5.12.06

Tempo ao tempo


Pássaros pontilhando a ramaria, o horizonte do mar por cima da copa das árvores e entre o céu e a linha de água uma luzinha fria a caminhar para o crepúsculo. Um petroleiro? Elias demora-se a olhar. Tempo ao tempo. Só no dia seguinte começará o inventário dos sinais e dos palpites, confiado como sempre no Velhaco das Algemas. Tempo ao tempo. Mais depressa se apanha um assassino que um morto, porque, como dizia o outro, o morto voa a cavalo na alma e o assassino tropeça no medo.

José Cardoso Pires


brunoventana

2 Comments:

At 7:45 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Saborosa prosa do grande escritor - tão maior que alguns videirinhos das letras e zés nobéis que por aí pululam.
vc

 
At 12:17 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Há muito quem tropece no medo, mas use a fórmula do medo para parcer que vai cavalgando um qualquer sucesso.
Bem sei que não é dramático, preocupante mesmo são os que acreditam que o sucesso é real, tornando o ilusório em forma de conduta.
afs

 

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