Hamoit
"O ministro dos Negócios Estrangeiros e da Defesa de Timor-Leste, Ramos Horta, admitiu hoje que está disponível para assumir o cargo de primeiro-ministro, se Mari Alkatiri apresentar a sua demissão."
(publico)
"A GNR está confinada ao seu quartel improvisado em Díli com ordens do governo português para não sair a rua devido a um bloqueio diplomático nas negociações com a Austrália sobre as cadeias de comando, disse fonte governamental."
(Portugal diario)
À medida que o tempo passa, já não é possível disfarçar que a Austrália e Portugal estão a enredar-se em jogos que não dizem respeito à ajuda humanitária traduzida na reposição da ordem, em nome e sob a égide da soberania timorense. Esta dissolve-se, na crescente impossibilidade dos titulares dos respectivos orgãos se fazerem respeitar, quanto mais obedecer. Quase em roda livre, o momento em que, à falta de qualquer outro, os "poderes de facto" existentes no terreno tomarão conta da situação está cada vez mais perto.
Xanana mostra que sabe que se aproxima de um limite, de quase todos os limites. Alkatiri e Lobato fecham o quadrado e Ramos Horta resiste, passando da política ao malabarismo. Uma obscura governante dá uma lição de direito internacional a Camberra, e o cada vez menos enigmático major Reinado, o rebelde com causa, sorri complacente na varanda de uma pousada onde (também) se encontam alojados oficiais australianos.
Portugal, ligeiro, amador e voluntário, meteu-se num beco sem cuidar aonde levava.
A Austrália vai gastando a subtileza.
A Igreja, porque como sempre já tudo pressentiu, oscila entre a apreensão e a angústia.
Em tétum, Hamoit significa "estender a cabeça para ver qualquer coisa"...
Está muito cerrado, o horizonte.
crisdovale
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