18.9.05

DÍVIDA POLÍTICA

"Podem calcá-lo, deitar-lhe terra,
Que não apagam o lumaréu."
camilo pessanha






A Grande Reportagem continuou, em 10 e 17 de Setembro, pela pena de Joaquim Vieira e perante a anemia dos vigilantes justiceiros da "variada" comunicação social lusa, a elaborar sobre "O Polvo":

"A empresa Emaudio, dirigida na sombra pelo Presidente Soares, arrancou pouco a pós a sua eleição e, segundo Rui Mateus, em Contos Proibidos, contava com muitas dezenas de milhares de contos oferecidos por (Robert Maxwell) (...), consideráveis apoios oriundos do ex-Masp e uma importante contribuição de uma empresa próxima de Almeida Santos.
Ao nomear Governador de Macau um homem da Emaudio, Carlos Melancia, Soares permite juntar no território administração pública e negócios privados. Acena-se a Maxwell a entrega da estação pública de Tv local, com a promessa de fabulosas receitas publicitárias. Mas, face a dificuldades tecnicas, o inglês, tido por Mateus como um dos grandes vigaristas internacionais, recua.
O esquema vem a público e Soares acusa os gestores da Emaudio de lhe causarem perda de popularidade, anuncia-lhes alterações ao projecto e exige a Mateus as acções de que é depositário e permitem controlar a empresa. O testa de ferro, fiel soarista, será cilindrado....
Mas antes resiste, recusando devolver as acções e emperrando a reformulação do negócio.
E, quando uma empresa alemã reclama por não ter contrapartida dos 50 mil contos pagos para obter um contrato na construção do aeroporto de Macau, Mateus propõe o envio de um fax a Melancia exigindo a devolução da verba. O Governador cala-se. Almeida Santos leva a mensagem a Soares que também se cala. Então Mateus dá o documento a "O Independente", daqui nascendo o escândalo do fax de Macau.
Em plena visita de Estado a Marrocos, ao saber que o Ministério Público está a revistar a sede da Emaudio, o Presidente envia de urgência a Lisboa Almeida Santos para minimizar o estrago. Mas o processo é inevitável. Se Melancia acaba absolvido, Mateus e colegas são condenados como corruptores.
Uma das revelações mais curiosas do seu livro é que o suborno (sob o eufemismo de dívida política) não se destinou de facto a Melancia mas à Emaudio ou a quem o Presidente da República decidisse. Quem, afinal, devia ser réu?"




crsdvale

3 Comments:

At 12:00 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Então e não acontece nada?
Ruben Lobo

 
At 12:26 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Pois é sr Lobo , parece que não.
Faz lembrar aquele país nas caríbas - Cubanacam!
Até na Venezuela o artista Perez foi dentro; po cá vão passando de fininho...É o país das maravilhas.

joão deodato

 
At 11:44 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Por estas e por outras a visita ao foragido bettino craxi na tunisia, sendo presidente de um país europeu, ganha uns contornos muito particulares.
e o que será feito do ex-amigalhaço Mateus?


J. Mendes Ferro

 

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