O Zé, segundo Francisco
O Bloco de Esquerda, decididamente, já não engana quem quer que seja, sendo magnífica a leitura de José Estaline, pelos olhos de Francisco Louçã.
Antes, era ver a roupinha de marca nas reuniões, e o trapo estratégico na Assembleia.
Agora, deixam-se, progressivamente, da basófia trotskista, e assumem o estalinismo que lhes corre nas veias. Basta ver, a este respeito, que da inicial forma quase inorgânica com que conceberam o BE, já passaram à sovietização, fazendo eleger um coordenador da comissão política (um premier para o politburo bloquista, que só podia ser o camarada Louçã, pois claro), um líder parlamentar (Luís Fazenda) e um (ir)responsável pelas relações internacionais (Portas - o que não é amigo do Rumsfeld, como é óbvio).
Finalmente, a nomenklatura assume-se, e ficamos a saber que manda quem pode, e obedece quem deve, num remake estalinista do "se soubesseis o que custa governar, obedeceríeis toda a vossa vida".
Para quem tenha dúvidas, basta ver que se consagrou nos estatutos a inédita (no BE) pena de exclusão.
Não é que não tenham direito de se organizar a seu bel-prazer, mas irrita o cinismo com que ainda tentam dar lições de moral ao centro e à direita.
Venha de lá o PCP que, pelo menos, é genuíno e politicamente honesto.
in "ainda há lodo no cais", de Gonçalo Capitão
Manuel S. Carneiro
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