Memorandum
O tempo não existe. Há o presente, a memória, mas o tempo não.
François-Paul Journe
guido sarraza
«O FADUNCHO: Na 1ª parte do Barcelona-Chelsea contei seis faltas iguais ou piores do que a de Katsouranis sobre Andersson. Só mesmo Pinto da Costa - que fazia de motorista de Paulinho Santos no dia seguinte a este partir uma queixada ou uma perna a um adversário - para alimentar tanto disparate. Também é verdade que conta com um séquito de prosélitos, confiados que estavam na capacidade do jovem brasileiro de apenas 18 anos em esconder a tremideira do Prof. Jesualdo.»
A melhor coluna do fim de semana. Fabulosa. Divertimento puro e inteligente.
« (...) Na verdade, suspeito que muitas destas notícias erráticas são deliberadamente fabricadas, seja pelos gabinetes do poder, seja pelos da oposição. Assim como pelos sindicatos e patrões. E também por jornalistas e "fontes" partidárias anónimas. As intenções destas mentiras, meias verdades, batos, fugas de informação e notícias verdadeiras são várias. (...) »
«Tenho visto com muita simpatia a determinação em governar, em tomar decisões, em não ficar dependente da plateia e do que pode acontecer amanhã em termos de opinião pública.»
«O facto de as mulheres serem mais autónomas que os homens, poderá fazer com que estes se tornem apêndices dispensáveis.»
Ministério nega intenção de acabar com pausas lectivas para os professores
«A notícia épica
Uma visita guiada por António Guerreiro através do "organismo vivo" que é o último livro de António Lobo Antunes. (Expresso-28.10). Imperdível e definitiva.
«(...) No momento em que o Governo atravessa um dos seus momentos mais difíceis só mesmo a memória actualizada dos tempos ( e dos"episódios") do dr Santana Lopes é que poderia oferecer um novo brilho à desgastada imagem do primeiro-ministro.
« (...) O que mostra que o anonimato é apenas uma ficção num pequeno mundo de pequeninas polémicas.»
Assim rematou Constança Cunha e Sá uma fina espreitadela sobre as ondulações à volta dos "anónimos", onde nomeadamente refere, a benefício de alguns excêntricos da matéria, que "dá pouca importância as essas subtilezas da blogosfera".
À finura das observações, junta-se a escrita da senhora, que se recomenda por si sózinha.
É caso para dizer que não é impunemente que se é sobrinha - neta do autor deste clássico da literatura portuguesa.
crstovãodovale
«O mistificador beneficia-se, assim, não só da distração e do despreparo técnico de seus leitores, mas também do efeito dissuasivo do comodismo humano, bem como das limitações de espaço que, na imprensa, tornam geralmente inviável a publicação das análises e refutações que reduziriam a pó o renome científico de centenas de mandarins acadêmicos.
«(...) não se preocupam com nada além de seu bem-estar e ao mesmo tempo não são solidárias com as causas desse bem-estar.
A SIC-Notícias - que vem apresentando um programa linha televendas com o bastonário Alves no papel de Mike- arranjou agora, com Santana Lopes, um entertainer capaz de ombrear com Castelo Branco.
Pedro Sampaio Nunes mantém-se igual a si próprio: não convence ninguém. Nem os adeptos do nuclear. Mas aparece compostinho e educado e, assim, o melhor é deixá-lo com aquele seu entretém.
“Vestia luva gema de ovo todos os dias e aos domingos alugava cavalo”
«A política não pode continuar a ser feita assim», defendeu Santana Lopes
(diario digitasl-23.10)
Este brioso assomo do afamado estadista traz outra vez à lembrança o Pimpão, de que falava Fialho:
"...o mesmo não sucedia a Pimpão, que em raça de gato, era o mais poseur de quantos bichanos inda em minha vida aturei. Ele arremetia nas conversas onde não era chamado, ia molhar as patas na caçarola do jantar..."
