7.5.07

A nossa modernidade


«(...) Em França, apenas confirmámos como a Europa deixou de depender dos habituais especialistas no europês, os tais que nunca conseguiram vislumbrar que é possível, e desejável, o "oui par le non" de uma Europa das Nações. Os tais que nem sequer reparam que os principais ideólogos de Ségolène Royal foram dos principais socialistas que estiveram por trás do movimento que levou ao "não" francês, no referendo ao tratado constitucional proposto por Giscard.

Quem não reparar que a complexidade crescente levou a novas direitas e a novas esquerdas pode continuar a assistir ao programa prós e contras de logo à noite, onde a esquerda do futuro é representada por Mário Soares e a direita, também do nosso excesso de mais do mesmo, terá a voz de Adriano Moreira, ambos assessorados por Paulo Rangel e Miguel Portas, para que Jerónimo de Sousa fique em desespero, apesar de ter ficado em terceiro lugar na Madeira.

Isto é, a nossa modernidade continua a viver de traduções em calão, com dezenas de anos de atraso, dado que não conseguimos racionalizar imediatamente as nossas realidades, entre o Manuel do Bexiga e o Alberto João, enquanto perdemos latim a comentar o Carmona e as candidaturas de Ana Paula Vitorino, pelo PS, de Teresa Caeiro, pelo PP, e de Paula Teixeira da Cruz. Quando Sócrates bem quereria livrar-se de António Costa e Marques Mendes ter imaginação criadora para lançar Maria José Nogueira Pinto, enquanto Paulo Portas acabará por optar pela solução de Bagão Félix e Manuel Monteiro poderá aparecer com o Gato Fedorento, dado que o filho do ex-edil Fernando Santos e Castro prefere a autarquia de Odemira.(...)»


J Adelino Maltez


crisdovale