29.7.05

ELEFANTESCA VAIDADE


"Soares é f...
Por muito que dele se diga, devo reconhecer em Mário Soares praticamente o único político “schmittiano” português.

Nenhum outro sabe tão bem como ele que, tal como Carl Schmitt dizia, a política é sobretudo a arte da definição do “inimigo”.

A carreira de Soares é a luta perpétua contra os seus “inimigos”: Soares já foi anti-fascista, anti-spinolista, anti-comunista (altura em que também se tornou pró-spinolista), anti-sá carneirista, anti-socialista, anti-capitalista (altura em que se tornou pró-socialista), anti-eanista, anti-cavaquista (altura em que se tornou pró-eanista), anti-globalização, anti-neoliberal... tudo o que for possível imaginar.

Esta atitude schmittiana tem sido essencialmente posta ao serviço da sua elefantesca vaidade pessoal:
Soares faz tudo (mas tudo) para vencer. O inimigo de ontem pode ser o amigo de hoje, desde que isso sirva para ganhar ao inimigo de hoje.

Ao longo dos últimos 30 anos, através desta actividade, Soares manipulou a sociedade portuguesa apenas com o objectivo de se engrandecer pessoalmente.

Por vezes, isso correspondeu a estar de um lado benéfico para essa sociedade (sobretudo em dois momentos: em 75 - na fase final do PREC - e no primeiro mandato de Cavaco).

Noutras (a maior parte), muito pelo contrário.

Se ele se candidatar, está na altura de a sociedade portuguesa o tratar com o desprezo com que ele a tem tratado em nome da sua vaidade. Está na altura de também a sociedade portuguesa adoptar uma atitude “schmittiana”, sabendo quem é verdadeiramente o seu “inimigo”, pagando-lhe na mesma moeda: a casa da praia do Vau espara-o para uma reforma descansada."
(por LAm @ 11:37
in insurgente)


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