Daqueles pátrios montes
Já a vista, pouco e pouco, se desterra
Daqueles pátrios montes, que ficavam;
Ficava o caro Tejo e a fresca serra
De Sintra, e nela os olhos se alongavam;
Ficava-nos também na amada terra
O coração, que as mágoas lá deixavam;
E, já depois que toda se escondeu,
Não vimos mais, enfim, que mar e céu.
Daqueles pátrios montes, que ficavam;
Ficava o caro Tejo e a fresca serra
De Sintra, e nela os olhos se alongavam;
Ficava-nos também na amada terra
O coração, que as mágoas lá deixavam;
E, já depois que toda se escondeu,
Não vimos mais, enfim, que mar e céu.
Luís de Camões
guido sarraza
3 Comments:
No Século XV, entre o mar e o céu, é, hoje, inconsciêncializável.
Se ao menos tivéssemos preservado aquele ADN, talvez ainda pudesse haver Esperança ...
Não fizémos a Companhia Portuguesa das Indias (nem ocidentais nem orientais)...depois não nos podemos queixar.
Sempre nos governámos tacanhamente, sem pensar que os recursos são (até por definição) escassos.Facto que obriga a gerir com critério e com critérios.
Como diria o outro, é a nossa sina ...será?
Teremos de a continuar a aceitar? Não poderemos fazer nada?
Podemos fazer, podemos. Mas, falta-nos alguma coragem para afrontar todas as "luminárias" que por aí andam a esbanjar recursos (financeiros e não só!).
Todos os que se acomodam são responsáveis.
Bem sei que fomos e continuamos a ser, maioritariamente, treinados para isso.
Ao continuarmos paralisados sustentaremos as luminárias e uma longa e empobrecedora letargia colectiva!
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