14.9.06

As amoras




O meu país sabe as amoras bravas
no verão.
Ninguém ignora que não é grande,
nem inteligente, nem elegante o meu país,
mas tem esta voz doce
de quem acorda cedo para cantar nas silvas.
Raramente falei do meu país, talvez
nem goste dele, mas quando um amigo
me traz amoras bravas
os seus muros parecem-me brancos,
reparo que também no meu país o céu é azul.



Eugénio de Andrade



brunoventana

4 Comments:

At 12:09 da manhã, Anonymous Anónimo said...

... dizia-se "ir às amoras". Com uma cana e prego retorcido na ponta, por entre canadas e matagais. Depois, esbaforidos do sol e da poeira, tomávamos banho - em cuecas - no tanque das estufas de ananazes. O doce de amora chegava uns dias depois. Não são saudades. É o tormento impiedoso do que não volta mais.

 
At 12:23 da manhã, Anonymous Anónimo said...

O melhor de Portugal, talvez o melhor de uma vida inteira

 
At 12:42 da tarde, Anonymous Anónimo said...

NO PRÓXIMO FIM DE SEMANA VOU A CASAL DE CINZA E PROMETO TRAZER MUITAS AMORAS QUE AGORA QUE CHOVEU ESTÃO DELICIOSAS..PRÁ AÍ UNS CINCO QUILOS... A QUEM ME ENCONTRAR NO DOMINGO 24 EU DOU APAR COMEREM FRESCAS OU PARA QUEM FOR DADO À ALQUIMIA AZER A MELHOR COMPOTA DO MUNDO.

 
At 12:59 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Bem, isto começa a compor-se, que por mim levo um tinto de estalo.
Assim isto vai lá.

Joao Portugal

 

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