Voltou a dar sinal
«Um homem, um primeiro-ministro, depois de uma derrota eleitoral, declara o país num "pântano" e foge. Não se demite: foge da situação que ele próprio criou, enfiando no Estado milhares de funcionários (a maioria do seu partido), encorajando o consumo e o endividamento privado, deixando um défice pasmoso e quase incorrigível e uma economia arruinada. Parece que este homem, numa sociedade normal, não tornaria a mostrar a cara, excepto talvez daqui a vinte anos para pedir desculpa. Engano.
(...)
Isto já era mau. É pior quando o autor destas proezas volta, como quem não quer a coisa, com um arzinho de grande pensador para perorar sobre a pátria, a "Europa" e o futuro. Que nos tem ele a dizer? Por exemplo, que descobriu o "valor universal" da "tolerância", nomeadamente no mundo muçulmano, e que anda a "desenvolver uma teorização" sobre as leis para os refugiados "com base na sharia". Quem esperaria melhor daquela cabeça?
(...)
A personagem, que não dá sinal de arrependimento, ou vergonha, até gosta de contar a história.
Como a de Timor. Guterres promoveu a independência de Timor. Hoje admite, com a maior despreocupação e sossego, que na altura foi ingénuo. Não levou "suficientemente" em conta a "extrema fragilidade" de Timor. Ou seja, não se lembrou, coitado, que para sobreviver Timor não dispensava uma economia viável e algum pessoal de governo, educado e, pelo menos, meio sério. Distracções. Agora, que a comunidade internacional se encarregue do caso. E permanentemente, porque se resolver sair, excepto por um milagre, cai tudo outra vez no chão.
Guterres não mudou: o que não espanta.
Só espanta o descaramento.»
Vasco Pulido Valente
(Publico-17.6)
crisdovale
2 Comments:
Mas como é que o tortulho do pantano vem falar de mediocridade!!
Que individuo lamentável.
jmn
Não há por que nos queixar. Os políticos, a classe política, a oligarquia política ou o que raio lhe queiram chamar, é criminalmente inimputável pelos seus actos de governança.
Enviar um comentário
<< Home