O ENTREMEZ DA DESLEMBRANÇA
“Couard alude a un ademán psicológico del animal temeroso: el de la hipocresia que simula valor en el momento de cometer el acto cobarde”
Leo Spitzer (Estúdios Hispânicos)
O maior embusteiro de trinta anos em democracia, o governante mais falto de carácter, o tortulho daninho, reemergiu, como surgem os répteis, exibindo as conhecidas escamas babosas sob a franja.
Depois de outros movimentos, moles e manhosos, assoma, enfim, à luz do dia, o lâche.
Bacharelou, o promíscuo da política e dos media, sobre a “política reality show”.
Tartamudeou, o servidor dos interesses, sobre dependências.
A Plateia não se mostrou chocada. Não se riu, ao menos. Parece, até, que aplaudiu.
Sempre foi mal-agradecida, a luta da memória contra o esquecimento, mas ao ficar inerte diante de tamanha sem vergonha, a Plateia exibiu a indignidade dos frouxos e a cobardice dos rasteiros.
E o que quer, afinal, o invertebrado?
Quer ser Presidente.
Trata-se de um exercício muito violento.
(Ver a este propósito: António Barreto “Guterres.Outra vez?” – Público de 14.11)
brunoventana
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