ARTES E OFÍCIOS
A política como a habilidade da sobrevivência em posição de mando. Que se esgota nessa faina e se serve de qualquer coisa, nesta se incluindo com naturalidade a manipulação e a hipocrisia.
Esta arte menor do jogo do poder tem em Soares um cultor de grande dimensão. Em Portugal, o seu oficial mais talentoso, de há décadas a esta parte.
Seguido, a boa distância, por Portas, Louçã e Lopes.
Em tempos de boa borrasca, tendem, aliás, por natural espírito de confraria, a sentir-se manos, chegando, se a nuvem é muito carregada, a dar as mãos uns aos outros.
Noutro sítio, aparentado com o primeiro só pela margem, a política como luta para alcançar o poder, fascinante porque o seu exercicio é apenas percebido e vivido como a tentativa de inflectir o movimento duma sociedade no sentido de a tornar cada vez melhor para um número cada vez maior, por via da acção concretizadora e por mor da exigência.
Esta arte maior do jogo do poder é mais dificil. Exige, para além do talento, competência, trabalho e preserverança.
O pior, para os primeiros, é quando o povo - esse velho servo e soberano - dá pela diferença.
lourençobravo
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