3.5.07

Na qualidade de artista de cozinha

"Afinal Pina Moura, convidado no dizer do próprio como "gestor" e pelas suas afinidades "ideológicas", foi-o, no dizer do seu patrão Manuel Polanco, " escolhido para presidir o grupo devido aos contactos que tem «na alta finança e na alta política» (TSF, hoje) ou seja como lobiista. Apetecia-me dizer que esta história ainda acaba mal, mas como é uma história portuguesa, melhor ibérica, nunca se sabe."
(JPPereira)

A este propósito: Top-heavy lusitano: viver sem trabalhar


crisdovale

3 Comments:

At 7:03 da tarde, Anonymous Anónimo said...

O boneco que vem no abrupto é de facto muito, muito bom.

 
At 8:23 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Num país a sério e sério....

 
At 11:15 da tarde, Anonymous Anónimo said...

«Um colega brasileiro observava-me, em tom irónico, que a única diferença que encontrara entre as empresas de São Paulo e as empresas de Lisboa é que, naquelas, há muita mão-de-obra e pouca estrutura hierárquica (por razões de custos) e que nestas praticamente não há mão-de-obra: só há Directores e Administradores, e, quando muito, uma ou duas secretárias para abrirem a correspondência e um paquete para trabalho de rua.
"Como é que sobrevivem?", interrogava-se.
Sobrevivem porque a lógica económica é muito diferente por cá: quase todas sorvem da teta do Orçamento, e são ocupadas por Jotas e ex-Jotas aos quais não se pede produtividade, mas apenas algumas trocas de favores na angariação de fundos e no branqueamento da facturação. Se não fizerem absolutamente (mais) nada, ao fim de uns anos entram no circuito das nomeações da empresas graúdas, na «old-boy network» para a qual os partidos servem de fachada.
O país é pequeno, a cidade é pequena, não há escala para se esperar produtividade nessas capelinhas de apaniguados. Um paquete, duas secretárias, cinco Directores, oito Administradores (um para cada «sensibilidade partidária», mais um para a Maçonaria e outro para a Igreja), e está feita a coisa. Tudo parasitismo tolerado, alegre, ornamentado: nenhum dos directores se esquece de apresentar-se como «empresário», todos tiraram ou tirarão um MBA de vão de escada, todos citam de cor o título dos dois livros que tiveram que ler, de dois «gurus» do marketing ou da gestão; sapato engraxado, camisa de risca, cartão de visita, carro de cilindrada, o riso alvar da «grandeza», os sonhos impotentes do marialvismo, as mentirinhas a encobrirem as frustrações da juventude – conheço-os, todos muito empoleiradinhos no galho mais alto da árvore ressequida da trafulhice empresarial.
Em São Paulo um dia hão-de aprender a viver com toda esta qualidade, são ainda muito novos e inocentes para se recostarem em sinecuras tão descaradas.

posted by O Jansenista | 14:15»

 

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