18.1.05

O FREI LUIS


“Cega, a Sciencia a inútil gleba lavra.

Louca, a Fé vive o sonho do seu culto.

Um novo Deus é só uma palavra.

Não procures nem creias: tudo é oculto”

F. Pessoa




As labaredas da consciência lavram altas. Num esplêndido arroubo de contrição, já perto de uma feroz flagelação, o prof Magalhães, esse o “Reinaldo Teles” (vd. Fellini 8 e ½ - 28.12.05), vem, na secção “cartas ao director” do Público, dar um brado de peito, daqueles de riçar a alma mais dura.

Brama, veja-se só, pela “Honestidade”! Quer mesmo, e “em primeiro lugar”, um choque da dita.

Submergindo no cálice da penitência, dispara para a acta que “a verdade, o rigor, a transparência, e a responsabilização são instrumentos essenciais de uma administração pública honesta e íntegra.”

A verdade.

O rigor.

A transparência.

A responsabilização.

Onde pára o ex-presidente da fct que fez disparar em Bruxelas as sirenes do pecado?

Aonde foi o fiel Reinaldo, o das estúrdias e rabinices que puseram a investigação nacional a côdeas por dois anos (vd. Maroteiras na Aldeia – 18.6.04)?

Foi-se.

Temos agora o Frei Luis.

Que o choque, que lhe tarda e merece, o acuda.


BrVentana