Coisas complicadas
«Braga, 31 Jan (Lusa) - O gerente da Bragaparques vai sustentar no pedido de instrução da alegada tentativa de corrupção do vereador da autarquia lisboeta José Sá Fernandes, que o irmão do autarca lhe pediu 500 mil euros para financiar a campanha autárquica de 2005.
Fonte ligada ao processo disse à agência Lusa que o empresário Domingos Névoa afirma que em Setembro de 2005, o jurista Ricardo Sá Fernandes lhe solicitou um financiamento para pagar as despesas da campanha política do irmão, vereador pelo Bloco de Esquerda na Câmara de Lisboa, para as eleições autárquicas de 2005 e para a liquidação de despesas pessoais do candidato e, mais tarde, vereador.
Névoa, que foi acusado pelo Ministério Público do crime de corrupção activa para acto ilícito, especifica que Ricardo Sá Fernandes desceu o pedido para 250 mil euros e depois para 200 mil, a verba que consta das conversas gravadas pela Polícia Judiciária entre o advogado e o empresário.
A Lusa tentou obter uma reacção de Ricardo e de José Sá Fernandes, mas tal não foi possível até ao momento.
No pedido de instrução que seguirá para o Tribunal de Instrução de Lisboa, o empresário bracarense vai ainda contrapor que foi Ricardo Sá Fernandes quem lhe propôs, como contrapartida, a desistência da acção popular que o irmão interpusera contra a permuta dos terrenos do Parque Mayer e da Feira Popular, em Lisboa, sublinhando que nunca pediu ao autarca que fizesse qualquer declaração a favor da Bragaparques.
De acordo com a mesma fonte, no pedido de abertura de instrução constará também que Ricardo Sá Fernandes disse que o irmão faria, por sua iniciativa, uma declaração pública, que lhe permitisse sair bem do caso, sem perder a dignidade política e pessoal.
Névoa explicita que os contactos com Ricardo Sá Fernandes ocorreram no escritório de Rita Matias, advogada do empresário e com quem partilha uma sociedade de advogados.
Domingos Névoa vai insistir que foi ele que acabou, por sua iniciativa, com os contactos com Ricardo Sá Fernandes.
Para além desta versão, a defesa da Bragaparques, a cargo do escritório do advogado Artur Marques, vai ainda sustentar que Ricardo Sá Fernandes decidiu oferecer-se como agente encoberto à Polícia Judiciária, depois de ter concluído que Névoa não lhe iria dar qualquer verba para a campanha autárquica.(...)»
crisdovale
3 Comments:
Pois o caso parece bem complicado, de facto. Que salganhada.
Falta ainda saber sobre cadastros apagados...
Isto está bonito. Parece que o gato tem o rabo muito cumprido.
Cá está uma boa oportunidade para se diluirem "estrelatos" na PGR.
E aumentar a credibilidade pública da justiça.
Mesmo que não pareça estamos todos muito precisados de tal movimento.
LC
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