A menos que...
A fretilin consagrou os recentes feitos de Rogerio Lobato com a vice-presidência do partido. A cartilha dos anos sessenta da frelimo, lida e praticada com pureza, leva com segurança a um lugar desgraçadamente já bem conhecido: o desastre.
Os bloqueios e impasses que levaram à emergência da descontinuidade, agora à vista de todos, não só subsistem como se agravam dia a dia,
A fretilin, por inépcia e ausência de qualquer átomo de sentido de estado, não tem condições para governar, mas tem - com a ameaça objectiva da guerra civil - "força" para não ser removida do Governo.
Nesta navalha de fio fino, Ramos Horta, (um debilitado) Xanana Gusmão, a Igreja e os responsáveis australianos tentam remendar o barco arruinado, ao mesmo tempo que o procuram manter à tona.
E é neste triste cenário que Freitas do Amaral, com um pavoroso revirar de olhos, atira aos australianos com a pedrada de (quase) nove séculos de história e com um patético "ninguém coordena por nós os nossos 120 Guardas Republicanos!"
Ouvindo, hoje, Ramos Horta e, ontem, o MNE australiano, a conclusão que se tira é a de que está criado mais um problema.
E este só pode ter uma de duas origens: o desvario puro e simples na condução da diplomacia portuguesa, ou a ingerência de Portugal na politica interna de Timor, alinhando em jogos que só podem ser considerados de facção.
O que, bem vistas as coisas, é a mesma coisa.
A menos que, jogo mais fino, Portugal tenha metido mãos à misteriosa tarefa de abanar a posição da Austrália nos confins da Oceania.
crisdovale
2 Comments:
Falta arte..muita arte!
O que não deixa de ser certo é que, como já foi, aliás, dito por si, timor não tem estruras economico/sociais nem superestruturas politicas minimas que permitam a sua viabilidade. Assim, resta, e esperemos que a solução chegue rápida e sem mais chacinas, um modelo de protectorado, sob a égide da ONU.
Tudo o resto é jogar com o destino e as vidas dum povo martirizado.
jmn
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