Tolerância e exigência
O final do ano que passou foi palco para mais uma discussão (recorrente) sobre "tolerâncias de ponto". O primeiro-ministro José Sócrates decidiu brindar os funcionários públicos com "folga" no dia 26 de Dezembro.
Por outro lado, Rui Rio - presidente da Câmara Municipal do Porto - entendeu não estender essa tolerância aos funcionários municipais do Porto.
Vem de longe esta discussão sobre tolerâncias, pontes e feriados. Era primeiro ministro Cavaco Silva quando ficou célebre a intenção de não conceder a tradicional tolerância de ponto por ocasião do Carnaval. Então, Cavaco Silva pretendeu dar (desastradamente) um sinal sobre a necessidade de maior produtividade, num período em que se pretendia implementar maior rigor, exigência e responsabilidade na sociedade portuguesa face à competição no panorama internacional e europeu em particular.
Portugal vive hoje um dos períodos mais difíceis da era democrática. A economia, a sociedade, o tecido empresarial confronta-se com dificuldades internas e no contexto europeu que levam os mais cépticos a duvidarem do sucesso nacional.
José Sócrates tem insistido num discurso de exigência e de rigor face às dificuldades que Portugal enfrenta. Neste sentido, o primeiro ministro tem encontrado no presidente da república um importante apoio institucional.
Ora, este gesto de Sócrates de concessão de tolerância de ponto no passado dia 26 de Dezembro deita por terra o discurso de rigor e exigência. Esta atitude do primeiro ministro é a prova que as influências socialistas de laxismo tão típicas vieram finalmente à tona. Resta saber se foi por pressão do partido ou por convicção...
Certamente que José Sócrates não contou neste gesto com o apoio de Cavaco Silva. Neste particular foi Rui Rio quem esteve mais próximo do presidente da república...
Já agora: em Lisboa o caso foi mais extremo. O presidente Carmona Rodrigues, mesmo com as contas do município numa fase crítica e com a gestão municipal com tantas dificuldades, ainda se deu ao luxo de conceder, não só o dia 26 de Dezembro, como ainda o dia 2 de Janeiro. Um mãos largas...
Manuel S. Carneiro
4 Comments:
O Cavaco vai arrepender-se rapidamente de ter apoiado o Sócrates. Ele é socialista. est~-lhe no sangue...
Já o Rui Rio...
Ilusão. Efeitos do populismo que se soltou e irá engrossando as dificuldades de querermos ser portugueses e viver em Portugal.
E agora esta notícia do congelamento das propinas é a confirmação que temos os socialistas de novo em todo o seu esplendor...
Tenho dois filhos a estudar na capital do Reino, sendo que vivo nas «Adjacentes». Sopram-me um ordenado inteiro. Querem o quê ? Que eu vá pró Intendente ?
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