bruno ventana
«Numa noite já de despedida do Rio conheci na Avenida de Copacabana uma mulher nova que vendia rendas do Ceará e outras coisas bonitas. Eu estava acompanhada por alguém que, meio a brincar, me apresentou como escritora. E ela disse, logo expansiva e divertida:
"Esse senhor (Pinto da Costa) comprou resultados"
«(...) Maria de Lurdes Rodrigues, que admiro, fez muito bem em, desde o início do seu mandato, se ter preocupado, não com ideias vagas sobre a educação, mas com a organização. Muito do que fez ou tem tentado fazer é essencialmente tratar da organização do sistema, dos poderes e competências dos seus agentes e interessados, dos aspectos materiais e funcionais. Tem razão. Sem alterar esses elementos de base, nada poderia fazer a não ser discutir tostões com funcionários, propinas com os estudantes, preços com os editores e transportes com os autarcas. Sem entrar no pormenor dos dispositivos por ela delineados, merece aplauso, na generalidade, o que quer fazer, por exemplo, com os horários de abertura das escolas, as aulas de substituição, o fecho das escolas com meia dúzia de alunos, a obrigatoriedade de cumprimento de horário de presença por parte dos docentes, a penalização das faltas dos professores, o novo sistema de avaliação dos professores e as exigências para a promoção na carreira. Fez muito bem em acabar com os destacamentos de muitas centenas de professores para servirem de funcionários e activistas dos sindicatos. Como fez bem em criar contratos de pelo menos três anos para fomentar a estabilidade do corpo docente. Nem tudo tem sido bem, como por exemplo a avaliação dos professores pelos pais, o golpe de misericórdia na filosofia ou a repetição de exames nas condições conhecidas. Mas, em grandes linhas, a ministra merce apoio. (...)»
«Sócrates é um homem de província, o que é sempre uma garantia.»
Onde estão os peritos que apetrechados de fundos conhecimentos científicos, e coisas assim, garantiam há pouco tempo a quem os queria ouvir que Portugal, à míngua de chuva, caminhava ligeiro para uma espécie de deserto africano, com camelos e tudo?
« (...) Resta saber se esta agitação afecta Sócrates. Primeiro, no PS. Roseta e Alegre, como de costume, voltaram à cena. Mas não valem nada. O próprio Alegre reconhece que o congresso se destina a "glorificar" o chefe e a pouco mais. E o MIC, essa potência, tem três centenas de "adesões" no site. Fora do PS, o Bloco e o PC também não ameaçam Sócrates. Apesar da "rua", tanto um como outro continuam, como em 2005, pelos 7 por cento. Para efeitos práticos não existem. À direita, o CDS (2 por cento) desapareceu e nem por intervenção directa do Altíssimo volta a aparecer (...)»
Em 7 de Fevereiro de 1835, o editorial de "O Nacional" explicava que o Ministério se governava por duas regras:
«Uma desgraça raramente vem sozinha. O dr. Manuel Pinho tem um secretário de Estado para a Energia e a Inovação que atribuiu o aumento de 16% na electricidade, no próximo ano, ao mau desempenho dos consumidores. Segundo este senhor, de nome Castro Guerra, existe um "défice" que tem que ser colmatado com o dito aumento, défice esse causado pelos consumidores. A EDP, a empresa que distribui a energia eléctrica que eu preciso, quer eu queira, quer não (não há outra), é gerida pelo dr. Mexia, um amigalhaço dos drs. Pina Moura e Santana Lopes. Tem lucros colossais. E agora, com o beneplácito do sr. Guerra e com a esfarrapada conversa da "concorrência", do "mercado e da "entidade não sei de quê", espreme-se o nefando cliente nos termos enunciados. Eu sei que não é o governo a determinar esta chulice. Todavia, convinha que o primeiro-ministro - já que estamos a falar de um ministério politicamente incapaz - pudesse evitar estes pronunciamentos idiotas. Porque, em última análise, é directamente a ele que tudo vai parar, mais tarde ou mais cedo. Como uma espécie de corrente eléctrica.»
«O sr. Peres Metelo, na TVI, distinguiu "trabalhadores por conta de outrem" dos "funcionários públicos", como se estes trabalhassem por conta da Lua. E foi extremamente claro. Para os primeiros, melhorias no OE aprovadas pelo propagandista, perdão, comentador. Para os segundos, piorias no OE, igualmente apoiadas pelo mesmo comentador.(...)»
Sua Majestade Imperial visitou o Sr. Alexandre Herculano. O facto em si é inteiramente incontestável. Todos sobre ele estão acordes, e a História tranquila.
"Não sei se Timor é um Estado viável."
«O primeiro-ministro tem jeito. Talvez mesmo talento e intuição. Decidiu, desde o primeiro dia, surpreender e tomar a iniciativa. Nunca ir atrás do acontecimento, mas provocá-lo. Para tal, escolheu um método: designar o adversário, denunciar um privilégio, tomar uma medida e atacar com a lei.
"(...) Uma recusa romântica. Mas nunca propõem nada com uma relação ainda que vaga com a realidade. Gostavam que o tempo parasse, um desejo que se compreende. Infelizmente o tempo não pára. (...)
«The illegal we do immediatly.
«... Soares referiu-se a um "défice de presidência" enquanto citava uma frase da obra que, disse, poderia aplicar-se ao momento político que se vive em Portugal.»