21.5.05

L´ACQUIS

"a propter vitam, vivende perdere causas"


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(...)
Minha tese é, portanto, a seguinte: a própria perfeição com que o século XIX organizou certas esferas da vida é a origem do fato de que as massas beneficiárias não a considerem como organização, mas como natureza.

Assim se explica e se define o absurdo estado de ânimo que essas massas revelam: não se preocupam com nada além de seu bem-estar e ao mesmo tempo não são solidárias com as causas desse bem-estar.

Como não vêem nas vantagens da civilização uma invenção e uma construção prodigiosas, que só podem ser mantidas com grandes esforços e cuidados, acham que seu papel se resume em exigi-las peremptoriamente, como se fossem direitos naturais.

Nas agitações provocadas pela escassez as massas populares costumam procurar pão, e o meio que empregam costuma ser o de destruir as padarias. Isto pode servir como símbolo do comportamento que, em proporções mais vastas e subtis, têm as massas actuais para com a civilização que as alimenta."

José Ortega y Gasset



bv

2 Comments:

At 3:51 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Nem mais. É este o nó do problema.
E ninguém repara.


jose carvalhosa

 
At 9:39 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Very nice site! »

 

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