Em duas máscaras
Usou a palavra como um florete, num tom que não devia "revelar adulação, devendo limitar-se ao sinuoso e escorregadio espaço que separa a lisonja do respeito", e viu, ele Mazzarino, então já Jules Mazarin, a política como uma actividade amoral, baseada em duas máscaras:
a da simulação e a da dissimulação.
E explicou: "ao empunhá-las, o praticante deve esvaziar-se de si mesmo, expurgar a autenticidade, não se denunciar pela emoção, porque quase sempre os sentimentos mais profundos do coração transparecem no semblante em claros sinais."
guido sarrasa
a da simulação e a da dissimulação.
E explicou: "ao empunhá-las, o praticante deve esvaziar-se de si mesmo, expurgar a autenticidade, não se denunciar pela emoção, porque quase sempre os sentimentos mais profundos do coração transparecem no semblante em claros sinais."
guido sarrasa
1 Comments:
As nossas máscaras :
«Trata-se, quiçá, juntamente com o regime do Homo Mugabensis, de uma das mais sórdidas expressões de brutalidade, venalidade e incompetência de que há registo no mundo contemporâneo. Falo, é claro, dessa brilhante cleptocracia que dá pelo nome de República de Angola, propriedade de Eduardo dos Santos e capangas. O despejo inopinado de 30.000 pessoas repete análogo feito ocorrido há dois anos no Zimbabwe: tropa de choque irrompendo pelos bairros de caniço, violência indiscriminada, os mesmos 20 minutos que o general Stroop dava aos desgraçados do ghetto de Varsóvia antes de lançar os mastins e os kapos ucranianos, bastonadas e espancamentos, pessoas esmagadas no tropel da fuga, crianças separadas dos pais, idosos atirados como gado para camiões, tiros de intimidação. Aqui das Necessidades, nem um piu. O que dizer ? Nada, trata-se de assunto interno de um país-irmão. Ao que chegámos: por uns centos de botas em segunda mão e uns barris de vinho a martelo exportados desaparece-nos a dignidade e fingimos que nada vemos. Somos uns hipócritas».
Publicada por Combustões em 15.5.07
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