29.5.06

"...muito triste, preocupado e apreensivo"

«Na sua opinião, foram "a insatisfação generalizada" da população, devida à "falta de emprego, de dinheiro e de pão para a boca", e a "frustração das expectativas de mudança em relação ao Congresso da FRETILIN" que, "aliadas à tensão", conduziram à actual situação.»
(...)
«Estas acusações voltaram hoje à ordem do dia quando, a propósito de uma manifestação exigindo a demissão de Alkatiri, o bispo de Díli, Ricardo da Silva, afirmou: "É evidente que o povo não gosta dele (Alkatiri)".
Questionado sobre esta afirmação, Basílio do Nascimento afirmou: "D. Ricardo tem uma certa razão. E não é só ele que o diz, são todos os timorenses e toda a gente de bom senso".»

(...)
«Sobre o regresso a Timor-Leste de forças estrangeiras, o bispo de Baucau disse não querer fazer comentários, sobretudo por não estar no país para avaliar a situação em primeira mão, mas considerou que a grandeza da força australiana lhe parece excessiva.
"Só Díli é que está numa situação de caos . Cinco navios, 1.300 homens" Não sei se não é um bocado desproporcional", afirmou.
Basílio do Nascimento recusou, no entanto, fazer quaisquer comentários às análises que apontam os interesses petrolíferos australianos como centrais no envio de uma tão grande força, limitando-se a observar: "Gostaria que fosse apenas um gesto de ajuda".»

(Lusa-29.5)


Confirmando através de D. Basílio do Nascimento as causas das coisas, tira-se ,talvez, da sua "tristeza, preocupação e apreensão" a fina percepção de que o futuro timorense pode vir a acontecer sob a "protecção australiana".
A Austrália, que um dia ocupou a ilha para vir depois a ser varrida pela trágica invasão do Japão, pode, mais de meio século depois, acabar por suceder a Portugal e à Indonésia na "administração", de facto, de Timor Leste.
Sob a égide da ONU, provavelmente.
Uma coisa a História registará: as "elites" governamentais e politicas timorenses trabalharam incansavelmente para isso.

crisdovale

4 Comments:

At 9:26 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Segundo o portugal diario, os portugueses que estão em Dili querem vir embora e dizem-no alto e em bom som.
O MNE diz que "ninguem" quer vir embora...
Vamos ver o que isto dá.
ptf

 
At 9:26 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Para desanuviar um pouco, esta estória deliciosa publicada no «Abrupto» :

- "(...)Quando os Portugueses chegaram a Timor, falaram primeiro com os timorenses de Dili. Os timorenses ouviram e ficaram calados. Depois foram para leste e voltaram a falar com os timorenses dali mas neste caso os timorenses simplesmente viraram as costas aos portugueses. E, assim, os calados ficaram “Kaladi” e os que viraram as costas tornaram-se “vira-cus” e depois “Firaku”. Os “Firaku” são os timorenses de Lorosae, de Manatuto para leste e são mais extrovertidos, negociantes e meliantes; os “Kaladi” são os de Loromono, de Manatuto para Oeste e são mais introvertidos, mais perguiçosos, mais consensuais.(...)".

 
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