NÃO SÃO DE BRONZE AS PESSOAS

"El toro no piensa: da que pensar."
josé bergamín





Alguns matadores deixaram aforismos à altura das suas melhores lides.

O mais herético é o de Joselito: "Os touros dão as cornadas e Deus reparte-as."

O mais ascético é de Juan Belmonte: "Se queres tourear bem, esquece-te de que tens corpo."

Curro Cúchares: "A sorte mais dificil do toureio é salvar a vida."

Bombita: "(Pañero, o mais horroroso touro que enfrentou) saiu do curro com a velocidade de um automóvel, não fazia caso dos capotes, começou a olhar com cem olhos, a quadrilha, como sucede nestes casos, lembrou-se da família, não são de bronze as pessoas, o touro olhava-me como se dissesse "por onde te vou enganchar" e atropelou-me com raiva assassina."

Na biografia de Belmonte, escrita por Nogales: "No dia em que se toureia cresce mais a barba. É o medo. Simplesmente, o medo. Conheço-o bem. É um meu amigo íntimo."

José Bergamin, em La Musica Callada del Toreo, dá "gracias a todos los dioses y demonios de este mundo que me han dado tan larga vida" para poder ver três matadores ciganos: Vásquez, Romero e Paula.

Confissão de José Maria de Cossío: "Vê-lo ( a Sánches Mejías) tourear, e não encontro expressão mais precisa, metia medo"


(De "Aforismos Mágicos e D. Quixote e os Touros"
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