5.11.06

Não se alterou a distorção

«Na base de todas as narrativas fundadoras do regime democrático português estava a promessa distributiva, fosse na forma de apropriação revolucionária do capital e da riqueza acumulada no passado, fosse na forma de aproveitamento do efeito de modernização que seria induzido pela integração europeia. Essa distorção em favor do distributivismo inseria-se numa interpretação geral de que o passado criara uma sociedade de vítimas que tinham direito a ser indemnizadas e que o crescimento económico futuro, com as condições favoráveis das liberdades democráticas e dos acessos aos mercados e aos apoios europeus, permitiria satisfazer essa obrigação de justiça traduzida na atribuição de direitos sociais. A trajectória descendente da economia portuguesa não confirmou o objectivo do crescimento económico futuro e, não obstante, não se alterou a distorção da orientação política em favor do distributivismo.»

Joaquim Aguiar (Fim das ilusões/Ilusões do fim)


crisdovale

1 Comments:

At 11:46 da manhã, Anonymous Anónimo said...

É o efeito de ruptura da trajectória de procura de capital cujas origens estão na pressão que neste domínio exercem as economias emergente(BRIC).
Os efeitos são múltiplos ao nível da distribuição da riqueza e da poupança.
O fenomeno tem seguramente comportamento ~´iclico, estamos na cava, cuja ultrapassagem exigem crescimentos consideráveis da poupança, gestão criteriosa do factor capital e acréscimo da procura externa de bens de consumo pelos BRIC.
Fenómeno equivalente ocorrerá em matéria da gestão do conhecimento. Os mais preparados já deram por isso.
LC

 

Enviar um comentário

<< Home