4.3.05

UM POEMA FELIZ PORQUE AS COISAS VÃO MAL

Mal?! Ah, pois é….O quê?! Não me digas que fostes na cantiga do Sócrates? Olhem, também muita gente! Acháveis que agora que o PS já lá está eram só facilidades? Oh-oh, isso é que era bom…Acháveis que podíeis mudar de carrucho, hã, seus pretensiosos!? E que mal tem o Fiat Punto? Queríeis ir para a neve duas vezes, hã, suas lambareiras?! E que mal tem Quarteira no Verão?!

O PS não nos vai mudar a vida. Isto vai ser tão mau quanto antes! Parece impossível, mas é verdade. Estes dias de sol, e de suave céu azul, calmos e sem notícias, são como o olho do tufão. O que veio atrás era muito mau, e o que vem à frente pior será. Ou achavam que de repente Portugal tinha deixado de ser Portugal?

Enquanto o cajado vai e vem folgam as costas, e estes dias sem nenhum governo real são dos poucos em que podemos ser felizes. Pelo menos –garantidamente- ninguém faz merda. Mas ela já aí vem, e da grossa. O pastor já voltou da taberna, e já se vê daqui de baixo o cajado a alevantar-se, pronto a ferrar-nos nos amorosos lombinhos. É assim. Fica o Poema. A cada sexta-feira, se a tanto me ajudar a arte e a tecnologia.

We were very tired, we were very merry—
We had gone back and forth all night on the ferry.
It was bare and bright, and smelled like a stable—
But we looked into a fire, we leaned across a table,
We lay on a hilltop underneath the moon;
And the whistles kept blowing, and the dawn came soon.

We were very tired, we were very merry—
We had gone back and forth all night on the ferry;
And you ate an apple, and I ate a pear,
From a dozen of each we had bought somewhere;
And the sky went wan, and the wind came cold,
And the sun rose dripping, a bucketful of gold.

We were very tired, we were very merry—
We had gone back and forth all night on the ferry.
We hailed, "Good morrow, mother!" to a shawl-covered head,
And bought a morning paper, which neither of us read;
And she wept, "God bless you!" for the apples and the pears,
And we gave her all our money but our subway fares.

Edna St. Vincent Millay


Ácaro – o Hacker