3.6.07

"...parasitariamente entre os ramos da liberdade..."

O MACHADO:
O "Público", sempre tão preocupado e minucioso com "a violência da extrema-direita", fala em Bloco Negro para aqui, Bloco Negro para ali, e não desata. Naturalmente.Os meninos das diatribes de ontem em Rostock, são uma organização muito conhecida na Alemanha - a bem dizer uma rede de organizações - que não tem perdido uma oportunidade de "lutar" contra o fascismo, o capitalismo e afins, isto desde há pelo menos 15 anos. São abertamente de esquerda - anarquistas, anti-fascistas, libertários, o que quiserem - e entre outros artigos interessante sugiro a leitura de Antifascist Superhero, de Joel Morton. Só falta a habitual luminária vir dizer, como habitualmente, que o que se passou ontem foi causado por infiltrados de extrema-direita.Esta negação - por desonestidade intelectual ou por subserviência - da violência das esquerdas é tão mais patética quando se conhece a história do terrorismo europeu dos últimos 40 anos, para não falar das matanças que todos os projecto utópicos tiveram que efectuar para atingir (?) os seus objectivos. É justo dizer que existem esquerdas que há muito despediram esta escatologia macabra, que lutam por coisas com as quais facilmente me identifico.Mas nem é isso que incomoda. O que deixa um amargo na boca é que esta negação da violência revela a parte do pensamento de esquerda que abomino. Desde logo, a superioridade arrogantemente salvífica: somos perfeitos, o Inferno são os outros ( os fascistas, os Pinochet, os Franco etc) .Depois, e muito pior, é uma esquerda que sabe o que é melhor para mim se eu fosse diferente daquilo que sou; é uma esquerda que, embora vivendo parasitariamente entre os ramos da liberdade, tem sempre um machado na mão.
posted by FNV on 11:49 AM #
(in Mar Salgado)


crisdovale