10.1.05

REBUÇADOS NO PASSADO


“Eu não quero frades nas colónias”

Teixeira de Vasconcelos (17 de Fevereiro de 1877)






A partir de Março de 1877 surgiu um Governo presidido por António José de Ávila, que durou cerca de dez meses, formado maioritariamente pelos seus amigos e que contava com os independentes Barros e Cunha e Sousa Pinto.

Não tinha maioria “própria”, nem programa definido.

O olhar de Ramalho Ortigão:



“ O monarca lavrou então o decreto mandando o seu antigo ministério bochechar e encarregou o senhor Marquês de Ávila e Bolama de reunir com os seus amigos o número de dentes necessário para formar uma gerência duradoura e firme.



Mais, das Farpas:

“Em Portugal, em vez da lógica conservadores/revolucionários havia uma maioria parlamentar e uma oposição composta de vários grupos dissidentes. Estes grupos são fragmentos dispersos do único partido existente - o partido conservador - fragmentos cuja gravitação constitui o organismo do poder legislativo. Estes partidos, todos conservadores, não tendo princípios próprios nem ideias fundamentais que os distingam uns dos outros, sendo absolutamente indiferente para a ordem e o progresso que governe um deles ou que governe qualquer dos outros, conchavaram-se todos e resolveram de comum acordo revezarem-se no poder e governarem alternadamente segundo o lado para que as despesas da retórica nos debates ou a força da corrupção na urna faça pesar a balança da régia escolha. Tal é o espectáculo recreativo que há vinte anos nos está dando a representação nacional.”


Bvetn.