13.5.06

Trato de superpotência






" (...) Putin, que Ieltsin escolheu como quem provasse melões, depois de ter experimentado três outros primeiros-ministros, herdou um país empobrecido e descontente, desconfiado do mercado, que se sente humilhado pelo Ocidente, tão triste que faz poucos filhos, xenófobo e nostágico das grandezas passadas.

O novo czar agarrou o poder: passou a nomear os governadores civis que antes eram eleitos; oligarcas dados à política foram presos e julgados à má-fila ou exilaram-se; a maioria dos jornais e televisões é controlada pelo Kremlin; se a Rússia não recebesse trato de superpotência, a repressão na Tchetchénia já teria dado azo a mandados de captura do Tribunal de Haia.
Há cinco anos, George Bush gostou da alma de Putin (que lhe viu nos olhos). Esse tempo passou. Há dias, na Lituânia, Dick Cheney verberou a Rússia por desrespeito pelos direitos do homem - antes de voar para a Ásia Central, reforçar laços com tiranos abjectos que exportam petróleo. Cujo preço subiu tanto que Putin pode subornar o seu povo e ignorar críticas de fora - cada vez mais raras porque poucos europeus se querem zangar com o grande fornecedor de energia. Entre falta de resistência democrática dos russos, desunião europeia e inépcia da Administração Bush, a Rússia está a voltar a ser um vizinho incómodo."

José Cutileiro (Expresso-13.5)

crisdovale

2 Comments:

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