17.3.06

Protagonistas

O PSD joga no próximo fim-de-semana a sua estabilidade. Ao contrário do que se possa pensar, a manutenção da estabilidade poderá comprometer a ascensão ao poder. Mas a criação de instabilidade poderá significar uma solução que afaste ainda mais que no presente a recuperação da confiança dos portugueses.

Se com Marques Mendes o acesso ao poder poderá não ser fácil, a mudança de liderança induzida pelo resultado deste congresso, caso opte pelo populismo de Menezes, poderá significar o descrédito do PSD junto dos portugueses...

Aqui fica um palpite sobre quais poderão ser os protagonistas do congresso de revisão estatutária do PSD:

Marques Mendes: líder do partido que joga a sua sobrevivência com a aprovação das suas propostas;

Luís Filipe Menezes: O único concorrente anunciado à liderança do PSD. Apresenta uma proposta própria de revisão estatutária que deverá ser bem acolhida no congresso pelo seu conteúdo basista e populista;

Manuela Ferreira Leite: Presidente da Mesa do Congresso. Dela dependerá, em grande medida a forma como decorrerá o congresso. É a única legítima representante de Cavaco Silva, com tudo o que isso pode significar. É tida como reserva do partido e possível congregadora de facções.

Nuno Morais Sarmento: Um dos poucos adversários das "directas". Resta saber se terá grande empenho na defesa da sua posição. É o representante do "Barrosismo". É tido como eventual candidato a voltar as ter poder no partido sem necessariamente ser líder (o que já sucedeu com Barroso e Santana Lopes).

Rui Rio: O outro adversário das directas. Tem o prestígio de ganhar eleições no Porto sem o populismo de Menezes. É tido até como o único resistente nortenho a Menezes. Tem a simpatia de Cavaco e o respeito do partido. É tido como possível candidato à liderança do PSD.

Rui Gomes da Silva: O que resta de Santana Lopes. Apresenta uma proposta de alteração aos estatutos. É um resistente. Sem Santana sente-se órfão...

António Borges: Chegou a ser referido como candidato à liderança. Terá sido sobretudo instrumento de Marcelo Rebelo de Sousa. Hoje parece estar em decadência por não saber lidar com o aparelho do PSD. Ou encontra uma base de apoio que faça aquilo que ele não tem paciência para fazer ou a decadência é inevitável.

Marcelo Rebelo de Sousa: Parece ter voltado a manifestar interesse pela liderança. Estará à espera do momento... Continuará a manobrar na comunicação social e a colocar uns contra os outros com a mestria que se lhe reconhece.

Alexandre Relvas: Não sabemos sequer se estará no congresso (pelo menos neste...). Para quem foi apelidado por Cavaco Silva por"o meu Mourinho". É provável que mais tarde ou mais cedo...


Manuel S. Carneiro

3 Comments:

At 6:52 da tarde, Anonymous Anónimo said...

A malta assim não se safa!

Atender,por um momento que seja, aos intereses do País não interessa aos (muitos) que apenas veem a actuação de um partido na logica de assalto ao poder. Momentos dificeis para Marques Mendes e Ribeiro e Castro.

Francisco Martins

 
At 9:58 da manhã, Blogger Rui Afonso said...

Não me parece que este seja, já, o congresso das revelações e do assalto ao poder. Há quem prefira ver Marques Mendes a definhar em lenta agonia, na oposição, e só se venha a perfilar quando o PSD tiver reais hipóteses de voltar a ser governo. É triste, mas este partido, que é, também, o meu, sempre foi assim.

 
At 11:03 da manhã, Anonymous Anónimo said...

"(...) com a mestria que se lhe reconhece."
Marcelo Rebelo de Sousa tem, de facto, uma grande mestria.
Quase tanta como o meu barbeiro.
Onde estaria Portugal se não fosse a mestria dos políticos verborreicos que temos?
Na cauda da Europa, talvez...

 

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