Conchavaram-se todos
“Em Portugal, em vez da lógica conservadores/revolucionários havia uma maioria parlamentar e uma oposição composta de vários grupos dissidentes.
Estes grupos são fragmentos dispersos do único partido existente - o partido conservador - fragmentos cuja gravitação constitui o organismo do poder legislativo.
Estes partidos, todos conservadores, não tendo princípios próprios nem ideias fundamentais que os distingam uns dos outros, sendo absolutamente indiferente para a ordem e o progresso que governe um deles ou que governe qualquer dos outros, conchavaram-se todos e resolveram de comum acordo revezarem-se no poder e governarem alternadamente segundo o lado para que as despesas da retórica nos debates ou a força da corrupção na urna faça pesar a balança da régia escolha.
Tal é o espectáculo recreativo que há vinte anos nos está dando a representação nacional.”
Ramalho Ortigão
brventana
Estes grupos são fragmentos dispersos do único partido existente - o partido conservador - fragmentos cuja gravitação constitui o organismo do poder legislativo.
Estes partidos, todos conservadores, não tendo princípios próprios nem ideias fundamentais que os distingam uns dos outros, sendo absolutamente indiferente para a ordem e o progresso que governe um deles ou que governe qualquer dos outros, conchavaram-se todos e resolveram de comum acordo revezarem-se no poder e governarem alternadamente segundo o lado para que as despesas da retórica nos debates ou a força da corrupção na urna faça pesar a balança da régia escolha.
Tal é o espectáculo recreativo que há vinte anos nos está dando a representação nacional.”
Ramalho Ortigão
brventana
1 Comments:
Mais límpido e transparente não podia ser neste Portugal de ontem, de hoje e de sempre.
No voto, porém, os portugueses sofrem - inimaginavelmente - do síndroma da «compulsão de repetição» (cf. dicionário de psicanálise).
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