Lança o olhar ao longe e ao largo
«(...) a umas cinquenta milhas da cidade (de Lisboa) , subindo o rio, fica o ópido de Santarém, de grande antiguidade e muito famoso de entre diversos outros ópidos da Lusitânia. A seu respeito, Plínio testemunha que foi a quinta colónia lusitana e que outrora lhe deram o nome de Praesidium Julium. A nossa gente chama-lhe hoje Santarém. A seu respeito os interessados pelas coisas antigas encontrarão muitos dados no nosso Resende.
Porque está localizado no cimo de um monte muito alto, lança o olhar ao longe e ao largo por uma extensa planície, que é dividida ao meio pelo Tejo e cuja terra apresenta extrema fertilidade, pois leva vantagem a todas as outras, por tal modo que escassos trabalhos agrícolas asseguram todos os anos, em vales reduzidos, inacreditáveis quantidades de trigo; a tamanha fertilidade do solo não ficará mal associar um dado, embora dizê-lo a muitos possa parecer difícil de acreditar: é que sessenta dias após ter sido começada a sementeira os cereais num curto período de tempo ficam grados, ceifam-se bem maduros, malham-se e, se for caso disso, moem-se.»
Damião de Goes
(Elogio da cidade de Lisboa)
guido sarraza
5 Comments:
Grande apontamento da velha e grande (também) Scalábis. Obrigado.
Joaquim M.
A minha terra pelo grande Damião Gois, eis uma grande peça. Soma e segue Guido!
Seu vaidozeco!
Que pena a Santarém actual. Centro Histórico está persevado. O resto tornou-se na Reeboleira do Ribatejo.
Tem toda a razão: Redobro as penas! Que triplico pela fraca oferta gastronómica (em termos de público em geral, que não o da geral)
A corrigir...seguramente!
LC
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