22.6.04

DEPOIS DAS JANELAS ELES QUEREM FECHAR AS PORTAS

UM EVENTO MUITO SÉRIO (II)
“ Diz adeus às tuas cabrinhas que eu volto já, filha”
C. Castelo Branco

Coimbra, 22.6.04 - Organização do Conselho dos Laboratórios Associados (CLA)


A segunda “jornada CLA” em prol do monopólio da Promotora Oficial mestre Rosália Vargas aconteceu.
A teorização do problema não evoluiu, o espírito não remontou a outras alturas e o tom do evento foi mais do género “vou buscar umas folhas de arruda ao quintal”.
Por atacado, foi manifestada preocupação.

O caso como é sabido é este: a divulgação científica vinha sendo “gerida” sem atender a minudências, em exclusivo, pela entidade privada Agência “Ciência Viva”.

Um dos (muitos) momentos vivos dessa gestão aconteceu quando “uma proposta de 25,5 Milhões de Euros foi apresentada pela Agência à entidade de gestão do programa e enviada por esta ao ministério, sem que exista documentação relativa a uma avaliação, apreciação ou parecer da unidade de gestão do programa” (Relatório da Comissão Europeia).

A rapaziada precisava pois de arrocho e Bruxelas exigiu a transferência das competências da Agência Ciência Viva, que concentrava a gestão e a avaliação de projectos de divulgação científica, como uma das condições para o desbloqueio dos fundos comunitários.

Entretanto a divulgação científica vai agora ser reforçada, sendo-lhe atribuída, até 2006, 40 Milhões de Euros, a que acrescem 19 Milhões no âmbito das medidas desconcentradas de Ciência. Mas, imagine a mariolagem, com concursos e avaliação por painéis independentes e gestão financeira a cargo do gestor do programa operacional.

Hoje por hoje toda a comunidade científica e académica sabe isto, e até mais. Daí que o façanhudo físico Fiolhais, com as brutais tiradas“ O agora estrangulado Ciência Viva era a ciência a bater à porta da escola” e “Agora, a ciência está morta.”, mais que angustia e tortura o que mostra é que o demónio rabia nas almas desencabrestadamente. Vai melhorar de certeza.
Quanto ao Prof. Alexandre Quintanilha, que disse “O Ciência Viva era um programa raro na Europa e no Mundo”, enganou-se: não era raro não senhor. No escoucear da ética e na urdidura da trama era mesmo único.