, pelo que se vê, o escoucinhar da ética é uma etapa menor.
Do que se trata, agora, é, em resvalo para o embrutecimento, de vitoriar já o próprio couce.
E nessa matéria, a do couce na ética, os ídolos estão bem escolhidos.
Melhor que todos, também se diga, com as suas popas à frente, são os atuns - o sarrajão e o cachorreta.
Cristovaodovale
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