DUAS NO CRAVINHO UMA NA FERRADURA

"João Cravinho considera que na apresentação do candidato socialista poderiam ter sido evitados constrangimentos entre Manuel Alegre e Mário Soares.
Em entrevista ao programa «Diga Lá Excelência», da Rádio Renascença e do jornal Público, João Cravinho, membro da comissão nacional do PS e presidente da comissão parlamentar de economia e finanças afirmou que bastava que o Secretário-geral do PS tivesse promovido uma «reunião a dois ou a três».
O partido teria «lucrado se tivesse havido um processo de informação mútua, troca de impressões», afirmou, reconhecendo, a propósito, que Alegre já tinha recebido sinais de encorajamento da cúpula do partido.
Quanto ao principal (e eventual) rival de Soares, ainda sem candidatura formalizada, o deputado socialista considera que quer ir para Belém para poder fazer um PSD à sua imagem, com Manuela Ferreira Leite na liderança - «seria um Primeiro-ministro ideal para Cavaco Silva», advoga.
Já se Soares perder, ao contrário da tese difundida por alguns sectores socialistas (de que seria uma derrota pessoal), Cravinho considera que seria mau para todo o partido.
No que toca à governação do Executivo de José Sócrates, o dirigente socialista considerou «uma falha enorme do Governo» a escolha de Armando Vara para a administração da Caixa Geral de Depósitos, bem como a de Fernando Gomes para a Galp.
Cravinho disse que não faria tal escolha, porque «já sabia que a opinião pública iria ter uma sobre-reacção [muito] negativa». Esta decisão, argumentou, não só foi «um tiro no próprio pé», como «no pé de todos os que votaram exactamente para que isso não sucedesse».
Por fim, João Cravinho defendeu que Sócrates deveria avançar com um programa nacional de prevenção da corrupção. Diz o deputado que tentou que isso constasse do manifesto do PS nas últimas legislativas, mas não conseguiu."
(portugaldiário-11.9)






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