A quem aproveita a crise de Lisboa?

A todos (ou quase).

Quase todos os actores políticos ganham com a gravidade da crise de Lisboa. Essa é a fragilidade da situação da câmara de Lisboa. Todos ganham e isso deixa os actuais protagonistas da edilidade numa situação extremamente debilitada.

Ao PS e ao governo a queda da câmara serve duas vezes. Para reforçar a ideia de que os autarcas são agentes pouco sérios que necessitam de controlo e para recuperar, em eleições antecipadas, o poder no município.

Ao PSD também duas vezes interessa esta situação. A Santana Lopes, Menezes e seus apoiantes a situação serve para vingarem a perda do controlo da câmara, mas, sobretudo, serve para atingir Marques Mendes. Para os mendistas que nunca digeriram a presença de Gabriela Seara, Fontão de Carvalho e até do próprio Carmona Rodrigues, este cenário serve para ganharem peso. para dominarem perante a fraqueza dos outros.

Ao PS serve ainda uma terceira vez. É que esta situação, ao provocar instabilidade na liderança do PSD, torna a oposição (ainda) mais fraca.


Eusébio Furtado