7.1.07

Estas sentenças são aberrantes


«(...) As aulas de substituição, como toda a gente percebeu (e, primeiro que todos, os próprios professores) destinam-se a tentar pôr termo ao flagelo do absentismo dos professores, sem paralelo em nenhum outro sector de actividade, público ou privado.
(...)
Ora, se a consciencialização profissional não funciona neste caso, se o absentismo dos professores não tem, legalmente, qualquer reflexo no salário ou na carreira, só restam duas atitudes: ou nada fazer, ou fazer qualquer coisa. O primeiro caminho, e o mais cómodo, foi o adoptado por todos os governos até aqui - com os brilhantes resultados que se conhecem a nível da aprendizagem e da preparação dos alunos. O segundo caminho é aquele que tem sido adoptado corajosamente pela actual ministra, Maria de Lurdes Rodrigues, com a contestação corporativa que se tem visto.
(...) um professor que não é capaz de substituir um colega durante uma aula, a quem não ocorre nada de útil para ocupar os alunos nesse tempo, é definitivamente incompetente e não está na escola a fazer nada.
Mas a finalidade mais importante das aulas de substituição, e o seu verdadeiro ovo de Colombo, é que o sistema permite finalmente consciencializar os absentistas habituais de que as suas faltas causam danos e incómodos concrectos - e, agora, já não apenas aos alunos, mas também aos colegas. (...) Algém consegue contestar a justiça pedagógica e exemplar desta medida?
Falhdos os argumentos para tal, perdida a batalha junto da opinião pública constituída pelos pais e pelos alunos que se sentem no direito de ter aulas quando vão à escola, os sindicatos lembraram-se de deitar mão do argumento financeiro e, ao que parece, encontraram um inestimável aliado nos tribunais administrativos.
Estas sentenças são aberrantes, sob diversos pontos de vista: do ponto de vista da razão invocada, do ponto de vista ético (afinal os professores não são capazes de dar aulas de substituição, mas, se lhes pagarem a dobrar, já são?), e, sobretudo, do ponto de vista cívico - decidindo contra o bem geral, que é o da comunidade de alunos e pais, e a favor de uma minoria sócio-profissional. (...)»

Miguel Sousa Tavares
Expresso-6.1


cristovaodovale

6 Comments:

At 4:14 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Quando acerta, o sr Sousa Tavares acerta em cheio. Esta aliança FenproF/TAFs - como noutras ocasiões precedentes - é aberrante, mas sobretudo reveladora das imperfeições e vulnerabilidades do sistema jurisdicional.

jmn

 
At 4:15 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Miguel Sousa Tavares no seu melhor!

 
At 5:25 da tarde, Anonymous Anónimo said...

A Fenprof será, hoje por hoje, o maior coio de imobilismo troglodita que bloqueia o desenvolvimento normal e algum progresso no sistema educativo. Vivem daquilo e não querem nem sabem fazer mais nada.
Que os juízinhos dos tafs lhes deitem a mão é bem um sintoma dos problemas brutais que o país tem pela frente. Que grande barrela isto precisava!

FVC

 
At 8:24 da tarde, Anonymous Anónimo said...

é sempre cómodo apontar como causadores dos males da pátria os nossos semelhantes. especialmente quando eles parecem vulneráveis e há a hipótese de fazermos deles nossos escravos. é realmente uma pena que a democracia quando existe seja para todos não é? não vos digo para crescerem porque me parece que já não vão a tempo.

 
At 8:29 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Os maiores prejudicados pela atitude da fenprof: os bons professores, a grande maioria.
jmn

 
At 10:34 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Todas as reformas em curso vão no sentido de dar valor aos professores que o têm. Os parasitas- FENPROF e quase todos os outros sindicatos, maus professores e individuos que nem o titulo de professores merecem ostentar - são, desesperadamente, contra.

 

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