Carmona Rodrigues, como qualquer mortal...
As recentes notícias sobre os assessores na câmara de Lisboa prejudicam Carmona Rodrigues, muito para além do que se possa supôr.
António Carmona Rodrigues é um independente eleito pelo PSD para a Câmara Municipal de Lisboa. Ou melhor, o PSD foi eleito para a câmara de Lisboa por um independente. Esta simples troca de precedências faz toda a diferença. É que o PSD ganhou a câmara municipal de Lisboa graças à candidatura do independente Carmona Rodrigues.
É trivial a "troca de cadeiras" sempre que muda um governo ou um executivo camarário. É comum que os gabinetes dos responsáveis políticos em actividade sejam preenchidos com pessoal político dos respectivo partido no poder. É frequente o aproveitamento destas posições para a satisfação de favores partidários.
Para falar nos governos do país, Guterres fez assim, Durão Barroso também, Santana Lopes idem e agora, Sócrates faz o mesmo. Na câmara de Lisboa sempre assim foi. João Soares e Santana Lopes usaram (e de que maneira) os lugares e as nomeações na câmara para satisfazerem as respectivas clientelas pessoais e partidárias. Toda a gente sabe. Infelizmente ninguém se consegue surpreender com estes comportamentos. Foram tornando-se a regra...
Com o descrédito e o desalento crescente nos partidos e nos políticos, os cidadãos foram perdendo a capacidade crítica, com a respeitabilidade dos políticos em quotas muito baixas, o nível de exigência dos cidadãos também diminuiu.
A questão da utilização dos gabinetes e outros lugares do aparelho do estado e da administração local para a satisfação dos aparelhos partidários banalizou-se.
Há por isso algo de diferente na atenção dada à questão dos assessores na câmara de Lisboa. Noutras circunstâncias isto quase não seria notícia. Seria "normal". Acontece que isto se passa com Carmona Rodrigues. E isso faz toda a diferença. É que Carmona foi eleito, precisamente por ser diferente. Por não ser um político "normal". Assim, o que seria normal tornou-se excepcional.
Dada a imagem que Carmona Rodrigues dispunha na opinião pública (e que ele cultivou), a questão dos assessores na CML permite concluír que afinal ele age como os outros políticos. Que Carmona Rodrigues, ao contrário do que se pensava (e ele dizia), é igual aos outros. Por isto, este caso é mais grave para Carmona. Ele tornou-se igual aos outros. Com uma diferença: é que dos "outros" já ninguém esperava muito, de Carmona esperava-se alguma coisa. E afinal...
Manuel S. Carneiro
3 Comments:
Não há independentes eleitos por partidos.
oh! diabo!
pois é, bébé ...
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