4.1.05

SEM LOUVOR


“Politics is perhaps the only profession for which no preparation is thought necessary.”

Robert Louis Stevenson


No meio da chusma de inesperados nomes para futuros deputados, em representação do clássico apelo lágrima-canto-do-olho, surge Matilde Sousa Franco. É tão extraordinário o oportunismo de quem formula tal convite, como da própria que o aceitou. Até seria legítimo que desejasse levar a cabo um projecto inacabado por António Sousa Franco. Mas este sempre foi, acima de tudo, um académico, e as circunstâncias em que faleceu mereciam uma atitude mais recatada e não um tardio bungee-jumping para o Parlamento.

E é ainda mais extraordinária a densidade do discurso político. Co-incineração, sim. Porque sim. Se o chefe diz que sim, ele lá deve saber porquê.

Área da Cultura. Porquê? Tantas ideias para a cultura.

E Coimbra? Porquê? Porque foi lá que se apaixonou.

E tudo a “servir com alegria.” Já terá ouvido, porventura, Vª Exª ouvido falar de ONG? Ficava-lhe melhor.


Avalon