Outros tempos...
Sebastian Loom, professor catedrático no Ontário, acha que Portugal é "um caso" e dos mais estranhos...
Uma das "pepitas" postas a descoberto no seu livro "Portugal. A case study" é uma citação do humanista flamengo Nicolau Clenardo, que viveu e ensinou em Évora em pleno Sec. XVI :
«Se algures a agricultura foi tida em desprezo, é incontestavelmente em Portugal (...) para mais, se há algum povo dado à preguiça, sem ser o português, então não sei eu onde ele exista.
Falo sobretudo de nós outros, que habitamos Além do Tejo, e que respiramos mais de perto o ar de África.
Se uma grande quantidade de estrangeiros e de compatriotas nossos não exercessem cá as artes mecânicas, creio bem que mal teríamos sapateiros ou barbeiros.
Aqui não há grande abundância de artífices, e não é costume que eles ofereçam as suas mercadorias. Quase tudo, além da paga, custa rogativa.
Estes hábitos estão tão enraízados, que aos olhos de toda a gente as coisas perdem valor, desde que nos sejam oferecidas.
Ninguèm quer outra carne, senão a que arrancamos, por assim dizer, das mãos do carniceiro, depois de ter esperado a pé firme no mercado duas ou três horas.
Em Portugal,todos somos nobres, e tem-se como grande desonra exercer qualquer profissão.
(...) Se quisesse condescender com os costumes desta terra, começaria por sustentar uma mula e quatro lacaios.
Mas como seria possível? Jejuando em casa, enquanto brilhava fora como um triunfador, e teria que tragar este amargo remédio de dever mais do que poderia pagar.»
(Em "Portugal. A case study" de Sebastian Loom, citado por Maria Santos in publico de 9.7.05)
brvtana
3 Comments:
O Sr Loom não suspeitava com certeza (a cinco séculos de distância) da irreformável PAC da União Europeia.
E muito menos do «conceito de cidadania europeia, que constitui um valor acrescentado das cidadanias nacionais» (sic).
A malta gosta ... tanto quanto temos por cá um Sueco a viver na base dos subsídios da PAC, isto é, com casa, mesa posta, uma mula e quatro lacaios ...
Bem , algum caminho já se percorreu.. Algum...
a medida no final e que o pais do senhor nem uma mencao tera quando esta civilizacao findar...e depois o teste ee o do tempo e nao o das efemerides, embora ha quem viva delas...vamos ver se o pais do senhor resiste porque, todavia, nao sei se hesiste
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