IDENTIDADE INCERTA OU INCÓGNITA CERTA
“Aqui num recontro com os nossos foi Junot gravemente ferido na cara. Il ne será plus beau garçon, disse o parlamentário francês que veio depois tratar, creio eu, da troca de prisioneiros ou coisa semelhante. Mas enganou-se o parlamentário: Junot ainda ficou muito guapo e gentil-homem depois disso.”
Almeida Garret
Assim por alto:
Os Portos ficam com a tutela partilhada pelos Ministérios das Obras Públicas e da Defesa e dos assuntos do Mar. Mexia tem a seu cargo a Administração Portuária, com a gestão dos portos, e a tutela do Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos vai para Portas.
Após quase dois anos de laboriosos e desvelados trabalhos, a actual maioria teceu um edifício orgânico próprio do Sec XXI para as áreas das Cidades, Ordenamento do Território e Ambiente, o celebrado MCOTA., superando um estado de coisas típico de um País às voltas com o seu futuro. Agora, talvez nostálgico dessas voltas, a citada maioria em passada decidida faz marcha- atrás e, tarefa para o próximo semestre, vai transformar, laboriosa e desveladamente, o tal edifício, velho de meses, em dois outros: o MAOT e o MCAHDR.
Como ficará enquadrada a Estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável?
A Senhora ex- MCES, agora MCIES, que pontuava na Ciência e titubeava no Ensino Superior, fica a partir de agora só com este ( trata-se talvez de subir a nota) e larga aquela, cuja continuidade e aprofundamento ficam entregues a um recém chegado Secretário de Estado.
Sem competências e sem sítio para trabalhar o que vai fazer para Évora o Secretário de Estado Amaral Lopes com a sua chefe do gabinete e dois adjuntos?
Já para Braga, Coimbra e Aveiro se percebe ao que vão os Secretários de Estado “deslocalizados”: esperar que as ideias cheguem e o tempo passe.
Se tiverem ideias boas, dão, a Lisboa, uma saltada aos respectivos ministérios.
O Secretário de Estado da Agricultura teve mais sorte. Não vai ser “deslocalizado” para Santarém, pela simples razão de que já lá estava localizado. Mas sempre foi avisando: “Não contem comigo para prefabricados”.
Duas notas, que se prendem com o que antecede:
Jorge Coelho, o tal do “quem quiser ser líder do PS tem que falar comigo”, exclamou, durante o debate do programa do Governo, sobre Santana Lopes:
“Que desgraça! O gajo não sabe nada de nada”.
Por outro lado, Luís Felipe Menezes, o autarca de Gaia, irrequieto, aos galões, deixou cair, numa entrevista onde assegura ser capaz de ocupar qualquer lugar como ministro ( pobre Teresa Caeiro), que:
“Houve pessoas que dias antes de serem membros do Governo conspiraram em hotéis e apartamentos contra a liderança de Santana Lopes.”
Em apartamentos e hóteis!
Que ricos tempos.
Bruno Ventana
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