31.5.07

Cantando o Bendito


Fomos outrora o povo do caldo da portaria, das procissões, da navalha e da taberna.
Compreendeu-se que esta situação era um aviltamento da dignidade humana: e fizemos muitas revoluções para sair dela.
Ficámos exactamente em condições idênticas.
O caldo da portaria não acabou.
Não é já como outrora uma multidão pitoresca de mendigos, beatos, ciganos, ladrões, caceteiros, que o vai buscar alegremente, ao meio-dia, cantando o Bendito: é uma classe inteira que vive dele, de chapéu alto e paletó.


Eça de Queirós


brunoventana

1 Comments:

At 1:26 da tarde, Anonymous Anónimo said...

No Reino da Tailândia, (e faz-se notar que a Tailândia nunca foi uma Nação colonizada), as "coisas" passam-se assim :

«Na Tailândia acabou-se o regabofe da corrupção política. Ontem, em sessão plenária, o Supremo Tribunal fez história: de hoje em diante, os partidos políticos pagarão caro pelo envolvimento de quaisquer filiados seus em casos de corrupção, sejam ministros, deputados, autarcas ou simples militantes. Penas: interdição até dez anos dos direitos políticos individuais para os criminosos, suspensão até cinco anos da faculdade de participar em actos eleitorais para os partidos ou, em situações extremas, dissolução compulsiva dos mesmos (...)».
(In «Combustões»)

São as «boas práticas».

 

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