RUPTURAS OU CONSENSOS? (*)
José Sócrates parece ter optado por uma solução intermédia no que se refere ao futuro político de Paulo Pedroso. Não o excluiu, mas também não o incluiu nas listas em lugar elegível. Num contexto diferente, esta decisão salomónica não teria sido motivo de preocupação. Porém, existindo na opinião pública a percepção de que Sócrates poderá repetir parte dos erros de António Guterres -- nomeadamente a sua tendência para procurar encontrar consensos que lhe permitissem evitar tomar decisões em situação de ruptura -- então a sua decisão salomónica tem de ser encarada com algum alarme.
Tendo em conta este contexto, o secretário-geral do PS passa hoje por um teste que poderá vir a ser decisivo. Se Sócrates tolerar a inclusão de Manuel Seabra e Narciso Miranda nas listas (em lugares elegíveis ou não, tanto faz neste caso), então estamos definitivamente conversados. Justa ou injustamente, vingará na opinião pública a percepção de que Sócrates não será capaz de fazer as rupturas e as reformas de que Portugal necessita urgentemente.
Dito de outro modo, a sua decisão sobre a inclusão ou a exclusão de Miranda e Seabra nas listas contribuirá seguramente de forma significativa para a obtenção ou não de uma maioria absoluta. Repito. Hoje ocorre um teste muito importante. Que fique bem claro: se Sócrates falhar, muito possivelmente, não terá outra oportunidade.
(*) in Bloguitica
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